Bravos Soldados é o Cavaleiros do Zodíacos que queríamos e não sabíamos
Cavaleiros do Zodíaco: A Batalha do Santuário não foi um jogo particularmente bom. Ele tinha as músicas, as referências, os diálogos e os golpes do desenho original, mas a mecânica e os controles não chegavam nem ao terceiro sentido, que dirá o sétimo. Em Bravos Soldados, a Namco Bandai parece ter queimado um pouco mais o cosmo em serviço.
Se você olhar de longe, vai achar que o novo Saint Seiya de PlayStation 3 é quase igual ao que saiu no ano passado: os cenários, as animações dos personagens e a cara do jogo de modo geral estão no mesmo pique do anterior. A impressão é que pegaram Batalha do Santuário, tiraram a parte besta de enfrentar mil inimigos e se concentraram só nos embates um-contra-um que pontuavam cada fim de festa. E era isso que a gente queria, mesmo que não soubesse. O que a Dimps, desenvolvedora que trabalhou nos dois games, fez, foi "Narutar" os Cavaleiros.
Isso quer dizer que as tretas de Bravos Soldados são bastante parecidas com as da série Ultimate Ninja Storm, que a CyberConnect 2 tem desenvolvido já há algum tempo. A câmera é "cinematográfica", pegando o personagem do Player 1 meio de trás, e você move os seus guerreiros de Atena (ou de Poseidon, ou de Hades) livremente na arena, com esquivas rápidas e corridas movidas a cosmo, que te levam diretamente para onde o oponente está. Tem até a "defesa instantânea", que te teletransporta para trás do inimigo no meio de um combo dele, garantindo segurança e a chance de um contra-ataque ao custo de um pouco da sua barra de especial.
O cosmo é ponto central da ciência da pancadaria no novo Saint Seiya. Imagine se, em Street Fighter, todo Hadouken gastasse alguma coisa. Aqui as coisas funcionam assim: você tem os dois golpes básicos, um forte e um fraco, e acionar o cosmo junto com mais algum dos botões ativa um especial que pode ser emendado aqui e ali. Ao juntar três barras de cosmo você tem acesso ao Big Bang Attack do seu Cavaleiro, que pode ser um Meteoro de Pégaso, um Cólera do Dragão (Shiryu da primeira temporada) ou Excalibur (Shiryu da segunda temporada) – personagens com skins diferentes podem ter especiais diferentes, mas funcionam basicamente do mesmo jeito.
Em tese a receita é de ouro, mais uma vez. Muitos personagens, muitas referências, e foco no que precisava ser foco desde o início: as lutas. Ainda mais com um sistema parecido com o de Ultimate Storm, o que rende umas pancadarias lindas e altamente bacanas. Mas há dois poréns: ele tem um ritmo bem mais lento e parece oferecer uma variedade bem menor de combos e estratégias, além de favorecer mais a defesa do que o ataque. Vale mais a pena ficar de tartaruga e contra-atacar, já que não há (ou não vimos) nenhum jeito de quebrar os bloqueios alheios.
Isso não quer dizer que Bravos Soldados não seja divertido por si só, apesar de o fato de ele ser um game de Cavaleiros do Zodíaco ajuda bastante. Mesmo sem uma profundidade muito grande, dá para se divertir de verdade carregando cosmos, trocando magias e esquivando sempre que possível. A sensação é que o game tem seu próprio grau de estratégia. O jogo ainda tem a promessa de personalização dos seus Soldados, como havia em Batalha do Santuário, um modo história e multiplayer online pela PlayStation Network. Agora é só esperar que que o cosmo queime um pouco mais forte desta vez.
Rudwolf 14 Ago, 2013 17:19 0
reiner9 14 Ago, 2013 14:48 0
Taranto 14 Ago, 2013 13:53 0
EspadaLeal 14 Ago, 2013 12:44 0
Ghirard 14 Ago, 2013 12:05 0