Baixe agora o app da Tribo Gamer Disponível na Google Play
Instalar

Vale a pena gastar mais em uma placa de vídeo para segurar mais anos? Vamos viajar no tempo!

Montar um PC gamer não é fácil, e entre as várias dúvidas cruéis que passamos na hora de escolher as peças, surge essa: "e se eu comprar uma placa mais potente, para segurar mais uns anos?". Ter um PC para jogar é sempre uma luta contra a inevitável obsolescência. Qual será a melhor alternativa? Despejar mais dinheiro agora e ganhar uns anos, ou ir usando as mais baratinhas mas trocar com mais frequência?

Para fazer esse comparativo, vamos viajar no tempo, de volta para 2013. Pegaremos hipotéticos gamers que compraram placas AMD ou Nvidia, e que atacaram em duas frentes: os que compraram a topo de linha da época e os que compraram placas mais baratas, mas fizeram duas trocas até os dias de hoje. Ficaria mais ou menos assim:


Imagem

Entusiasta "maratonista" Nvidia:

- Comprou uma GeForce GTX 780, preço de US$ 649 em 2013. Usa até hoje.

Moderado "fã de upgrade" Nvidia:

- Comprou uma GeForce GTX 760 por US$ 249 em 2013

- Uma GeForce GTX 960 2GB  por US$ 199 em 2015

- Uma GeForce GTX 1060 3GB por US$ 199 em 2016.

Imagem

Entusiasta "maratonista" AMD:

- Comprou uma R9 290X por US$ 549 em 2013. Usa até hoje.

Moderado "fã de upgrade" AMD:

- Comprou uma Radeon R9 270 por US$ 179 em 2013.

- Uma R9 380 2GB por US$ 199 em 2015

- Uma RX 480 4GB por US$ 199 em 2016.

Esses perfis hipotéticos trazem o seguinte custo, ao longo dos anos:

Entusiasta AMD = US$ 549

Cara dos upgrades AMD = US$ 577

Entusiasta Nvidia = US$ 649

Cara dos upgrades Nvidia = US$ 647

Utilizamos como referência o preço de lançamento das placas, e também utilizamos o seu custo no mercado internacional para escapar das oscilações do nosso mercado, especialmente quando nos referimos ao preço cobrado por produtos em seu lançamento. Pelo preço de uma placa de alto desempenho de 2013 deu para comprar três intermediárias ao longo dos anos nas duas marcas.

Para realizarmos os testes, utilizaremos as versões mais recentes de drivers no momento que fizemos o vídeo (Nvidia GeForce 375.70 e AMD Crimson 16.10.1). São dois games por ano, configurados em seu pre-set gráfico alto (evitamos qualidade ultra para não penalizar em excesso as placas intermediárias). Foram usados Bioschok Infinite e Metro Last Light (2013), Rise of the Tomb Raider  e The Witcher 3 Wild Hunt (2015). e Tom Clancy's The Division e FarCry Primal (2016). Todos os games utilizam a API DirectX 11, com exceção de Rise of the Tomb Raider, que utilizou DX 12.

Para os testes, utilizamos o PC dos Sonhos Adrenaline, um hardware que garante que não estamos limitando a performance disponível nas placas, extraindo assim todo seu potencial.

PC dos Sonhos 2016 - veja a montagem e performance da supermáquina para nossos gameplays e artigos!




O que é melhor? Uma topo de linha por três anos ou ir trocando e ter três placas gamers intermediárias?



Imagem

Analisando os dados, temos algumas conclusões bem interessantes: a primeira é que sim, gastar a mais com a placa de vídeo e esticar seu ciclo de vida pode ser uma estratégia interessante para quem não quer ficar procurando todo ano uma nova placa de vídeo. Especialmente no caso da AMD, a placa topo de linha chegou ao fim desse ciclo de 3 anos conseguindo uma performance capaz de "embolar" com as placas intermediárias com as novas tecnologias Pascal e Polaris, lembrando que nos anos anteriores ela trouxe muito mais desempenho que as placas intermediárias.

Um fator muito interessante foi ver que os donos da GeForce serie 700 tem razão, sua placa "envelheceu" mal. A Radeon RX 290X já possuía uma vantagem que girava em torno de 20% sobre a GTX 780 referência na rodada de testes com games de 2013, porém em 2015 e 2016 foi aumentando a diferença entre as duas placas de alta performance, que culminou em uma variação na casa dos 40%. Enquanto a R9 290X sustentou acima dos 60FPS ao longo de todos nossos testes e ainda se aproxima das placas intermediárias de 2016, a GTX 780 chegou ao final dos três anos incapaz de manter uma média de 60FPS em qualidade alta.

A GTX 780 envelheceu pior que a R9 290X, e a diferença de desempenho entre as duas aumentou

Isso mostra um fator de risco. O dono da GTX 780 (lançada em março por US$ 649) que a comprou no começo do ano pagou mais caro que o dono da R9 290X (lançada em outubro por US$ 549), mas chega consideravelmente pior em 2016. A longevidade das plataformas é algo difícil de prever hoje, então só em 2019 para sabermos se é um bom negócio investir pesado em uma Polaris ou uma Pascal nesse exato momento.




Placas topo de linha versus de intermediárias

Então é uma boa ideia gastar mais? É preciso levar outros fatores em consideração. Primeiro é que a R9 290X até mantém a performance digna das placas intermediárias de 2016, porém ela tem muito mais consumo e aquecimento. O contraste fica evidente especialmente quando colocamos ela do lado da Zotac GeForce GTX 1060 Mini, que só tem uma ventoinha, um conector de energia de 6 pinos e é MUITO menor que ela. Outro detalhe importante é a revenda: o usuário que trocou duas vezes de placa pode vender as suas anteriores. Sendo bem pessimista, ele consegue resgatar ao menos 50% do valor gasto após um ano, o que quer dizer que uns 200 dólares da conta podem ser subtraídos tanto do lado AMD quanto Nvidia para a estratégia de "atualizações constantes". O dono da topo de linha de 2013 pode vendê-la hoje, mas considerando que ela não é melhor que uma placa intermediária de 200 dólares, é pouco possível que ele recupere sequer um terço do valor que gastou para adquiri-la.

Imagem

O último fator a se levar em consideração são as gerações. Enquanto há vários anos com melhorias incrementais discretas de uma geração para outra, há momentos de grandes mudanças. A troca do ano de 2015 para 2016 foi a mudança dos 28 nanômetros para os 14/16nm FinFET, onde as novas placas apresentaram verdadeiros saltos em desempenho e eficiência. Se a estratégia de "esticar uma topo de linha" for realizada no final de um desses ciclos, o resultado pode ser bem negativo, lembrando que uma GTX 1060 fica "na mesma balada" de uma GTX 980, e uma RX 480 não fica longe de uma R9 390. Aqui entra o elemento de futurologia: não sabemos quanto tempo pode durar um ciclo em uma litografia e uma arquitetura, então apostar em uma corrida muito longa pode trazer resultados negativos caso aconteçam grandes evoluções em pouco tempo. Os 10 nanômetros, por exemplo, já foram anunciados em chips para smartphones. Será que demoram para vir para as placas de vídeo?

Vantagens de investir pesado e ficar com a mesma placa vários anos:

- Joga em mais qualidade nos primeiros anos

- Não precisa fazer upgrade logo para continuar jogando

 

Vantagens de usar uma placa intermediária e atualizar com mais frequência

- Gasta menos a longo prazo revendendo a placa anterior

- Mantém um nível de qualidade relativamente constante e joga melhor no último ano

- Não demora a aproveitar novas tecnologias

- Tem placas com menor consumo e aquecimento

Por fim, o que fazer? Se você não gosta de ficar pesquisando por novos componentes com frequência, quer comprar uma placa e não se incomodar com isso por uns anos, o investimento em uma placa mais potente vai sim segurar mais a passagem do tempo, e pode garantir um nível de performance que placas intermediárias só alcançaram em torno de três anos. Também é bom lembrar que isso não significa o fim: com os devidos ajustes, mesmo a GeForce GTX 780 ainda roda os games atuais com boa qualidade e alta taxa de quadros, e a R9 290X está superando os 60FPS em qualidade alta, o que significa que ambas ainda tem horas de gameplay pela frente. Para o usuário mais entusiasta, fã de mudanças e disposto a trocar a cada nova geração, ele vai ter que lidar com inconvenientes como precisar vender seus hardwares anteriores e se manter atualizado sobre as novidades para que essa estratégia funcione mas, em contrapartida, vai jogar em boa qualidade ao longo desses anos gastando menos. Não no Ultra, como as placas topo de linha vão conseguir principalmente no começo, mas ao menos no High dá pra conseguir.

Por fim, os resultados também mostram o potencial para uma estratégia intermediária: pegar placas um pouco mais potentes, como uma Radeon R9 290 e uma GeForce GTX 770, e realizar a troca a cada dois anos. Assim você une a melhor performance desses modelos mais próximos aos topo de linha com atualizações mais regulares para aproveitar as evoluções das novas gerações.

Fonte: Adrenaline

Comentários

06 Dez, 2016 - 11:45

Comentários