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The Walking Dead é uma série com potencial desperdiçado

Spoilers abaixo!

As festas de fim de ano estão chegando. Como sempre, o dia 24/12 chega e você apenas toma café da manhã para guardar espaço para a ceia no final da noite. Até que chegam os pratos e todos eles têm uva passa. E a decepção invade o seu corpo. Talvez essa sensação seja o que resume essa primeira metade da sétima temporada de The Walking Dead.

Ela começou com um capítulo fantástico que com certeza será lembrado nos próximos anos. Depois disso, a produção se valeu de artifícios rasos para prender sua audiência a cada semana e jogou fora um grande potencial de desenvolvimento de personagens e de situações. E tudo isso tem um culpado: Scott Gimple.

O showrunner da série tomou uma péssima decisão ao preferir focar em núcleos individuais em vez de traçar um panorama geral em todos os episódios. Isso ficou muito claro no segundo capítulo, quando a audiência ainda estava chocada com as mortes da semana anterior e o roteiro freou bruscamente para apresentar Ezequiel e seu Reino. As escolhas erradas continuaram nas semanas seguintes, com Gimple propositalmente adiando abordar as consequências psicológicas dos assassinatos de Negan em Maggie e Sasha.

Não bastasse o arco completo ser tocado de maneira desastrosa: os episódios também contam com uma direção e uma edição que beira o ridículo. Em alguns momentos a trama avança vertiginosamente e logo em seguida vai para a direção oposta e só consegue deixar um gosto ruim na boca do espectador, um bom exemplo disso é o momento em que Rosita tenta atirar em Negan no oitavo capítulo — o roteiro choca o espectador e destrói o sentimento logo depois dos comerciais.

Fica claro que diversos momentos ali foram feitos somente para "encher linguiça", como o sexto episódio como um todo, que no fim das contas não avançou a trama da temporada e nem desenvolveu Tara, que protagonizou o  capítulo. Foram quarenta minutos de frustração e tédio.

É claro, a primeira metade da temporada teve seus momentos positivos, que criam uma expectativa de algo interessante, mas que logo é descartada. Uma clara ilustração disso é o diálogo entre Rick e Spencer no quarto episódio, quando o segundo confronta o líder de Alexandria e este responde de maneira que flerta com a psicopatia de Negan. A proximidade moral do "herói" e do "vilão" não é desenvolvida e foi descartada na semana seguinte.




É uma pena, já que a trama tinha potencial para explorar temas profundamente humanos e filosóficos mas prefere deixar tudo isso de lado para jogar seguro com sua audiência, tendo de confiar em mortes chocantes e tripas espalhadas para criar seu buzz na segunda-feira.  Só nos resta esperar que a queda no número de espectadores semanais sirva de algo na AMC e na mente de Scott Gimple.

Fonte: Jovemnerd

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12 Dez, 2016 - 17:34

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