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[PREVIEW] 30 minutos de The Bureau, o ex-shooter de XCOM



Por alguns segundos, enquanto jogava a sessão de meia hora do novo jogo de XCOM da 2K Games, pensei até que estava em 2010. Não é culpa do departamento de arte, que recriou os anos 60 meticulosamente, mas porque The Bureau: XCOM Declassified me lembra muito Mass Effect — especificamente ME2, quando a série focou muito mais no combate.

O personagem principal, William Carter, não é um cara como o Comandante Shepard. Em nenhum momento eu senti que estava moldando a sua personalidade ao meu gosto. Mas fui passear com Carter e dois outros personagens para lutar contra um exército alienígena, e ficava alternando entre atirar nos inimigos diretamente ou comandar ações táticas para os meus parceiros de batalha. Eu também tinha que me esconder para ganhar vida enquanto eles morriam no meio da treta. Até mesmo o painel de comandos tinha o mesmo design do menu de Mass Effect.

Não estou falando que essas similaridades são boas ou ruins: elas apenas estão lá. Mas é justamente nas diferenças entre The Bureau e o sci-fi da BioWare que vemos uma boa promessa. O prólogo do fantástico Enemy Unknown, do ano passado é bem mais estratégico que a trilogia do Comandante Shepard. Sempre vi Mass Effect como uma série de shooters, e meus parceiros faziam o que bem entendiam. De vez em quando, até usava um ataque especial aqui ou ali, mas na maioria das vezes, eu deixava o Garrus, ou o Wrax, ou o Legion bem à vontade.

The Bureau tem uma estrutura mais organizada de gerenciamento de esquadrão. Quando os deixei em mãos divinas, rapidamente percebi que meus personagens não durariam muito daquele jeito desleixado. A missão que eu joguei se chamava The Signal, e mostrava um agente do governo com um chapéu estiloso guiando outros dois personagens, um Engenheiro e um Comando, até Pima, Novo Mexico. O objetivo era caçar um especialista em explosivos chamado DaSilva. A descrição da missão dizia que DaSilva tinha informações cruciais para ajudar a parar a invasão dos "Estrangeiros", ou Outsiders, que é como os alienígenas de The Bureau são chamados.


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Botei à prova as habilidades daqueles agentes enquanto vasculhava os restos de um subúrbio norte-americano. O soco de Carter era impulsionado por um aparelho preso no seu braço, mostrando um pouco como as tecnologias roubadas dos Outsiders são reutilizadas. Os jogadores poderão usaram armas como o Scatter Laser ou o Rifle Laser, além de granadas e armas plenamente terráqueas.

Eu pedi para o meu Engenheiro se agachar atrás de uma caixa, e também para que ele colocasse uma arma automática em lugar ao lado. Então, eu usei a habilidade Pulse Wave do Carter, o que derrubava um monte de oponentes que estavam escondidos, e então, a metralhadora automática podia matar todo mundo. Depois disso, comandei a explosão de umas bombas posicionadas por DaSilva. Quando a ordem foi executada, eu só lançava algumas ordens para segurar as ondas de inimigos até o final. As classes de aliens variavam em níveis de armadura, inteligência e poder-de-fogo. Aquela previsível mistura de soldados pequenos, médios e grandes, para todos os gostos.




As mecânicas testadas são bem familiares com vários outros games do gênero: tiros com cobertura, comandos táticos em tempo-real, uso de habilidades especiais dos seus companheiros, esse tipo de coisa. Mas cada luta era realmente tensa. Na última sequência de combate do preview, um Outsider gigantesco venho correndo em direção aos agentes e tive que dividir minha formação para conseguir sobreviver, então não foi fácil. Você tem a sensação de ter um botão de liga-e-desliga na sua cabeça em toda a demonstração.

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Apesar de ser muito satisfatório matar todos os alienígenas com as próprias mãos, o tempo inteiro você é lembrado de que os outros membros do seu grupo estão esperando por ordens. E apesar de estar em câmera lenta enquanto eu tentava passar esses comandos, os inimigos continuavam a atirar em mim. Os colegas de equipe me ajudavam a localizar de onde vinham os tiros com diálogos simples, como "Outsiders na direita!"

Mesmo assim, o sistema de cobertura era um pouco complicado de manusear. Às vezes era difícil de saber a ordem de quem se escondia ou atirava, o que resultava em alguém levando bala no chapéu. Esse é o tipo de coisa que acredito que seja melhorada em uma versão final do jogo. Mas esse pequeno problema pode ser um desastre se não for consertado até lá.

Mesmo assim, para mim, acho que o maior desafio será como The Bureau funcionará como uma game de época. Muita gente lembrou como o jogo lembrava Invasion of the Body Snatchers (ou Vampiros da Alma no Brasil), e também Mad Men. O trabalho de voz também me lembrava da atuação de talentos antigos da indústria, como o ator Lee Marvin, e era fácil se perder vendo a arquitetura do meio do século passado e toda a linguagem gráfica da época. Sério mesmo, a direção de arte é genial. Tudo parece ser devidamente retrô, desde o fino trabalho de alfaiataria que é a jaqueta do Carter, até as longas caudas dos carros e os efeitos de película em algumas cutscenes. É um longo catálogo de ícones norte-americanos, com direito a explosões e lasers no caminho.


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Ao mesmo tempo, esse cenário é só uma faixada para uma narrativa mais profunda sobre o ápice da cultura americana. Os as gravações e notinhas colecionáveis, assim como as referências visuais espalhadas pelo jogo, mostram uma inquietação perturbadora dos anos 60. Quando finalmente o encontrei, DaSilva estava sangrando pelos olhos e boca, sintomas decorrentes de uma misteriosa arma biológica que faz com que pessoa perca o controle sobre o que faz. Pelo caminho, Carter e seu time encontram com outros residentes de Pima que também sucumbiram à praga – que lembra muito aquela gosma preta do seriado Arquivo-X – e todos perambulavam por aí como zumbis.

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O jogo brinca com estereótipos de modelos masculinos americanos, que vão desde Eliot Ness até soldados da Segunda Guerra, e isso tem um propósito. Apesar de não ter perdido nenhum homem em combate, o jogo promete que será doloroso ver um desses personagens partir.

Pelo o que eu vi até agora, The Bureau talvez não seja a reinvenção de todo um gênero, mas com certeza é uma ótima maneira de levar essa experiência familiar para novos cenários. Minhas sessão de meia hora me colocou em um tiroteio nos anos 60 onde os gângsters são substituídos por alienígenas, e os personagens guardam um monte de segredos cabeludos para a época retratada. Será ótimo se o jogo entregar o que promete, mas isso só depende do estúdio 2K Marin.


Fonte: Kotaku

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14 Mai, 2013 - 10:30

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