Está na hora de colocar Resistance de molho
Ele nunca pegou muito, né? Apesar de toda a propaganda e o hype e as expectativas, a série Resistance, da Sony, foi sempre… só mais uma. Ela tem seus fãs, é claro, mas não é exatamente um sucesso. Pelo menos não no nível que a Sony gostaria/esperava quando a franquia estreou, junto com o lançamento PlayStation 3.
Um dia um desenvolvedor da Insomniac, em uma TGS há alguns anos, explicou a história de produção da série para algum executivo. Ele falava de como a Sony havia chegado para a empresa e dito: "Façam um clone de Halo". O que começou como um shooter espacial evoluiu para algo um pouco diferente: a ambientação futurista-retrô pela qual a franquia ficou conhecida. Mas esse pedido deixava uma coisa clara. Resistance deveria ser o "Halo-Killer" da Sony. Ou pelo menos algo que pudesse bater de frente com a série da Bungie.
O que nunca aconteceu. As vendas foram boas, mas não muito boas. A percepção pública da série foi razoável, mas não excelente. Em suma, ele teve um bom desempenho para a Sony, mas também falhou em ser o que deveria ser.
E por quê? Os pontos principais eram dois: apresentação e design. A ambientação de Resistance soa sensacional. Uma história alternativa na qual alienígenas e um vírus espacial nos levam à beira destruição, obrigando a humanidade a sobreviver com a combinação da tecnologia existente com qualquer coisa que pudesse aproveitar dos invasores superiores.
Mas o visual nunca foi tão bom. O design dos uniformes e da tecnologia dos humanos desperdiçou esse projeto porque eram, simplesmente, coisas genéricas de ficção científica. O tipo de design que você vê em um shooter meio futurista – não em algo ambientado na década de 50. Ele era muito futuro e pouco retrô. O que fez o real potencial da premissa se perder logo de cara.
Essa sensação se estende para os personagens. Sabemos quem é Nathan Hale, mas fora a falta de aspectos visuais interessantes, Resistance também sofria de uma grave falta de personagens memoráveis e interessantes. Não havia um "mascote" em volta do qual tudo pudesse se concentrar. Um herói identificável e reconhecível para levar tudo adiante.
O outro fator era o design do jogo. Resistance é um shooter muito tradicional, como algo que você possa ter jogado no PC durante a década de 90. Ele tinha muitas armas estranhas (o que era de se esperar, já que vem dos criadores de Ratchet & Clank), mas que também eram "leves" demais e não traziam nada de realmente novo. Não há nada distinguível ou memorável, nenhum elemento único que representasse o espírito de Resistance se você o comparasse, digamos, às arenas com "30 Segundos de Diversão" de Halo ou a mecânica de cobertura de Gears of War, ou até com a urgência pesada de Killzone, que também é da Sony.
Algumas pessoas gostam disso, e não estou só querendo ser um "hater". Eu também gosto de Resistance, ou pelo menos da maioria deles. Mas posso apostar que pelo menos uma dessas razões, em particilar a segunda, explica o porquê de você nunca ter ouvido a série ser incluída no mesmo grupo de Call of Duty, Halo, Gears ou, hoje em dia, até Crysis.
Isso também pode explicar por que a Insomniac, criadora da série, deixou-a para trás, e por que a Sony disse, diante da recepção ruim à versão do Vita, que "não tem planos definitivos" para o futuro de Resistance. Nada muito empolgante.
Com sorte, isso significa que vão colocar a série um pouco de molho.
Mas não matá-la. A premissa da série é promissora, e, pelo menos, o nome escolhido dos jogos é excelente. "Resistance" ("Resistência"). Simples, impactante, resume a coisa toda perfeitamente.
Seria ótimo ver a Sony deixar a abordagem atual de Resistance um pouco de lado e, em alguns anos – com o sucessor do PS3, talvez – revisitá-la. Dar as chaves para um novo estúdio, deixar que eles recomecem tudo do zero. Pegar o que funciona, jogar fora o que não funciona e criar algo realmente novo.
clank 30 Jun, 2012 21:45 1
bigbos pe 30 Jun, 2012 20:54 1