The Walking Dead: 400 Days - Análise
A primeira temporada de The Walking Dead, da Telltale Games, foi um dos maiores sucessos de 2012. Enquanto os jogadores estão ansiosos pela chegada da segunda temporada para poder voltar a acompanhar a saga de Clementine, a desenvolvedora lançou 400 Days, um episódio extra para a primeira temporada com cinco novos personagens: Vince, Wyatt, Russell, Shel e Bonnie.
As cinco histórias do game se passam nos primeiros 400 dias após a mudança no mundo que faz todos os mortos voltarem à vida na forma de zumbis famintos por carne. Ao mesmo tempo, todas são conectadas por um posto de gasolina na beira de uma estrada no estado da Geórgia.
O jogador pode então vivenciar a trama de cada um dos cinco sobreviventes na ordem em que desejar e, como já é tradicional dentro da série, pode mudar o destino dos personagens de acordo com as suas escolhas e ações dentro do game.
Aprovado
Doses pequenas e rápidas
O capítulo extra da primeira temporada de The Walking Dead oferece cinco passagens de cerca de 20 minutos cada. A primeira vista, pode parecer que, desse modo, o game pode perder um de seus aspectos mais marcantes, que é o elenco de personagens fortes e carismáticos.
Felizmente, não é bem isso que acontece. Apesar de Lee ou Clementine não estarem presentes em 400 Days, cada seção de 20 é extremamente eficiente em apresentar os dilemas de cada novo personagem de maneira sucinta e eficaz.
Assim, apesar de Vince ser um assassino condenado (cujo crime, diferentemente do realizado por Lee, aparece no game), é possível perceber que essa não é a única condição capaz de defini-lo. Ao mesmo tempo, velhos conhecidos também dão às caras (e é possível inclusive ter a chance de reavaliar seu conceito sobre os mesmos).
Está tudo entrelaçado
A Telltale Games conseguiu tornar tudo ainda mais interessante ao entrelaçar todas as histórias de maneira muito interessante. Enquanto cada personagem só sabe aquilo que ele pôde vivenciar, o jogador é capaz de colar todos os relatos e compreender o plano total das situações.
Em uma determinada campanha, por exemplo, dois personagens são assassinados em um local. Muitos dias depois, outro questiona de onde vieram as manchas de sangue presentes na área. Já dependendo da ordem com que decide atravessar as diferentes narrativas, aquele que poderia ser apenas mais um zumbi pode ser reconhecido.
Estado natural
Um ponto que sempre foi reforçado durante a análise de todos os outros episódios de The Walking Dead é o fato de que a série não se trata especificamente dos zumbis, mas sim da maneira como a humanidade se comporta e sobrevive em um mundo sem leis. Os zumbis são apenas a desculpa para isso.
O dilema enfrentado pela personagem Shel, que reluta em aceitar a nova realidade e sofre com a rápida aceitação das novas regras por parte de sua irmã menor, é um exemplo disso. Uma vez dentro da lógica da sobrevivência, todo jogador precisa fazer como os sobreviventes e deixar as suas noções tradicionais de ordem de lado para agir de acordo com a nova organização.
É exatamente isso que torna os dilemas da série (cujas escolhas são comparadas no final do capítulo com as de todos os outros que o terminaram) tão interessantes. Como julgar os personagens se não vivenciamos o seu contexto?
Uma ponte para a continuação
Da mesma forma como costuma acontecer com séries televisivas, o final da primeira temporada de The Walking Dead (e todas as suas pontas soltas) deixou os fãs ansiosos pela chegada dos próximos episódios.
Apesar de não ser uma continuação direta aos eventos do último episódio, 400 Days oferece uma nova chance de os jogadores se aventurarem no universo imaginado por Robert Kirkman. Ao mesmo tempo, a aventura e a trajetória dos cinco novos protagonistas deixas as suas próprias questões em aberto, as quais podem ser respondidas durante a segunda temporada do game.
Reprovado
A mesma falha técnica de sempre
Da mesma forma como nos episódios anteriores do game, algumas falhas persistem (provavelmente por serem consequências do processo utilizado pela Telltale no desenvolvimento do game).
Assim, não foi dessa vez que os lábios dos personagens passaram a entrar em sincronia com a sua fala ou que a interação bizarra dos protagonistas com as paredes invisíveis chegaram a um fim. Tudo isso, no entanto, não tira o brilho do roteiro e da execução final, que continuam espetaculares.
Vale a pena?
Não foi a toa que The Walking Dead recebeu tantos prêmios no ano passado (incluindo o de jogo do ano, no Video Game Awards). Afinal, mesmo não tendo o mesmo tamanho de outros blockbusters lançados na mesma época, o jogo conta com, entre outras qualidades, uma narrativa única e envolvente. Mesmo com outro grupo de personagens e em doses menores e mais rápidas, o mesmo se repete em 400 Days, o DLC extra da primeira temporada.
A graça de viver no universo tenebroso e cruel imaginado por Robert Kirkman aliada à capacidade de contar históras da Telltale Games torna este capítulo, assim como seus antecessores, imperdível. Mesmo com cerca de duas horas de duração, 400 Days é um bom aperitivo para quem não aguenta mais esperar pela segunda temporada do game.
8.5 / 10
felipage 07 Jul, 2013 23:18 3
Jogo é muito bom!!!
Borg 07 Jul, 2013 23:12 2
Hauntzinh0 07 Jul, 2013 15:37 1
gregandrade7 07 Jul, 2013 11:43 1
CiroMartinski 07 Jul, 2013 10:49 2
filipeguns 07 Jul, 2013 10:42 2
Felipe_Gamer 07 Jul, 2013 09:22 1
Eu zerei o survival instinct e não achei tão ruim assim.. e olha que eu jogo muitos jogos!! já jogou ele? ou foi vendo vídeos no youtube? jogar o jogo é outra coisa comparando-se com 'Assistir no youtube'... em fim muita gente falou que o jogo é ruim sem ao menos jogar!
Sossap 07 Jul, 2013 01:17 4
Ah tem sim, pra começar a série que é um lixo comparada a HQ, e depois o Survival Instinct que é um lixo se for comparado a série da Telltale... na verdade Survival Instinct é tão lixo que ele é um lixo até se for comparado com um lixo.
LuucaZ 06 Jul, 2013 19:04 5
Fala isso pro "Survival Instinct" :P
firefox 06 Jul, 2013 18:17 3
squallzell8 06 Jul, 2013 15:29 4
sandrorato69 06 Jul, 2013 11:49 1