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E3 2017: Modo single player de Call of Duty: WW2 parece ser emocionante, mas falta alma

FPS oferece a mesma emoção que os jogos anteriores, mas não é tão autêntico quanto propunha ser.



O retorno de Call of Duty: WW2 às raízes históricas não é apenas uma mudança drástica de cenário para a franquia que estava focada em criar jogos com ambientação futurista e de alta tecnologia - é também, em geral, o retorno a um shooter mais pé-no-chão. Os armamentos avançados e a mecânica de mobilidade melhorada do último punhado de jogos da série obviamente não fazem questão de armas adequadas ao período e movimentação que não fica melhor do que passar por cima do objeto de cobertura, seja ele um muro ou um veículo.

Mas, baseado na preview "hands-off" de 15 a 20 minutos na E3 2017, Call of Duty: WW2 parece estar fazendo um pouco mais para aumentar a vulnerabilidade do personagem na campanha single-player. Aqueles que estão a procura de uma fantasia poderosa oferecida pelo Advanced Warfare, podem não ter a mesma diversão ao rastejar pela lama e terem torres com sinos caírem em cima deles e dos seus companheiros. Mas parece que há muitos trechos cinematográficos para manter a experiência emocionante - só de formas diferentes. Se isso é compatível ou não com a experiência autêntica de uma Guerra Mundial, o que os diretores criativos parecem estar focando é uma história. Por outros lado, quantos de nós estamos procurando uma reflexão tocante e repleta de significado sobre as atrocidades da guerra, de uma série conhecida pela sua ação bombástica?

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O que eu vi do single-player de Call of Duty, foi um trecho intenso de 20 minutos de gameplay, ambientando em um vilarejo europeu completamente destroçado. Como mencionamos após nossa visita ao estúdio da Sledgehammer, você joga com Ronald "Red" Daniels, um jovem de 19 anos de idade do Texas. Red não é um super-soldado - sem treinamento em forças especiais ou experiência militar prévia, ele é só um garoto com uma arma em um ambiente completamente estranho. Ele pode não ser o arquétipo com o qual estamos acostumados, mas, não obstante, ele ainda é um arquétipo - um jovem americano que quer defender a sua pátria, mas que, provavelmente, não faz ideia da confusão na qual ele se meteu. Nós vimos essa história repetidas vezes (assim como o cenário do jogo em um teatro do oeste europeu... de novo), mas a ideia do Call of Duty de fazer uma transição acentuada após anos explorando guerras futuristas de alta tecnologia (que era também uma transição acentuada das suas raízes históricas) poderia ser admirável. Eu queria ter uma mente aberta.

Durante o curto preview "hands-off", eu vi Red e seu esquadrão cambalearem na lama, dar arrancadas atrás de cobertura, e acertar headshots e granadas precisamente calculadas nas forças inimigas. Edifícios desmoronados, madeira lascada, e cobertura improvisada caracterizavam o cenário destruído. Gritos de agonia foram pontuados pelo estouro dos rifles, um ambiente sombrio para enfatizar as notas dramáticas da trilha sonora. Fumaça escura e fogo tomam conta do céu. Uma bandeira de pano vermelho e o inconfundível círculo branco ficou em pé, rasgada abaixo do símbolo da suástica em si, que, de início, eu atribuí à devastação da cidade, mas depois eu achei estranhamente colocado. Esse novo Call of Duty parece que está tentando capturar um novo tipo de intensidade, mas eu não sei o quanto esse horror pode ser atribuído ao jogo em si, ou somente a nossa familiaridade com a notável violência da Segunda Guerra Mundial.



Talvez a maior mudança seja a falta de regeneração de vida. Ao invés de te permitir ficar fora de combate por alguns momentos para recuperar HP, agora você precisará depender de parceiros NPCs para cuidar do seu personagem. Eu gosto da ideia do que essa dinâmica pode trazer. Equilibrar vulnerabilidade pelo bem do tom e temática do jogo enquanto ainda mantém a "diversão", é algo difícil, e para Call of Duty - uma série que certamente não vai seguir a linha do Metal Gear Solid ou Spec Ops: The Line, no sentido de explorar a guerra - algo simples como a remoção da regeneração de vida é uma decisão esperta.

O resto do terror que eu vi acontecer na tela pareceu quase planejado, mantém a essência "filme de ação" de Call of Duty. Um tanque aparece bem na hora certa. Explosão. Red corre numa torre bem à tempo de escapar da destruição quando ela cai. Um homem tentando te ajudar tem a cabeça e o peitoral arrancados, e que sobrou do corpo fica no seu campo de visão enquanto você luta com o caos que te cerca. Há um quick-time event para escapar do gigante sino que está caindo na sua direção. Esses momentos pareceram legais, mas no fim das contas, aumentaram as apostas em maneiras desinteressantes - Red era encaixado de cena em cena de intensos encontros com a morte, mas não havia nada particularmente especial sobre momentos menos ilustres - quando ele era um jovem agachado atrás de cobertura com uma M1 suja enquanto seus amigos morriam em volta dele. É essa experiência que eu quero ver mostrada. Baseado no que eu vi da preview relativamente curta, só pareceu mais do mesmo.



Se Call of Duty 2: WW2 quer se vender como uma história "autêntica, honesta", como os diretores contaram ao site Mashable em abril, seria bom ver alguma coisa disso no jogo. É difícil evitar fazer a guerra parecer divertida em um gênero que tradicionalmente programou as mecânicas de mirar e atirar para causarem uma sensação boa, sem verdadeiramente explorar as consequências. Call of Duty não precisa necessariamente mudar isso. Mas como um jogo da Segunda Guerra pode "mostrar atrocidades" e "ir até lá" se é, aparentemente, medrosa demais para mostrar uma suástica? Como um jogo da Segunda Guerra Mundial pode ser sobre o custo de vidas de um dos conflitos mais devastadores do mundo, se ele está tão preocupado com dramatização? E se Call of Duty: WW2 quer ser só mais uma aventura épica repleta de emoção e ação, coisa pela qual a série é conhecida por fazer, por que não dizer isso logo?

Fonte: Ign

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15 Jun, 2017 - 15:07

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