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Do Odyssey ao PlayStation: os paradigmas da indústria dos videogames

O mês de dezembro de 2014 foi bem impactante na indústria dos videogames. Passamos por dois eventos históricos que sem dúvida fizeram, e fazem, parte do universo histórico dos games. O Nintendo PlayStation, que passou a ser Sony PlayStation fez 20 anos em três de dezembro e, três dias depois, o engenheiro alemão Raph Baer, que teve a sacada de criar o primeiro console do mercado de games, para produção em grande escala, Magnavox Odyssey faleceu aos 92 anos. Mas, como estes mundos e universos convergem? Leia aqui como que Baer e o Playstation foram fundamentais para o sucesso da indústria dos games.

A caixa marrom que criou o mercado de games

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Esse é o Odyssey


No final da década de 1950, precisamente em 1958, o físico sênior do Brookheaven National Laboratory (BNL), o norte-americano William A. Hinginbotham, conseguiu separar os gráficos bidimensionais dos raios catódicos de um osciloscópio, e criou o jogo de tênis chamado por Tennis for Two. Passamos pelo jogo Space War, em 1960, que foi desenvolvido pelo jovem estudante do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Steve Russel.

Então chegamos a 1955, quando o engenheiro e inventor alemão Ralph Heinrich Baer, quando trabalhava para a Loral Electronics Corporation. Ele fora encarregado de fazer o melhor aparelho de televisão. E nisso, ele tinha uma ambição forte, poder jogar na TV. A empresa Loral achou a ideia estranha e custosa, no entanto, a ideia aconteceu depois de 11 anos, quando a TV em cores surgiu.

Baer era um engenheiro-chefe de design de equipamento na empresa de defesa militar Sanders Associates, quando viu a novidade ele começou a escrever um documento de quatro páginas para um 'game box' para TV, que poderia ser jogável nos canais três e quatro. Ele pensou em uma caixa com apelo universal, para que toda a família fique mais unida, criando uma forma de entretenimento interativo e criativo em torno de um dispositivo. E tudo isso poderia estar a disposição de mais de 40 milhões de lares com televisão nos Estados Unidos.

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Em parceria com o seu colega e engenheiro Bob Tremblay, projetaram um dispositivo que permitia o usuário a movimentar um ponto branco em volta da tela, aumentando o seu tamanho. Ele conseguiu um investimento de US$ 2,5 mil, equivalente a US$ 17 mil nos dias atuais ou a R$ 45 mil, do diretor corporativo da Sanders, Herb Campman.

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Com o dinheiro em mãos, Baer e Tremblay reuniu Bob Rusch e Bill Harrison e desenvolveram em 1968 'A Caixa Marron', ou The Brown Box, por causa da moda da cor de madeira na superfície do dispositivo. Posteriormente eles patentearam o projeto como Odyssey. Eles chegaram a oferecer o projeto para GE e a Motorola, mas, sem sucesso, pois, sem mercado, eles não queriam riscos. Foi quando apareceu o vice-presidente de Marketing da tradicional empresa de eletrônicos Magnavox, Gerry Martin, que entendeu os objetivos da 'máquina marron' e e em 1971 conseguiu convencer a direção da empresa a se arriscar no mercado. Nasceu o modelo Odyssey 1TL200.

Mesmo simples, sem emitir sons, exigindo um pouco mais da imaginação do jogador e com um sistema de pontuação rudimentar, e bem analógico, que era registrado em cartões temáticos que acompanhavam o aparelho, o Odyssey, e a arma light gun, que era possível fazer interações com a tela, atraiu a atenção em muitas feiras e na imprensa, pois a sensação de alguém controlar um objeto eletrônico em uma tela era como magia.

Em setembro de 1972, o Magnavox Odyssey estava no mercado e até ele sair de linha, em 1975, o primeiro console de videogame do mundo vendeu mais de 330 mil aparelhos e 80 mil rifles light gun. Este console deu o empurrão final para o desenvolvimento da indústria dos games, influenciando principalmente a Atari, de Nolam Bushnell, Nintendo, Sega e outras empresas até os dias atuais. Mas isso, é outra história.

Há 20 anos a Nintendo criou um algoz: o Sony PlayStation

Já no final da década de 1980 e início dos anos 1990, quando a indústria de videogame tinha passado pelo auge e a decadência da indústria do setor, novos players reinavam no mercado. A Nintendo, com seus sistemas Family Computer (Famicom, no Japão) e Nintendo Entertaiment System (NES, no Ocidente) e os sistemas Super Nintendo/Super Famicom; e a Sega com o Master System e Genesis/Mega Drive estavam dominando o mercado, numa verdadeira guerra da geração dos 8 e 16 bits.

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O projeto sigiloso entre a Nintendo e a Sony


A rival da Nintendo, Sega, estava com o seu periférico Sega CD, que permitia jogos em CD. Então, em 1988, quando o japonês, então engenheiro-chefe da Sony, Ken Kutaragi, participou de um projeto conjunto entre a Nintendo e a Sony para desenvolver um periférico CD-ROM para o Super Famicom/Super Nintendo. O projeto era conhecido como Super Disc. O acordo era sigiloso. No entanto, em junho de 1991, a Sony, orgulhosa, apresenta na feira Consumer Electronics Show (CES), o Play Station.

Isso custou o rompimento da parceria por parte da insatisfeita Nintendo, devido a falta de um acordo sobre como dividir a receita do futuro periférico entre as duas companhias. Essa situação provou o fim do acordo e a Nintendo escolheu a holandesa Philips para o desenvolvimento do seu futuro periférico que nunca avançou. As negociações entre as gigantes Sony e Nintendo avançaram até maio de 1992, mas sem sucesso, o estrago já estava feito.

A direção da Sony, entenda por Norio Ohga, ficou furiosa com a situação. Com isso, Ken Kutaragi, que estava na Sony Music, foi nomeado para desenvolver um projeto que rivalizasse com a Nintendo.

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Ken Kutaragi


Movido por um forte orgulho, por causa da humilhação que a Nintendo proporcionou, a direção da companhia moveu Kutaragi e equipe, que estavam na divisão de música da empresa japonesa, a Sony Music, e formaram a Sony Computer Entertainment, Inc. (SCEI), que foi responsável por atrair desenvolvedores e publicadores de jogos para a nova plataforma de jogos.

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O primeiro projeto da SCEI foi Play Station que foi firmado a partir de uma outra parceria com a Philips, que já tinham uma tecnologia chamada CD-ROM/XA, que era a extensão do formato CD-ROM que permitia comportar dados de áudio, vídeo e computador que poderiam ser acessados por meio de um processador.

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A mídia foi mantida como o componente principal para o novo console, o que também proporcionou o fortalecimento de relações entre as empresas japonesa e holandesa no desenvolvimento da mídia MMCD, que posteriormente evoluiu para o formato DVD.

Além disso, o Play Station permitia ler CDs de áudio. O console tinha uma visão de ser um centro multimídia doméstico. Para isso, a Sony elaborou 200 versões do aparelho até conceber o PlayStation X, ou PSX, que derrubou a estrutura que permitia entrada de cartuchos do Super Nintendo/Super Famicom e o console era 100% focado em jogos com mídia em CD-ROM.

O projeto do hardware foi reformado, visando a garantia de uma experiência de jogo imersiva e responsivo.

Em 3 de dezembro de 1994, o PlayStation foi lançado no Japão. Nos anos seguintes, nos Estados Unidos e Europa. Ele vendeu cerca de 104 milhões de unidades. Em 2000, o console foi remodelado e batizado de PSOne e atingiu mais 28 milhões de unidades vendidas. Totalizando a venda dos dois modelos da primeira geração, o PlayStation atinge a marca superior a 130 milhões de unidades vendidas. O jogo mais vendido foi o Gran Turismo, que vendeu cerca de 11 milhões de cópias.

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Em março de 2000, o seu sucessor PlayStation 2 foi lançado no Japão e atingiu a marca de 158 milhões de consoles vendidos em 12 anos no mercado de games, com 3,5 mil jogos lançados. É o segundo console de videogame mais vendido no mundo. O jogo mais vendido foi Grand Theft Auto: San Andreas, com mais de 17 milhões de cópias vendidas.

O PlayStation Portable, que foi lançado em 2004, vendeu 80 milhões de unidades portáteis e lançou cerca de 1.800 jogos.

Já o PlayStation 3, foi lançado em novembro de 2006 e atingiu a marca de 84 milhões de consoles vendidos até novembro de 2014. 3,4 mil jogos foram lançados para o console. O jogo mais vendido é o Grand Theft Auto V, que já vendeu mais de 15 milhões de cópias até o início de dezembro de 2014. O console ainda está disponível no mercado.

Algumas curiosidades sobre a família PlayStation:

  1. 2680 jogos foram lançados para o PlayStation. Isso dá aproximadamente 1,49 TB de dados ou 31 discos do PlayStation 4;


  1. O Memory Card tinha 1 MB, que era equivalente ao jogo com mais memória do NES;


  1. O processamento do PlayStation Vita é equivamente a 236 consoles PlayStation;


  1. A memória RAM do PlayStation é de 2 MB, equivalente a 512 vezes superior ao computador da missão Apollo 11 ou 0,02% da força do PlayStation 4;


  1. Até agora o quarto console da família PlayStation, o PS4, vendeu mais de 15 milhões de unidades, com 351 jogos lançados.

Fonte: Brasilgamer

Comentários

16 Dez, 2014 - 00:55

Comentários

soqueroeu 16 Dez, 2014 16:21 0

Curioso que estes dados citados nas curiosidades da matéria não demonstram na prática essas discrepâncias todas de um hardware para o outro.

maickbattousai 16 Dez, 2014 14:03 0

lobo_rs escreveu:
maickbattousai escreveu:Até agora o quarto console da família PlayStation, o PS4, vendeu mais de 15 milhões de unidades, com 351 jogos lançados.

Acho que não entendi muito bem essa frase, alguém pode me explicar? e.e ps4 tem 351 jogos? ou eu entendi errado?

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Sim 351 jogos sendo eles 300 indies...

Indies são aqueles que quase ninguém ouve falar ne? xD valeu *-*

lobo_rs 16 Dez, 2014 09:49 1

maickbattousai escreveu:Até agora o quarto console da família PlayStation, o PS4, vendeu mais de 15 milhões de unidades, com 351 jogos lançados.

Acho que não entendi muito bem essa frase, alguém pode me explicar? e.e ps4 tem 351 jogos? ou eu entendi errado?

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Sim 351 jogos sendo eles 300 indies...

maickbattousai 16 Dez, 2014 01:54 1

Até agora o quarto console da família PlayStation, o PS4, vendeu mais de 15 milhões de unidades, com 351 jogos lançados.

Acho que não entendi muito bem essa frase, alguém pode me explicar? e.e ps4 tem 351 jogos? ou eu entendi errado?

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