Supercomputadores chineses são novo alvo dos EUA em guerra fiscal
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos emitiu um comunicado onde confirma que diversas empresas e institutos da China envolvidos com supercomputação e aplicações militares foram banidos de fazer negócio com empresas estadunidenses. Conforme aponta a agência Reuters, esse é o mais recente esforço do Governo Donald Trump para restringir o acesso de firmas chinesas a tecnologias dos Estados Unidos como parte de sua estratégia na guerra fiscal entre as duas nações.As novas empresas e organizações adicionadas para a lista foram Sugon, Instituto de Computação de Wuxi, Higon, Circuitos Integrados de Chengdu e a Chengdu Haiguang Tecnologia de Microeletrônicos — além de diversos nomes alternativos para as cinco entidades. A justificativa para isso são preocupações com aplicações militares e supercomputadores que elas estão desenvolvendo.
"Não importa se isso [o banimento] tem como objetivo inibir a tecnologia chinesa ou o seu desenvolvimento a longo prazo, ou até mesmo colocar pressão na China nas negociações fiscais, os Estados Unidos não irão alcançar os seus objetivos".
- Editorial publicado pela Rádio Internacional da China
Num editorial publicado recentemente, a estatal Rádio Internacional da China disse que a decisão do Governo dos EUA é mais uma ação numa série de tentativas de violar o acordo feito entre Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping num encontro na Argentina em dezembro de 2019.
Enquanto isso, os Estados Unidos estreitam suas relações comerciais com outro país asiático, o Japão. Recentemente, a Nvidia confirmou uma parceria com a japonesa Softbank Holdings Group para realizar chips com tecnologia ARM em supercomputadores. Ultimamente, a fabricante tem priorizado negociar com empresas japonesas e europeias no lugar das suas equivalentes chinesas.
"Sobre a China, eu penso que eles claramente indicaram que possuem uma estratégia de aceleradores e processadores domésticos que irão perseguir e isso claramente é o que estão fazendo".
- Ian Buck, vice-presidente da unidade de computação acelerada da Nvidia