• Apagar
• Editar
• Denunciar

Forza Horizon e o prazer de dirigir só por dirigir

• Home
• Notícias

Eu não sou muito bom em jogos de corrida, nem gosto muito da maioria deles. Também não compartilho a euforia dos gearheads por motores potentes, roncos suaves e acabamentos metálicos, a não ser que estejamos falando das entranhas de um computador. Mas, durante minha uma hora testando Forza Horizon, eu consegui entender essa empolgação. Mais do que isso, eu consegui curtir a adrenalina e o prazer de dirigir apenas por dirigir.

Fui com medo de ser injusto. Os jogos que mais me agradaram na categoria corrida até hoje foram aqueles que vinham com uma historinha bacana por trás, como a série Underground de Need For Speed. Ou jogos menos realistas como Wipeout e Mario Kart, mas vamos deixar isso para lá.

Antes de falar do jogo em si, é importante mencionar o trabalho de localização da Microsoft. Das estações de rádio ao GPS, passando por todos os personagens, o jogo chega aqui completamente dublado e legendado em português. Pelo que pude ouvir, a localização ficou acima da média. Ela ainda não alcança o padrão Blizzard de qualidade (Radar virou "armadilha de velocidade"), mas a dublagem está bem feita e bem mixada.



A desvantagem disso tudo é que, devido à localização, perdemos a compatibilidade com Kinect. Horizon terá comandos de voz na sua versão internacional para fazer pequenices, como gerar rotas no GPS. A versão nacional vem apenas com um "fuén" para quem gostaria de tirar a poeira do sensor.

Para minha sorte, Horizon não é mesmo um simulador sério como os quatro Forza que vieram antes, mas sim algo muito mais arcade – menos Gran Turismo e mais Burnout. Logo no vídeo introdutório podemos perceber isso: balada, pulseirinhas de VIP, Flo Rida debulhando, gente bonita dançando e belas garotas sentadas em capôs de belos carros. É mais colorido, mais alegre, mais jovem mesmo.

É nessa festinha do vídeo, o festival Horizon, em que tudo acontece. Para a alegria da minha criança interior, o jogo em uma historinha simples, mas bem contada: você deu a sorte de ser um dos últimos classificados para esse festival de corridas – o maior do mundo – e agora tem que provar que realmente dá conta do recado.

O clima arcade está ali desde que você assume o controle de um carro pela primeira vez. O jogo te pontua por drifts, drafts, ultrapassagens muito loucas e outras peripécias no volante. E o que você ganha sendo um barbeiro (mas um barbeiro controlado) vira grana para melhorar seu carro com novas peças e comprar novos veículos – mas nada de rebeixar seu carango e colocar uns neons tunados, porque não há opções estéticas entre as melhorias oferecidas. É o preço que se paga para termos um jogo mais bonito do que média.

Se você leva a brincadeira à sério e quer deixar tudo mais realista, é possível alterar as diversas opções no menu de dificuldade para deixar tudo com aquela carinha de simulador. No lado mais casual da coisa, o computador te ajuda com tudo: freios, curvas, marchas – fica até um pouco chato. Testando a dificuldade máxima, lembrei do que era jogar Forza e do porque eu não gosto de simuladores realistas de corrida. Preferi ficar alí no modo normal, mais equilibrado.

Além de escolher como correr, você pode escolher onde e quando correr, enquanto passeia pelo imenso mapa de Horizon. As corridaspodem começar no meio da rua, ou em eventos organizados. Você também pode fazer shows de exibição para mostrar que manja e ganhar alguns patrocinadores. Horizon é um sandbox de corrida, no melhor estilo Most Wanted de ser. Mas um sandbox menos criminoso e mais organizado.



E ele conseguiu me convencer. Em pouco tempo, eu estava simplesmente passeando sem rumo pelos arredores de Horizon, tentando não bater nos carros dos motoristas comuns e curtindo as incríveis paisagens do deserto do Colorado, onde o jogo se passa. Sintonizei o rádio do carro em uma das 3 estações disponíveis e segui curtindo, como nunca antes, o que os primos do Jalopnik devem sentir sempre que jogam um bom game de corrida.

Ah, eu também apostei corrida com um avião . E ganhei.