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Google encerra Drive ilimitado e universidades buscam alternativas

Universidades brasileiras que possuem parceria com o Google estão recebendo um aviso de que o serviço ilimitado de armazenamento em nuvem do Workspace for Education será encerrado no ano que vem, quando cada instituição terá 100 TB para dividir entre todos os usuários. Por causa disso, as escolas de ensino superior já começam a pensar em alternativas, já que o novo modelo é considerado insuficiente.

O acordo do Google de disponibilização do Drive infinito começou há cerca de cinco anos. A partir desse acesso, professores e alunos que tinham um e-mail da instituição poderiam usufruir do benefício do armazenamento sem limites.

À época, a empresa de tecnologia justificou que estava oferecendo o serviço gratuito porque ele seria importante para melhorar a metodologia de ensino e facilitar o aprendizado dos estudantes, tudo de uma forma integrada e móvel. Antigamente, esse sistema corporativo era chamado de G Suite, tendo mudado para Workspace a partir do ano passado.

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Encerramento da nuvem ilimitada

Tevemos acesso à situação através de um e-mail enviado por um professor de uma universidade pública para os seus alunos. Na mensagem, ele alerta que o serviço de drive na nuvem ilimitado será encerrado em julho de 2022 "por causa do uso indevido dos serviços Google Workspace for Education (antigo G Suite) no armazenamento de filmes, séries e livros".

Ele diz aos estudantes que enviou o e-mail para lembrá-los de tirar arquivos pessoais importantes do Google Drive e colocar em um outro ambiente, já que o espaço ficará menor.

Como afetará universidades

A reportagem entrou em contato com a Universidade de São Paulo (USP). Ela possui um convênio com o Google, mas afirma que até 19 de abril não havia sido notificada sobre o encerramento do espaço ilimitado dos drives do Workspace for Education. A assessoria da instituição de ensino disse que 95 mil contas (incluindo alunos de graduação, pós-graduação e docentes) utilizam o serviço.

Em 2016, a universidade tinha calculado que cerca de R$ 6 milhões seriam economizados por ano com a parceria, já que os custos para manter serviços em nuvem são relativamente altos. Com o fim do sistema, a USP disse que "buscará formas alternativas para suprir essa necessidade. O mercado já dispõe de alternativas como a utilização de software livre e empresas que buscam parcerias com universidades, por exemplo".

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Também procuramos a Universidade Federal Fluminense (UFF). Helcio Rocha, diretor da Superintendência de Tecnologia da Informação (STI), conta que a escola de ensino superior foi avisada em 26 de fevereiro deste ano sobre as mudanças.

Ele conta que a UFF tinha, até o final do mês de abril, um total de 110.141 usuários com acesso a e-mails do Workspace for Education. O representante afirma que a universidade será bastante impactada pelas novas regras.

"Com a limitação e o espaço reduzido, teremos que pensar em alternativas de armazenamento. Isso implica em contratação de serviços e/ou ampliação da capacidade em nosso Data Center Institucional", conta Rocha.



Ele sustenta que, com a pandemia, as novas tecnologias aplicadas ao ensino produzem muito material digital (textos, vídeos, imagens e áudios), e que isso requer muito espaço. "Considerando que o número de contas ativas atualmente em nossa comunidade acadêmica é alto, nós teremos um limite de armazenamento por usuários muito baixo", finaliza.

A reportagem também entrou em contato com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), outra instituição que possui convênio com a empresa de tecnologia. Contudo, a UTFPR não respondeu a pedidos de comentários sobre o assunto que foram feitos por e-mail e WhatsApp.

O que diz o Google

O Google confirma que encerrará o serviço ilimitado em julho de 2022. A justificativa é que a empresa observou que "o armazenamento não vinha sendo utilizado de forma otimizada, e os gestores de escolas nem sempre possuíam as ferramentas necessárias para administrar essa questão".

No lugar do espaço sem limites, será oferecida uma base gratuita de 100 TB na nuvem, que será dividida entre todos os usuários de cada instituição de ensino. Para se ter uma ideia, pegando o caso da USP, cada pessoa com acesso ao serviço teria (em média) aproximadamente 1,07 GB de espaço a partir da nova regra. No caso da UFF, o espaço para cada usuário seria ainda menor: aproximadamente 900 MB.

Esse novo sistema de armazenamento na nuvem é chamado "pool" e, segundo o Google, oferecerá "um controle melhor sobre sua experiência no Google Workspace for Education". "Os administradores poderão definir limites de armazenamento no nível da unidade organizacional e do usuário, controlar unidades compartilhadas, entre outros recursos", complementa.

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Ainda de acordo com a companhia, a mudança afetará menos de 1% das instituições que usam o Workspace for Education, sendo que todos os clientes que adquirirem o novo serviço a partir do final de 2020 já não terão mais o drive ilimitado.

"Vamos ajudar os administradores a se ajustar ao novo modelo e otimizar seu espaço, disponibilizando ferramentas que ajudem a identificar e gerir o uso e a alocação do armazenamento. Isso será feito com bastante antecedência em relação à entrada em vigor das novas regras. As instituições impactadas serão procuradas para discutir uma ampla gama de opções para garantir o espaço de que precisam", defende a organização.

Por último, a empresa afirma que a nova política de armazenamento no Google Workspace for Education é global e que o Brasil não é uma exceção.

Fonte: Tecmundo

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10 Mai, 2021 - 10:44

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