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Consoles que vocês nunca ouviram falar: conheça o Amstrad GX4000



Há 25 anos atrás, lá na Europa, os consoles estavam começando a decolar. Isso pode soar estranho para os americanos, que tinham um mercado de consoles em expansão dominado pela Nintendo desde meados dos anos 80, mas por lá, o negócio de jogos era algo completamente diferente.

Naquela época existia o ZX Spectrum, Commodore 64 e o Amstrad CPC, micros computadores que eram os melhores naquele tempo. Mas os jogadores queriam atualizar seus sistemas para algo novo e mais poderoso e começaram a voltar seus olhos para os consoles como uma boa opção. Com consoles como o Super NES e Mega Drive criando um enorme barulho na imprensa de jogos, a Amstrad não teve outra opção.

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O Amstrad GX4000


O Amstrad era um grande micro na época. No entanto, ele foi confrontado com um dilema. A empresa não tinha um micro caseiro de 16 bits para competir com os gostos dos consumidores, e com as vendas de seus computadores de 8 bits rapidamente desacelerando, a Amstrad decidiu fazer um movimento precipitado e saltar para o mercado de consoles.

Sendo assim, a solução para os problemas não foi a ideal. O console GX4000 certamente parecia algo que tinha controles quase idênticos aos do NES, e a própria máquina também parecia muito similar graças à sua caixa com cores branca e um tom cinzento elegante. No entanto, o que era mais importante era seus componentes internos, e não a máquina.

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O controle do GX4000 parecia similar ao do NES. No entanto, na prática, foi muito difícil de usar, era de um material barato, e os botões rangiam horrivelmente.


O que fizeram foi criar um Amstrad com um sistema baseado em sua linha de computadores de 8 bits, de modo que seria compatível com o software produzido para essa máquina. Um conceito louvável, em princípio, uma vez que os usuários teriam, essencialmente, acesso a centenas de jogos produzidos para os computadores... exceto que todo o software CPC vinha em fita cassete, e não havia nenhuma unidade de fita cassete no GX4000. Em vez disso, a ideia era que os desenvolvedores de software convertessem seus jogos do cassete para cartuchos, algo típico nos consoles. Isso soa como uma boa ideia, exceto que esses jogos custam cerca de dez a quinze dólares em fita cassete, e iria custar mais de quarenta dólares em um cartucho - basicamente para o mesmo jogo.

Outro grande erro era que a tecnologia CPC já era seriamente ultrapassada naquele momento. Com base em um chip 8-bit Zilog Z80 4 Mhz, o GX4000 foi capaz de produzir 160x200 pixels com 16 cores no modo 0 e 320x200 pixels com quatro cores no modo 1. Em outras palavras, não era realmente muito bom em comparação com a tecnologia de ponta. Em seguida, o Mega Drive, também tinha um chip 8-bit Zilog Z80 4 Mhz - que foi usado para controlar o som e fornecer compatibilidade com versões anteriores dos jogos do Sega Master System. Seu chip principal foi um 16/32-bit Motorola 68000 CPU que rodava em 7,6 MHz, e foi capaz de exibir 80 cores em 320x240. O GX4000 simplesmente não poderia competir com isso.

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Robocop 2 foi um dos melhores jogos do GX4000, mas foi basicamente o mesmo da versão 8-bit para o computador que custou bem menos que a versão para cartucho.


Mesmo assim, a Amstrad lançou o sistema de qualquer maneira, produzindo uma tiragem inicial de 15.000 máquinas que chegou no varejo da Grã-Bretanha, França, Espanha e Itália, no início de Setembro de 1990, com um preço de aproximadamente US$ 150. O sistema tinha um jogo incluso, e enquanto muitos jogos foram anunciados por outras empresas de software, eles simplesmente faziam algum dinheiro fácil convertendo seus jogos antigos de cassete para cartucho. Apenas alguns jogos estavam disponíveis no lançamento.

O problema era que as empresas tinham feito uma grande ressalva em seu acordo para fazer jogos - o GX4000 precisava ser um sucesso para que eles pudessem converter os seus jogos para cartucho. A máquina não ia ser um sucesso se não houvesse jogos disponíveis para ela, e ninguém ia produzir jogos para ela a não ser que fosse um sucesso. Pior ainda, os jogadores rapidamente perceberam que se eles realmente queriam jogar jogos do Amstrad CPC, eles poderiam pegar um segundo computador por muito pouco dinheiro, e comprar todos os melhores jogos disponíveis para ele, já que na época muitos usuários do Amstrad estavam vendendo suas coleções de jogos para financiar um novo console japonês.

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Burnin' Rubber foi o jogo incluso no GX4000. Foi como o Super Mario Brothers...


Por causa disso, o sistema simplesmente não vendeu. Durante o período de Natal em 1990, quando o Amstrad deveria produzir uma segunda leva de sistemas para acompanhar a demanda, a máquina definhava no varejo. Os cortes de preços rapidamente ocorreram no Ano Novo, mas mesmo assim não teve nenhum efeito. Os varejistas começaram a entrar em pânico, e venderam a máquina por meros $30, mas como as empresas cancelaram seus planos para fazer jogos para o GX4000, ninguém queria o equipamento.

No final, apenas 27 jogos foram produzidos para o GX4000, muitos dos quais foram produzidos em algumas centenas, ao invés de milhares, e uma segunda leva de sistemas nunca aconteceu. Atualmente, o sistema é esquecido pela maior parte na Europa - embora tenha se tornado uma raridade e virado peça de colecionador - e é praticamente desconhecido nos EUA e no Brasil. Mas acredito que valeu a pena contar sua história em comemoração ao seu 25º aniversário como prova de que nunca é uma boa ideia tentar enganar os jogadores com tecnologias antiquadas, em uma nova caixa.


Fonte: Brasilgamer

Comentários

06 Jan, 2016 - 00:27

Comentários

US_Brain 06 Jan, 2016 06:40 0

Podem colocar nessa lista o Console Brasileiro ZEEBO !!!

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