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Será que Narcos México escapa à sombra de Escobar?

As nossas impressões depois dos primeiros 5 episódios.

A série Narcos rapidamente se tornou numa das mais populares da Netflix e por razões válidas: pegou na história do narcotraficante mais conhecido do mundo e a adaptou para um formato de entretenimento, misturando fatos históricos com drama, nunca poupando nos pormenores sangrentos e cruéis.

Depois de duas temporadas fascinantes e absolutamente marcantes, Narcos se tornou sinônimo de Pablo Escobar. A terceira temporada, uma continuação e desfecho do que aconteceu após a morte de Escobar, manteve os elevados padrões de qualidade da série, mas sem uma personagem tão poderosa como Escobar, não teve o mesmo impacto das primeiras temporadas.

Agora a série Narcos partiu para outro território. Da Colômbia passou para o México, o tema da quarta temporada. Mas não pense que vai conhecer a história de El Chapo, pelo menos por enquanto. A nova temporada também viaja no tempo e decorre na transição dos anos 70 para os anos 80, quando a distribuição de cocaína ainda estava a dar os primeiros passos e o crime organizado no México não passava de uma grupos espalhados por vários territórios.

Há um elenco completamente novo, um território inexplorado e uma história por contar em Narcos México e, apesar disto, o fantasma de Escobar ainda paira sobre a série. Depois de termos assistido aos cinco primeiro episódios, essa sensação começou a dispersar, principalmente depois do quinto episódio, que é quando parece que a história vai começar a aquecer.

Os primeiros episódios são lentos, mas numa história como esta, é inevitável. É um enredo complexo com um emaranhado de personagens de diferentes contextos e com propósitos bem distintos. Antes de se contar uma boa história, há que sempre fazer uma introdução apropriada e Narcos México faz isto com maestria e nos deixa sempre curiosos para o que vai acontecer a seguir.



A história gira sobretudo em torno de Felix Gallardo (Diego Luna), o líder do cartel de Guadalajara, e Kiki (Michael Pêna), um agente da DEA. Se prestou atenção à primeira temporada de Narcos, já sabe o destino que espera o agente da DEA. Narcos México conta a história que levou a isso, mostrando mais uma vez de forma crua como é que os narcotraficantes operam.

O México é hoje a maior porta de entrada de drogas para os Estados Unidos e Narcos México mostra como é que isso veio a acontecer, mostrando a perspectiva dos narcotraficantes, dos agentes da autoridade, e do governo americano e mexicano. Não é uma história bonita. Com cinco episódios, já perdemos a conta ao número de pessoas que foram executadas no ecrã.

Os primeiros episódios são lentos, mas numa história como esta, é inevitável.


A corrupção impera no México e permite que o crime organizando esteja acima de tudo e todos, controlado forças policiais e oficiais do governo, isto numa época em que a DEA não era agência com o poder e recursos que tem atualmente. Para todos os efeitos, Narcos Mexico é uma história de origem, não apenas para as personagens envolvidas, mas para a própria série.

Os fãs da série com certeza vão estar interessados em conhecer este novo capítulo, mas falta saber se é com esta nova temporada que Narcos consegue ganhar uma nova identidade e se afastar de Pablo Escobar. Nestes primeiros cinco episódios, Kiki se revelou uma personagem surpreendente e habilidosa, que coloca o espectador a torcer por ele. Felix Gallardo é mais difícil de julgar, é uma personagem que cresce a cada episódio, mas que ainda não se encontrou a si mesmo.

Em última instância, fica a sensação de que esta temporada no México não será a primeira, o que explicaria a demora no arranque que senti nos primeiros episódios. Já houve pequenas surpresas nestes episódios a que assisti, mas até agora, ainda não senti o mesmo entusiasmo das duas primeiras temporada. Será que vai melhorar nos próximos episódios? Vamos esperar para ver.

Fonte: Eurogamer

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01 Nov, 2018 - 17:30

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