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Funcionários da Microsoft protestam projeto do HoloLens com Exército dos EUA

"HoloLens para o Bem, Não para Guerra", diz carta aberta a CEO e presidente



Um grupo de funcionários da Microsoft, conhecido como Microsoft Workers 4 Good (Trabalhadores da Microsoft para o Bem, em tradução livre) está protestando um contrato envolvendo a empresa e o Exército dos Estados Unidos da America, que usaria a tecnologia do óculos de realidade aumentada HoloLens para melhorar a performance de combate de soldados.

O projeto, conhecido como IVAS (Integrated Visual Augmentation System, ou Sistema de Melhoria Visual Integrada, em tradução livre), tem como objetivo "desenvolver, testar e manufaturar rapidamente uma plataforma única que Soldados possam usar para Lutar, Praticar e Treinar que traga melhor letalidade, mobilidade e noção de espaço necessários para atingir superioridade contra nossos atuais e futuros adversários", e tem orçamento estimado de US$ 479 milhões.

Em resposta ao projeto, os funcionários divulgaram uma carta aberta ao CEO Satya Nadella e presidente Brad Smith a cancelarem o contrato e não desenvolver tecnologias que possam ajudar diretamente na morte de pessoas.



"Somos uma coalizão global de funcionários da Microsoft, e nos negamos a criar tecnologias para guerras e opressão", diz a carta, intitulada HoloLens para o Bem, Não para Guerra. "Estamos chocados pela Microsoft estar trabalhando para desenvolver tecnologias armamentistas para as Forças Armadas dos EUA, ajudando o governo de um país a 'aumentar a letalidade' utilizando ferramentas criadas por nós. Não fomos contratados para criar armas, e exigimos nossa opinião sobre como nosso trabalho será utilizado."

"Embora a companhia tenha, no passado, licenciado tecnologias para as forças militares dos EUA, ela nunca chegou ao ponto de desenvolver armas. Com este contrato, ela chegará. A aplicação do HoloLens para o IVAS é voltado para ajudar a matar pessoas. Ele será utilizado no campo de batalha, e funciona ao transformar a guerra em uma simulação de 'video game', distanciando ainda mais os soldados do peso sombrio da guerra e as realidades do derramamento de sangue."

"Intenção de ferir não é um uso aceitável de nossa tecnologia."

Os funcionários pedem pela fim do contrato, fim do desenvolvimento de tecnologias, e a criação de um comitê de ética independente para manter uma política não-armamentista dentro da empresa.

"A missão da Microsoft é cada pessoa e organização no planeta a fazer mais", conclui a carta. "Mas, implícito nesta declaração, acreditamos que também seja a missão da Microsoft a empoderar cada pessoa e organização no planeta a fazer o bem. Também precisamos entender quem estamos empoderando e o que os estamos ajudando a fazer. Estender esta missão central para envolver métodos de guerra e enfraquecer os funcionários da Microsoft é desonesto, já que 'cada pessoa' também quer dizer empoderar a nós mesmos. Como funcionários e investidores não queremos lucrar com a guerra. Para isso, acreditamos que a Microsoft deve encerrar suas atividades para empoderar o exército americano para causar mais dor e violência."

A Microsoft não é a única empresa de tecnologia cujos funcionários protestam contra o desenvolvimento de tecnologias armamentistas: em maio, empregados do Google se demitiram pelo uso de inteligência artificial desenvolvido pela companhia para um projeto de drones do Pentágono.

Fonte: Theenemy

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24 Fev, 2019 - 17:56

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