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Depois do hype: Watch Dogs é mesmo tão ruim assim?

Hype. Poucas palavras tão pequenas causam tantas reações diversas na vida das pessoas. Chamamos de "hype" toda a antecipação criada em torno de um novo acontecimento. Em nossa área, especificamente, são os lançamentos: placas de vídeo, processadores e, claro, games. O hype é criado primeiro pelas empresas que querem divulgar suas novidades, é depois espalhado pela mídia que cobre justamente novos assuntos e, por fim, continua se "retro-alimentando" com os próprios consumidores finais, empolgados com o novo produto.

Falando assim pode parecer que, para uma empresa, quanto mais hype melhor. Mas, fora de controle, esse danadinho cai naquele clichê insuportável da "faca de dois gumes". Isso porque hype gera expectativas e, quando essas expectativas ultrapassam a primeira proposta do produto, a tendência é apenas decepcionar. E o inferno não conhece fúria como a dos gamers decepcionados.

Assim, muitos lançamentos são sepultados pela sua reputação e estratégia de marketing malfeitas antes mesmo de terem a chance de mostrar do que são capazes! Assim surge um novo segmento da minha coluna: "Depois do Hype". Sempre que possível vou tentar revisitar alguns títulos que foram massacrados por não cumprirem o que prometeram e ver se eles devem mesmo ser esquecidos ou se, depois de tanto tempo e algumas promoções, merecem uma segunda chance. E vamos começar com um game que é quase sinônimo de hype enlouquecido: Watch Dogs.

Qual foi o hype?

Watch Dogs foi anunciado pela primeira vez na E3 de 2012 e basicamente roubou o show. Nos foi mostrada uma nova IP, com um gameplay diferenciado e gráficos completamente incríveis para o que existia na época. O jogo então entrou naquela linha de promoção que muitos games em mundo aberto caem: "você vai poder fazer o que quiser". A promessa era assumir o controle de Chicago pelos super poderes de hacker de Aiden Pearce, ganhando uma infinidade de opções para todo tipo de gameplay, tudo com um visual de cair o queixo.



Qual foi a decepção?

Uma palavra que provavelmente vai aparecer muito nessas colunas: o famoso "downgrade". Conforme o jogo foi se aproximando do lançamento, a qualidade de suas texturas foi se deteriorando aos poucos, mas não só isso. As animações, o número de elementos na cidade, tudo foi se perdendo. Os comparativos, é claro, não demoraram a aparecer:



Mas as coisas ficaram ainda piores quando o jogo foi lançado. Um boato comum que sempre aparece quando se fala em downgrade é a especulação de que desenvolvedores poderiam piorar a versão para PC de um game de propósito para que ela não fique muito melhor que as dos consoles. Isso nunca foi provado, mas é sempre comentado. E pra piorar o jogo não foi bem otimizado, com quedas de frames durante o gameplay mesmo com os gráficos alterados.

Só que no caso de Watch Dogs a polêmica tomou proporções ainda maiores porque um modder conhecido como "TheWorse" descobriu diversas configurações nos arquivos do jogo que estariam "travadas". Com um mod de apenas 44Kb ele desbloqueou esses arquivos e conseguiu um incremento visível na parte gráfica do game. A Ubisoft não demorou para fazer uma declaração oficial a respeito de toda a polêmica.



O que é ruim mesmo?

Passados quase 3 anos de toda a polêmica, revisitando o jogo, o que é realmente ruim? Os gráficos, de fato, não impressionam, mas quando a gente esquece a tristeza e o choque do downgrade e, principalmente, quando não estamos mais pagando o valor cheio pelo game, a qualidade do visual dele fica completamente satisfatória. Não é um destaque, mas não é horrível.

Ruim mesmo no game é a história, algo a que poucos atentarem no meio de tanta gritaria e teorias conspiratórias. Aiden Pearce é um dos personagens menos carismáticos e mais inexpressivos que a Ubisoft já fez e sua busca por vingança é mais obsessiva do que justificável na maior parte do tempo. Salpique aí com alguns clichês de salvar a donzela em perigo e diálogos dignos de vergonha alheia muitas vezes, e temos uma história difícil de acompanhar sem virar a cabeça pra cima e fazer "ugh".

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Além disso, controlar os carros é um problema. A dirigibilidade em jogos de mundo aberto já deveria ter sido resolvida há tempos, mas dirigir em Watch Dogs muitas vezes dá vontade de gritar com seu monitor.

O que tem de bom?

Watch Dogs brilha, principalmente, em seus trechos com mais ação. O jogo fica muito divertido nos tiroteios em cenários bem trabalhados, em que o jogador pode ativar diferentes partes do ambiente para pegar de surpresa seus inimigos, com explosões, distrações, etc. É nessas horas que o gameplay fica mais variado e interessante.

Além disso, há uma quantidade considerável de conteúdo extra para explorar, com missões alternativas e colecionáveis para preencher mais algumas horas de quem realmente gostar do game.

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Falando em conteúdo extra, também é muito divertido apenas ligar o celular e andar pela cidade, vendo as ocupações e hobbies criativos que são dados para os NPCs aleatórios nas ruas. É gerado todo tipo de afirmação doida e algumas combinações vão lhe arrancar risadinhas com certeza.

Por fim, não podemos nunca deixar de elogiar a iniciativa de se tentar uma nova IP no concorrido mercado de jogos triplo A. Só de estar experimentando uma nova jogabilidade já conta como ponto positivo.

Conclusão

Watch Dogs não é, de maneira alguma, um jogo ruim. É um game mediano, que não cumpriu metade das expectativas, mas que ainda traz uma premissa original e novidades no gameplay que são bem interessantes de se experimentar.

Depois de tanto tempo o game está finalmente otimizado e, sem grandes promessas, dá pra gastar umas horinhas bem divertidas pegando o jogo numa promoção!

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Fonte: Adrenaline/Uol

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02 Abr, 2017 - 17:19

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