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[REVIEW] Resident Evil Revelations HD: o prazer de um cachorro estourando a janela



Se tem uma coisa que o sucesso recente dos indies ensinou, é que menos é mais. Com pouca gente e pouco dinheiro, equipes pequenas criaram maravilhas como Super Meat Boy, Braid, Binding of Isaac, Oniken e Out There Somewhere. Ninguém da Capcom está falando nada, mas talvez seja justamente por isso que Resident Evil: Revelations seja o melhor jogo da série em quase 10 anos.

Esta é a terceira releitura HD que a franquia recebeu nos últimos tempos, junto com Code: Veronica e Resident Evil 4, dois episódios icônicos na saga criada por Shinji Mikami. O primeiro, por ter marcado o fim da era clássica, com seus cenários .jpg e controles de tanque de guerra. O segundo, por ter mandado esses mesmos paradigmas para as picas e criado algo completamente novo. Agora, chegamos ao capítulo que a Capcom lançou em 2012 para o 3DS. Uma série "mais" em um portátil "menos".

E enquanto as equipes maiores da empresa se ocupavam em criar jogos de tiro dolorosamente Hollywoodianos, grandes e desnecessariamente complexos demais para as suas próprias bases, as paredes mais fechadas do 3DS clamaram por algo diferente. Mais limitado, claro. Mais fechado. Mas, ao que parece, era disso que eles precisavam: o foco para combinar as mecânicas de hoje com o clima e os sustos que conquistaram tanta gente, desde que aquele fatídico cachorro quebrou a vidraça da Mansão Spencer em 1996.


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Em Revelations, os heróis principais são as duplas Jill e Parker e Chris e Jessica, todos membros da organização anti-bioterrorista BSAA. O roteiro é um pouco confuso, mas ele envolve um grupo de bandidos, um novo vírus, citações à Divina Comédia de Dante e um cruzeiro de luxo. A história pode nunca ter sido o forte de Resident Evil (e isso não muda muito aqui), mas ela ter levado os caçadores de zumbis para um navio abandonado foi a melhor coisa que poderia ter acontecido.

Andar pelos corredores luxuosos, decadentes e ensanguentados do Queen Zenobia é como andar pelas salas encarpetadas da Mansão, mais uma vez. Tudo meio escuro, claustrofóbico, com aquela arquitetura que não faz muito sentido e inimigos que pipocam no seu ponto cego, aqui e ali. Ah, a alegria de levar um susto genuíno! Uma coisa besta, com certeza, mas que te faz se sentir em casa, com o perdão do trocadilho. "Isso é Resident Evil", você para e pensa, depois que você cruza o navio todo para abrir uma porta, com uma nova chave em mãos, e um Hunter cai do teto depois te tocar um terrorzinho, fazendo barulhos pelo cenário.

Apesar de não ter o mesmo espaço para exploração – o cenário é bem menor, e a campanha é dividida em capítulos curtos – Revelations também mantém o charme dos RE originais de outros dois jeitos: as balas são poucas (mas não tão poucas quanto já foram) e os controles são bem tancudos (mas não tão tancudos quanto já foram). Depois de se acostumar com os episódios mais recentes, é fácil deixar o dedo brincar à vontade com o gatilho e só depois perceber que não há mais com o que atirar. E aí a solução é correr e torcer para o sistema de esquiva, que é um tanto quebrado, funcionar. Um desespero que também serve para deixar a experiência ainda mais legal. Só faltou precisar de Ink Ribbons para salvar o jogo e o espaço no inventário ser limitado.




Considerando como essa mistura de estética nova com alma clássica funciona bem, o novo Resident Evil é um jeito mais palatável para os jogadores pós-PS2, talvez, entenderem a magia dos jogos originais, em toda a sua glória meio tosca. Pouco mais de sete horas de campanha devem ser suficientes para despertar ou matar o interesse de alguém.

Diferente de outras reanimações HD, o trabalho feito em Revelations é classe A: tudo ficou visivelmente muito mais bonito, e não ter mais que mirar em primeira pessoa é uma alegria. Jogamos na versão de Wii U, e o GamePad faz a diferença: ter todos os dados na telinha limpa a TV e deixa a brincadeira mais imersiva, e trocar de arma usando a touchscreen acaba sendo mais intuitivo do que usar o direcional digital. E mesmo que mais alguém da sua casa queira usar a TV, jogar direto no controle funciona quase perfeitamente, tirando o reflexo que a telinha dá, dependendo de onde você estiver. Na hora de ir ao banheiro, é uma maravilha.

Como todos os lançamentos recentes da Capcom no Brasil, Revelations vem localizado, de uma forma bastante decente, para o português brasileiro, com um script que soa muito natural e até o que parece ser uma referência a Chaves – Jessica diz, em certo ponto, que vai pagar uma dívida "tudo juntinho no final do ano". Mas o texto também dá umas mancadas inéditas, que sujam um pouco esse bom currículo da publisher: a granada "BOW Decoy" virou "BOW Engodo", assim como a Conquista "BOW Hunter", que virou "BOW Caçador", quando deveria ser "Caçador de BOWs". Tropeços estranhos, levando em consideração a qualidade do resto.

No fim, Resident Evil Revelations parece mais do que um reanimado dos mortos – ele é um enviado de um outro mundo, uma possibilidade de uma realidade alternativa. "As coisas não precisavam ser assim", ele diz, apontando para RE 5 e RE 6. Existe um equilíbrio e ele pode ser mantido. Só precisou de um portátil pequeno para mostrar isso.


Resident Evil Revelations HD

ImagemMesmo limitado, com relação aos episódios mais recentes da série, Resident Evil Revelations HD traz dos mortos aquilo que a consagrou – o clima, os monstros, os sustos – e combina isso com mecânicas mais atuais. A integração com o GamePad do Wii U funciona muito bem, tanto no que diz respeito aos menus e mapas quanto à possibilidade de trocar para a telinha quando vem o chamado da natureza e você precisa ir ao banheiro.


Fonte: Kotaku

Comentários

07 Jun, 2013 - 11:21

Comentários

vanne00 07 Jun, 2013 15:32 1

Esse jogo e ótimo para um portátil,mas para um pc ,xbox e muito fraco estou jogando já passei da metade não levei nenhum susto as criaturas não são assustadoras efeitos sonoros muito fraco e gráficos são meia boca.o game não tem nada de especial da para terminar uma vez.

jaum_20 07 Jun, 2013 13:29 1

O jogo é bom, mas como todos os jogos recentes está muito fácil. Poucos chefes e puzzles, e esses poucos são muito fáceis de serem resolvidos e derrotados.

spaizer 07 Jun, 2013 11:58 1

O maior erro de Resident Evil foi tentar virar Call of Duty,nesse jogo parece que ele ao menos tentou voltar as raízes.

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