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O Facebook passou dos limites em Remember Me

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E se um jogo permitisse que você entrasse nas cabeças das pessoas e manipulasse suas memórias? Um ano atrás, um pequeno estúdio parisiense chamado Dontnod revelou um jogo chamado Adrift que prometia exatamente isso. Adrift se destacava pela sua mecânica de manipular, roubar e até mesmo criar memórias. Um ano depois, o Dontnod está terminando suaa criação sob a supervisão da Capcom. Adrift agora se chama Remember Me.

No jogo, temos uma Paris futurista de 2084, em um mundo transformado para sempre pelas mídias sociais. "A mensagem que queríamos passar era a de que, o quanto mais conectados estamos, menos ligados uns aos outros ficamos", disse o diretor do jogo Jean-Maxime Moris ao Kotaku durante a Gamescom, na Alemanha. "Quanto mais investimos em conexões virtuais, menos conseguimos reconhecer uns aos outros como seres humanos."

Moris diz que, apesar da tendência dos jogos AAA de usarem a mídia social a seu favor, isso não vai acontecer em Remember Me. Apesar de o jogo (que será totalmente linear) apresentar a mídia social como um tema, ele será uma experiência pessoal para ser jogado sem interrupção. Tente lembrar disso antes de dar aquele Alt-Tab para tuitar sobre o jogo.

No papel de Nilin, uma caçadora de memórias cujo trabalho é mudar ou apagar as memórias de indivíduos, os jogadores são expostos tanto ao submundo do futuro decadente quanto ao poder de governos e empresas gananciosas como a MemorEyes, a empresa que produz o implante cerebral para compartilhar memórias.

A Sense Engine (ou "sendsend") é um dispositivo que é implantado diretamente na parte de trás do pescoço do usuário e permite que ele compartilhe não apenas imagens ou vídeos, como no óculos do Google, mas também memórias completas com qualquer outro indivíduo no sistema. Assim como quase todos têm redes sociais hoje, quase todos na Neo-Paris têm um sendsend. Então poucos são imunes aos poderes destruidores de lembrança de Nilin.

A MemorEyes tem um grande slogan: "Confie em nós, não vamos esquecer de você".



O jogo começa com Nilin acordando em uma prisão, com suas próprias memórias roubadas dela. Ela foge e se junta aos "Erroristas" (nome bastante apropriado), que lutam contra os vilões corporativos e do governo. Mas Nilin está lá só para descobrir o que aconteceu com ela. Ao longo do caminho, Nilin recupera suas habilidades, uma por uma – desde golpes de combate básicos até a habilidade de "remixar" memórias, que permite aos jogadores entrar nas memórias de personagens do jogo para mudá-las e deformá-las para seus próprios propósitos.

Como esse é um jogo linear, só existe uma única solução para cada um dos puzzles, e você pode tentar resolvê-los indefinidamente até encontrar a solução. Nas cenas do jogo que vimos na semana passada, Nilin muda uma memória que faz um homem cometer suicídio. E isso é só o começo.

Você pode não só alterar memórias, como também pode roubar informações diretamente de NPCs, apesar de o método para roubar essas informações depender de cada personagem. Moris não nos explicou como os jogadores vão saber quais personagens têm informações que poderiam ser roubadas, mas provavelmente não será difícil de descobrir, dependendo do contexto. Um soldado em uma base militar, por exemplo, provavelmente sabe onde seu comandante está.

Os cenários podem parecer de mundo aberto, mas não são. "O jogo não é um mundo aberto. É uma experiência linear, narrativamente falando, e no aspecto de game design também", diz Moris. "Dito isso, há espaço para a exploração e para colecionáveis, e não vamos deixar de ver um ou outro caminho alternativo [...] essa foi uma escolha feita para manter o máximo de controle em relação aos eventos e emoções que queremos passar para o jogador."



Em última análise, Remember Me vai ser um jogo de ação e aventura em terceira pessoa com foco na história, bastante combate e vários momentos cinematográficos. Mas todas as animações não-interativas são feitas dentro do jogo, com saltos bastante rápidos entre seções jogáveis e cutscenes não jogáveis . O jogo ainda usa um sistema de pontos para melhorar a luva de Caça de Nilin, a arma que possibilita todos os seus ataques especiais e manipulação de memória. A Dontnod não está pronta para falar sobre como funciona esse sistema de evolução ainda.

O combate envolve tanto a corpo-a-corpo acrobático quanto a luva, que dispara ataques entorpecentes que podem desde atordoar o inimigo até imobilizá-lo completamente. Esse ataque, conhecido como Spammer, inunda o cérebro do inimigo com tantos dados que, de certa forma, ele trava. Moris observa que o jogo tem violência, mas que Nilin não mata ativamente seus inimigos. Ela apenas os nocauteia com ataques como essa sobrecarga de memórias.

Moris disse ao Kotaku que, assim como qualquer rede social, nem todos os personagens em Remember Me terão um Sendsend, mas que isso não vai ser um fator importante no jogo. Além disso, ele insinuou que haverá futuros jogos na franquia – algo que a Capcom estaria interessada em apoiar – e nos mostrou algumas das direções que esses jogos poderiam seguir. O futuro parece bem interessante para o mundo de Remember Me.



Remember Me tem vários temas principais, de acordo com Moris, desde memórias e do poder que elas exercem nas nossas identidades, até Nilin tentando encontrar sua memória roubada. Parece não só como uma visão ambiciosa na construção de um mundo futurista, mas também uma crítica ao nosso estilo de vida atual, dominado pelas redes sociais.

Remember Me será lançado em Maio de 2013 para PC, Xbox 360 e PlayStation 3.