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Made in China: as redes sociais alternativas do país comunista

A censura instaurada pelo governo chinês em 2003 parece ter criado um tipo de "germe digital criativo". Em poucos anos, redes sociais correspondentes aos sites Facebook, YouTube, Twitter e Foursquare (portais atualmente bloqueados na China, mas sempre acessíveis ao mais ousados) surgiram e conquistaram um espaço majestoso no país avermelhado.

A instauração de uma cortina de fumaça (Great Firewall of China, em alusão à Grande Muralha) no país oriental não sufocou o poder provocador de alguns desenvolvedores. Assim, um tipo de "ecossistema" doméstico começou a florescer por lá. Logo, redes sociais correspondentes aos maiores sites do mundo começaram a ser construídas de modo praticamente independente.

O germe da inclusão digital

A política comunista da China usou o vermelho não apenas como símbolo da filosofia que prega a desconstrução das superestruturas sociais (o "cérebro" do capitalismo). A cor que mundialmente também representa as ideias de "parar" ou de "proibido" pintou um quadro que, em 2003, emoldurou a política "The Golden Shield Project": uma ação chefiada pelo Ministério de Segurança Pública da China de censura na internet.

Mas essa política nacional de intervenção direta na vida privada das pessoas se transformou em um germe, que acabou se nutrindo e crescendo a partir do desejo por liberdade da comunidade online. Dessa forma, "cópias" das redes sociais vetadas na China surgiram:

Renren.com (correspondente chinês do Facebook)

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Criado em 2005 exclusivamente para estudantes, hoje o site é aberto para o público em geral. Em 2011, registrou a marca de 31 milhões de usuários mensais ativos.

Youku ("cópia aprimorada" do YouTube)

Surgido em 2006, o portal não oferece apenas o serviço de hospedagem e exibição de vídeos, mas possibilita que os internautas desfrutem de uma livraria virtual, de filmes e de programas de TV de forma gratuita.

Kaixin001 (outro equivalente ao Facebook)

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Começou em 2008 com os serviços de hospedagem de fotos e de textos – essa rede social se popularizou nas comunidades de jovens empreendedores profissionais;

Sina Weibo (vale como um Twitter)

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Popular na China desde 2008, em outubro de 2011 o microblog chinês registrou números impressionantes: 250 milhões de usuários, com até 50 milhões de mensagens enviadas por dia.

Jiepang (um "Foursquare comunista")

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Desde 2010 a rede oferece um serviço de localização móvel para aplicativos na China.

Dados de 2009 apontam que 87% da população online da China usava como principal meio de comunicação os serviços de mensagens instantâneas – no Brasil, esse número não superou os 62%. Em junho de 2012, o país da internet censurada chegou aos 538 bilhões de conectados; na terra do verde e amarelo, 88.494.756 de internautas foram registrados.

Tencent: a rede social que "engoliu" a China



Antes mesmo da implantação da "política de proteção à segurança nacional" na China em 2003, a Tencent já se destacava como principal fornecedora de serviços para internet na terra de Mao Tsé-Tung. Fundada em 1998 por Ma Huateng, hoje a Tencent encabeça uma série de empreendimentos no campo da comunicação e entretenimento online.

O WeChat, inspirado no popular aplicativo WhatsApp, arrematou em apenas 12 meses de existência 200 milhões de usuários. O QQ, outro software de trocas de mensagens instantâneas, conta com incríveis 674 milhões de pessoas conectadas.

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O faturamento da Tencent em 2010 chegou aos US$ 3 bilhões; a empresa emprega, hoje, 20 mil pessoas por toda a China. Jogos também fazem quantias generosas de dinheiro girar anualmente (cerca de US$ 5 milhões). O valor de mercado da Tencent está estimado atualmente em US$ 50 bilhões.

"A internet é mais influente na China do que nos EUA ou em outros países. Nossos consumidores dão mais credibilidade aos produtos que contam com publicidades online, como em sites e em blogs." Essa é a afirmação de Jens Thraenhart, presidente da companhia chinesa de marketing Dragon Trail.

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Parece que o "jeitinho chinês" conseguiu não apenas dobrar a censura instaurada na internet do país vermelho, mas serviu, principalmente, como inspiração ao desenvolvimento de formas genuínas de comunicação online. A criação de algo sempre novo, um dos fundamentos do "jeito comunista de se viver", realmente gerou um fruto revolucionário: a China é potência também no mercado da internet.

Fonte: Tecmundo

Comentários

10 Jan, 2013 - 22:19

Comentários

Pallas 11 Jan, 2013 00:29 0

Eu colocaria comunista entre aspas, visto que a China está cada vez mais aberta ao capitalismo.

BanzaiOne 10 Jan, 2013 23:02 2

Eu já conhecia o Youku.

Uma vez que o povo não tem acesso, o jeito é "improvisar".

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