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Spec Ops: The Line tem um câncer, e o nome dele é multiplayer

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Talvez você não saiba, mas, apesar das aparências, o shooter militar em terceira pessoa Spec Ops: The Line, da Yager, é um jogo surpreendentemente artístico e audacioso. Ele abordou ideias grandiosas, como a cumplicidade do jogador diante da violência na tela, a matança de civis, desordem do estresse pós-traumático e loucura.

Já falamos aqui sobre algumas questões do jogo. Agora, em um novo artigo no Polygon, Russ Pitts revela um pouco mais sobre os bastidores, reunindo entrevistas com várias cabeças do estúdio. O fato de o jogo ter ficado pronto já foi quase um milagre, visto como a indústria dos jogos AAA pode ser hostil a ideias novas ou experimentais.

Nas entrevistas, os desenvolvedores expressam sua admiração à 2K, e agradecem à produtora por ter permitido que eles fizessem o jogo que eles queriam. Mas eles também reclamam das frustrações com a insistência da publisher em fazer um modo multiplayer.

Diz o texto do Polygon, citando o designer chefe Cory Davis:

"‘O modo multiplayer de Spec Ops: The Line, nunca foi uma prioridade no desenvolvimento’, diz Davis, ‘mas a produtora estava decidida a ter isso no jogo, de qualquer forma. Era um dos itens que as previsões financeiras diziam que precisávamos ter, e a 2K foi implacável nesse ponto – mesmo que isso afetasse o projeto no geral e a percepção do jogo.’

Contra as intenções de Davis, o desenvolvimento do modo multiplayer prosseguiu, e foi terceirizado para o Darkside Studios. O resultado, nas palavras de Davis, foi um ‘clone de baixa qualidade de Call of Duty em terceira pessoa’, o que ‘jogou fora os pilares criativos do produto. Ele lança uma luz negativa sobre todas as coisas significativas que fizemos na campanha solo’, diz Davis. ‘O tom do modo multiplayer é totalmente diferente, ele estuprou as mecânicas do jogo, foi um desperdício de dinheiro. Ninguém está jogando o multiplayer, e eu nem gosto de vê-lo como parte do pacote – é um outro jogo implantado no disco como um câncer, ameaçando estragar as melhores coisas do jogo que a equipe da Yager se dedicou a criar."

E Davis está certo em ficar revoltado: no fim das contas, o multiplayer de Spec Ops foi algo tão "descartável" quanto ele diz, e acabou sendo uma das soluções multiplayer mais desnecessárias que eu já vi em um jogo que, por outro lado, é muito interessante.

O artigo original (em inglês) é uma leitura monstruosa, mas muito agradável. Você aprende um pouco sobre história antiga, fica conhecendo bastante sobre os bastidores de um jogo, e ainda vê algumas palavras sinceras de um desenvolvedor para esclarecer as coisas. O que mais nós queremos?

&rt;&rt; A história por trás de Spec Ops: The Line [Polygon, em inglês]