A origem do enterro, do velório e de outros costumes ligados à morte
1. O ato de enterrar os corpos é quase tão antigo quanto o próprio ser humano. Pesquisadores descobriram cemitérios estimados em 60000 a.C., com chifres de animais sobre os restos mortais, indicando que já existia o ritual de presentear o falecido.Túmulo dos Patriarcas
7. O sepultamento, diferente do enterro, consiste em colocar o corpo em uma sepultura e não em uma cova.
8. Os sepultamentos dentro de igrejas eram muito comuns na Europa até que, no século XIV, a peste negra dizimou milhões de pessoas, fazendo com que não fosse possível comportar tantos corpos. Assim, os enterros foram instituídos.
Esqueleto encontrado em igreja pelo historiador de arte Paul Koudounaris
9. No Brasil, os sepultamentos em igrejas existiram até a década de 20, quando foram construídos os primeiros cemitérios. Antes disso, apenas escravos e indigentes eram enterrados, enquanto os homens livres eram sepultados nas igrejas. Devido a esse costume, era possível "medir" o tamanho de uma cidade pela quantidade de igrejas que ela possuía.
10. Estima-se que o maior cemitério do mundo é o "Wadi Al-Salaam", no Iraque, com mais de 5 milhões de corpos.
11. Já a cremação, técnica que reduz um corpo a cinzas, foi criada por volta de 1000 a.C. pelos gregos e romanos, que acreditavam que o sepultamento era para criminosos e seria mais digno ter o corpo cremado.
12. Até 1964, a Igreja Católica não permitia que seus fiéis fossem cremados. Atualmente, mesmo sem a proibição, o hábito do enterro ainda continua muito forte em países católicos.
13. No Brasil, quem não possui um espaço privado no cemitério é enterrado nas "quadras gerais". Após três anos, o corpo é exumado e os restos são direcionados a um ossário.
14. Os valores para a cerimônia de velório e o enterro variam muito de cidade para cidade. O jornal Estado de Minas fez um levantamento na capital e verificou que os preços podem divergir de R$ 3,77 mil a R$ 43,6 mil.
15. Já o site Crematório Vila Alpina aponta que as cremações custam de R$ 4,5 mil a R$ 9 mil no país.
16. Enterrar um corpo em terreno privado, e não no cemitério, é considerado crime de ocultação de cadáver.
17. Na China, o preço do metro quadrado dos sepulcros chega a mais de R$ 20 mil.
18. Algumas funerárias oferecem transmissão ao vivo do velório para parentes e amigos que não podem comparecer.
19. Pensando em diminuir o impacto ambiental, já que o caixão, as roupas e o líquido tóxico da decomposição do corpo podem atingir os lençóis freáticos, foram criados caixões de material biodegradável. Porém, são pouco solicitados por sua aparência.
20. No início, os velórios eram realizados nas casas das famílias e todos os parentes e pessoas próximas compareciam e entregavam flores. Com o surgimento de lugares próprios para isso, muitos não podiam se deslocar até o local do velório e passaram a enviar as flores e cartas, que muitas vezes, na emoção do momento, não eram lidas. Para mostrar a todos que, mesmo não comparecendo, aquela pessoa se importava com o morto, passou-se a enviar flores e faixas com um recado em letras garrafais. Assim, todos os presentes poderiam saber quem enviou e a mensagem. Essa é a origem mais provável para a coroa de flores.
21. A tanatopraxia é uma técnica para conservar cadáveres e consiste em duas etapas. Na primeira, há a substituição do sangue por um fluido à base de formol. Depois, utilizando uma bomba de aspiração, são retirados gases e fezes. O corpo ainda é limpo, e o profissional cuida dos cabelos, da barba, das unhas e até da maquiagem do falecido. O procedimento custa em média entre R$ 500 e R$ 1.000.