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Operadora do Paquistão causou a queda do YouTube em dois terços do planeta

Na noite da última terça-feira (16/10), o YouTube ficou fora do ar para boa parte dos seus usuários. Depois de algumas horas – e um ligeiro pânico por parte do público - o serviço foi restabelecido. Agora, passada a tempestade, foi descoberta a causa do crash: uma barbeiragem de uma operadora do Paquistão, que queria censurar o trailer de um filme considerado anti-islâmico. E acabou derrubando o acesso ao serviço de vídeos do Google em dois terços do planeta.

Sim, é isso mesmo. Mas vamos do começo, que a história é boa: na última sexta-feira (12/10), a Autoridade de Telecomunicações do Paquistão ordenou que 70 provedores de serviços de internet bloqueassem o acesso ao YouTube, por causa do trailer de um filme do holandês Geert Wilders, que retrata o Islã como fascista e propenso a incitar a violência contra mulheres e homossexuais.

Pois bem. A princípio, o bloqueio deveria atingir somente o Paquistão, mas ele estendeu-se a dois terços do planeta, começando às 13h47 (horário de Brasília) do domingo (14/10) e foi se espalhando. E foram dois os erros que permitiram que o bug se alastrasse mundo afora.

Em entrevista ao canal norte-americano ABC, Todd Underwood, vice-presidente e gerente geral de serviços da Renesys, uma empresa de Manchester que monitora o tráfego da internet, a operadora paquistanesa Pakistan Telecom estabeleceu uma rota que direcionava os pedidos de acesso aos vídeos do YouTube de assinantes locais para uma espécie de buraco negro, onde os dados eram descartados.O erro da operadora foi, na sequência, publicar essa rota para a PCCW Ltd, sua operadora de dados internacional, e que fica baseada em Hong Kong.

E isso nos leva ao segundo erro que culminou com a queda: a PCCW aceitou essa rota e começou a direcionar as solicitações de acesso ao YouTube para o Paquistão. E como ela é uma das 20 maiores operadoras de dados do mundo, sua tabela de roteamento foi passada para outras grandes operadoras sem qualquer tentativa de verificação. Com isso, todos os pedidos de acesso de boa parte do planeta estavam indo para o país islâmico. Como ele estava bloqueado por lá, os usuários davam de "cara na porta", ou seja, não conseguiam usar o serviço de streaming de vídeos do Google.

"Uma vez que uma rede muito grande recebe um erro como esse, ela se propaga para a maioria ou toda a Internet muito rapidamente", disse Underwood. "A Pakistan Telecom estava se passando pelo YouTube para grande parte do mundo".

A ABC entrou em contato com Rex Stover, vice-presidente de vendas corporativas da PCCW Global. Ele afirmou que a empresa ainda está tentando descobrir o que aconteceu e por quê.

Já o You Tube, em comunicado, declarou: "Estamos investigando e trabalhando com outras pessoas na comunidade da Internet para evitar que isso aconteça novamente". Uma porta-voz do serviço de streaming de vídeos não confirmou se os clipes que ofenderam o governo do Paquistão foram removidos. Vários deles, com entrevistas de Wilders, ainda estavam no site até a última segunda-feira (15/10).

Com informações da ABC.

Fonte: Olhardigital

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17 Out, 2018 - 22:41

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