The Crew: Uma nova forma de correr
Gran Turismo 6, DriveClub, Forza Motorsport 5, Need for Speed: Rivals... Ao longo da última E3, eu tive a certeza de que aquele era o evento dos jogos de corrida. Todas as conferências trouxeram pelo menos um game do gênero para chamar a atenção dos fãs de alta velocidade tanto nesta quanto na próxima geração.E talvez tenha sido por isso que, à primeira vista, The Crew não me chamou a atenção. Era apenas mais um título entre tantos e, de quebra, sem a tradição nas pistas que as outras franquias carregavam. No entanto, o que eu não percebi naquele momento era que esse fator novidade era o grande diferencial da Ubisoft.
Dois meses após o anúncio oficial, o estúdio continua investindo forte na construção da imagem de que o game é uma experiência diferente daquela que com estamos acostumados. E se, durante a E3, tínhamos apenas uma rápida demonstração e algumas declarações um tanto vagas sobre o que esperar da prometida inovação, o tal futuro já parece bem mais claro agora.
Pilotos sociais
A primeira coisa que chama a atenção em The Crew é a possibilidade de correr em um imenso mundo aberto. De acordo com a Ubisoft, são mais de 5 mil km² de área para ser explorados e 10 mil quilômetros de rodovias para que você teste a potência de seus carros e pise fundo no acelerador de uma costa a outra dos Estados Unidos.
No entanto, nada disso é novidade. Apesar da grandiosidade do mapa, a liberdade de direção era algo que já vimos em jogos como Forza Horizon e até mesmo no saudoso Need for Speed: Underground 2. A diferença aqui é como você se relaciona com esse ambiente.
Desde o início, The Crew foi apresentado como um jogo de "corrida social". E por mais bizarro que isso tenha soado em um primeiro momento, as várias declarações e entrevistas feitas por membros da equipe de desenvolvimento mostraram que o foco aqui não é apenas correr, mas criar um universo único e que vai muito além de alcançar o primeiro lugar.
Em entrevista ao site VG247, o diretor criativo do título, Julian Gerighty, explicou que o grande trunfo de The Crew é exatamente esse mundo persistente em que não basta competir, mas colaborar e interagir com outros jogadores. É se unir a outros pilotos para criar uma equipe e, com isso, se tornar mais forte e competitivo.
Mas por que eu iria querer trabalhar com desconhecidos? A resposta é simples: ao lado de outros jogadores, você pode participar de novos tipos de corrida, cumprir determinados desafios e aumentar suas chances de se tornar um corredor de renome. É unir recursos e esforços para vencer.
E segundo a desenvolvedora, é exatamente isso o que difere The Crew de todos os demais jogos de corrida que temos no mercado até hoje. Como Gerighty destaca, o game foi concebido imaginando esse tipo de conectividade, o que faz com que essa interação com outras pessoas seja a base de toda a jogabilidade. E não se trata apenas de encontrar jogadores, mas de participar de campeonatos e outros eventos diferentes que vão cruzar seu caminho.
O ponto é que toda a socialização, a existência de um mundo persistente e demais funcionalidades online servem como uma forma de atrair o jogador para esse tipo de ambiente. Ao contrário da EA, que insiste em políticas restritivas na maioria de seus jogos — vide o caos do lançamento de SimCity — a Ubisoft trouxe uma forma mais amena de manter o jogador conectado.
De acordo com Gerighty, é possível se aventurar pelas pistas de The Crew no modo offline, embora isso acabe com boa parte daquilo que torna o jogo único. Desse modo, para aproveitar tudo o que o título tem a oferecer, é preciso de uma conexão à internet. Não se trata de forçá-lo a estar lá, mas criar maneiras que façam você querer usar tudo aquilo.
Essa união da campanha principal com elementos multiplayer — tanto competitivo quanto cooperativo — é uma tendência que a Ubisoft vem abraçando com força, principalmente para a nova geração. E em The Crew, isso parece estar ainda mais forte.
Um carro para chamar de seu
Mas não é porque a Ubisoft quer investir na parte social que os carros serão deixados de lado. Como todo bom jogo de corrida, as grandes máquinas ainda são as estrelas e o que vai atrair os apaixonados por alta velocidade.
E apesar de a produtora não ter especificado a quantidade exata de veículos diferentes que teremos à nossa disposição — se limitando a prometer um bom número de marcas e uma grande variedade de modelos —, o que certamente vai animar os fãs do gênero é a liberdade oferecida na personalização.
O diretor criativo conta que será possível alterar completamente seu carro, modificando cada uma de suas características fundamentais. E não se trata apenas de melhorar o desempenho nas pistas ou deixar seu visual mais perto de seu gosto, mas de mexer em sua estrutura para que a direção se encaixe em seu estilo de jogo e também em suas necessidades.
O jornalista Alessandro Fillari, do site Destructoid, descreve um pouco de como esse sistema de tuning vai funcionar. Segundo ele, você tem tanta liberdade para brincar com seus carros que é possível transformar um muscle car em um veículo competitivo para uma prova off-road apenas mexendo em seus pneus e sistema de suspensão — e é exatamente nessas experimentações que está a principal diversão de The Crew.
Além disso, ele explica que você recebe uma peça aleatória a cada vitória, o que funciona como um grande incentivo para que você comece a brincar com seu carro, testando novas possibilidades e evoluindo seu possante.
E à medida que você avança na história, o jogo oferece algumas vantagens e outros benefícios que vão ajudá-lo nas pistas. Como a trama gira em torno de um policial infiltrado em um grupo criminoso que participa de corridas — bem ao estilo "Velozes e Furiosos" —, você vai fazendo parceria com policiais e outros grupos, o que oferece perks que vão ajudá-lo a escapar de perseguições em disputas ou melhorar seu drift.
Na palma de sua mão
E para fazer com que tudo isso fosse possível, a Ubisoft trabalhou em um novo motor gráfico que fosse capaz de gerar todas essas experiências ao mesmo tempo em que oferecesse uma mecânica acessível. Tanto que a jogabilidade consegue unir muito bem a simplicidade dos arcades com todos os detalhes dos simuladores.
De acordo com Julian Gerighty, uma das maiores preocupações do estúdio era fazer com que tudo em The Crew fosse ágil e dinâmico. Tanto que até mesmo os menus são gerenciados em tempo real a partir do smartphone do protagonista. Com isso, não há a burocracia incômoda de trocar de tela, procurar a opção desejada e ativar determinada função.
É aí que entra a segunda tendência que a Ubisoft quer trazer para o game. É possível conectar seu celular ou tablet ao jogo e usar a segunda tela para gerenciar sua garagem, coordenar eventos e até mesmo encontrar seus amigos dentro do imenso mapa.
Dinizap9 28 Ago, 2013 02:20 0