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Será que estamos ficando cansados dos shooters em primeira pessoa?

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Quando eu tinha dez anos, eu me importava basicamente com duas coisas: hadoukens e pulos. Eu também estava interessando em algumas aventuras de vez em quando. Mas era isso.

Mesmo assim, tantos pulos assim enjoam até uma criança de dez anos e os hadoukens consomem muito de um jovem, então acabei me cansando dos dois. Aos poucos, mas não de repente, comecei a gostar do simples prazer de mirar com o cursor em seres virtuais e atirar em suas caras, e estou estou fazendo isso desde então.

É engraçado. Quando falamos de videogames e gêneros, nós costumamos pensar em termos quase permanentes, que nunca surgem novos. Pensamos que eles são rígidos e imóveis, como uma pedra no Stonehenge, mas essa ideia está errada. A verdade é que o conceito de gênero é maleável e o sucesso de um sobre o outro nada mais é que um reflexo do mercado e de seus consumidores. É isso que as pessoas estão comprando agora, dizem os publicadores e criadores. Então estes são os jogos que vamos fazer e ponto final.

Eis um ponto importante nessa história: até a década de 90, nós não tínhamos saída, literalmente. Existiam basicamente dois tipos de jogos: os de plataforma e as cópias de Street Fighter. É claro que tivemos alguns RPGs japoneses, como os nosso queridos Zeldas, e alguns outros tipos menores, mas a maioria deles era completamente dominada pelos dois gêneros. O interessante é que naquela época já havia a discussão de como os jogos eram todos clones e como eles reprimiam a criatividade. "Os jogos de antigamente eram muito melhores, tinham mais variedade e blá, blá, blá". Isso nada mais é que um monte de besteira, do mesmo modo que hoje é uma besteira. Os jogos, filmes e outros tipos de mídia estão repetindo o mesmo velho formato desde que os chineses inventaram o papel.

Mas sempre existe um ponto de virada, o ponto em que o tédio dos jogadores é expandido e atinge o mercado. No fim da década de 90, os jogos de luta deixaram de vender na mesma quantidade de antes, as pessoas não queriam mais pular e nem apertar botões freneticamente para socar e chutar uns aos outros. As pessoas queriam algo diferente.




E eu me pergunto: estamos atualmente em um momento semelhante? Estamos todos ficando cansados de atirar em cabeças?

Eu pergunto isso no sentido mais amplo. Tenho certeza que existem muitas pessoas que adoram os jogos de tiro em primeira pessoa, ou gostam de uma determinada série. Mas falando no geral, o público de games está cansando de jogos de tiro? O mercado está saturado? Estamos na transição para algo um pouco diferente?

Não se engane, esse tipo de coisa acontece. Eu nunca fui confiante o suficiente para dizer que os jogos de plataforma e de luta morreram, mas os os dois gêneros com certeza se deterioraram até o ponto em que estão hoje. Tudo isso começou com a mesmice, com a saturação e com o tédio.

Esses movimentos começam dos jogadores mais ávidos e vão se proliferando aos jogadores mais casuais. Eu me lembro especificamente do ponto em que eu comecei a mudar. Eu estava em uma sala escura na E3, não consigo me lembrar o ano, talvez 2011. Provavelmente já era a 14ª demonstração de shooters em primeira pessoa que eu assistia nas últimas 36 horas. Eu estava com jet lag, cansado e entendiado.

Comecei a me perguntar por quanto tempo eu poderia ouvir as pessoas dizendo que seus jogos eram únicos enquanto eu sabia que, apesar de uma diferença aqui ou ali, aquele nada mais era que mais um jogo com exatamente a mesma mecânica dos outros: mirar o cursor nas coisas em um mundo virtual e puxar o gatilho.

As dezenas de jogos que vi naquela E3 já foram lançados e a maioria já desapareceu. As pessoas os compraram, jogaram, mas e agora? O mal estar está crescendo. Titanfall, provavelmente um dos exemplos mais inovadores do gênero em anos, também chegou e se foi. As vendas foram boas, quem sabe espetaculares. Mas, em termos de discussão, parece que mais e mais pessoas estão interessadas em falar de Dark Souls II, por exemplo.

Destiny é um jogo em que a Activision investiu US$ 500 milhões. Um novo trailer dele foi lançado, mas qual é a opinião geral sobre ele nos sites e fóruns que frequento? Um desapontamento vago e oco. Uma sensação de que o jogo pode não ser tudo aquilo.


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Call of Duty é uma série de jogos que fez sucesso durante anos, mas que parece estar saturada. As vendas estão caindo, mesmo que lentamente. O entusiasmo pelas próximas gerações parece, ao menos para mim, mais fraco que há alguns anos.

Halo é uma série em declínio, que rapidamente está perdendo relevância. O quanto estamos empolgados com um novo jogo da série? Um pouco? Houve um tempo em que a animação poderia derreter um pedaço da lua, mas agora parece apenas mais um jogo. Só mais um shooter.

Parece que os gamers, como consumidores, então cansados de atirar nas coisas. Em breve eles ficarão cautelosos em pagar por isso. Tudo está muito familiar, muito desgastado. Nós precisamos de um novo verbo para curtir. Antes nós pulávamos, socávamos e as vezes chutávamos as coisas. Agora, nós atiramos. Mas estamos fazendo isso há tempo demais. Qual será esse novo verbo?

Se eu tivesse que dar um palpite, eu diria "explorar". Nós pensaremos em novos lugares para simplesmente estar, e a realidade virtual pode fazer parte disso. Eu acho que mundos misteriosos como o de No Man’s Sky farão parte disso. Acho que o impulso e o sentimento de estar imerso nesses universos começará a ser prioridade. Eu enxerguei isso em Dark Souls, no mundo de Mass Effect e espero que também em Destiny.

Eu acho que quero atirar menos e explorar mais.

Fonte: Kotaku

Comentários

13 Mai, 2014 - 15:33

Comentários

dieego12111 14 Mai, 2014 17:51 2

Não estamos cansados de FPS, estamos cansados de "reciclagem". Queremos uma engina nova e diferenças relevantes a cada lançamento... exemplo: Battlefield, ele conseguiu trazer toda a destruição de cenário, campos de batalhas enormes,veículos e um realismo maior para o MP, outro exemplo é o Borderlands, que conseguiu adaptar elementos RPG em um FPS muito bem, um enorme arsenal de armas e um COOP muito divertido.
queremos inovação nos FPS.
Por isso CoD está decaindo, nem a engine é re-feita... sem contar os compers e a enorme quantidade de hacks que estragão o MP inteiro

limbus 14 Mai, 2014 11:31 1

Achei o artigo muito mimimi, fps é gênero permanente e ponto final, que nem jogos de luta, plataforma, rpg e outros.

sirskol22 14 Mai, 2014 10:54 1

Concordo com o texto mais peco e erro HORRIVELMENTE quando falo que HALO perdeu relevância, quem joga HALO não é simplesmente por ser um FPS (ele foi o game depois de 007 que revolucionou o MP e a jogabilidade do gênero nos consoles) mais sim por causa da Historia, é o mesmo caso que Bioshock que tem uma baita historia (baseada na revolta de atlas de Ayn Rand) para entender só basta dizer o que aconteceria se a M$ revela-se um Halo nesta E3 ia mudar totalmente o cenário para o X1 enfim só estou me referindo ao Autor da NEWS do Kotaku não deve conhecer a serie, como os fans e quem gosta dela e sabe o tamanho que ela tem (acredite o universo dela é muito maior que Mass Effect e mesmo de Star Wars, só ai deu para ver que pelo menos sobre Halo ele falou sem ao menos conhecer).
Otimo post amigo.

_SanCrow 14 Mai, 2014 02:13 1

Concordo e discordo. Acho que realmente anda saturado o gênero, mas existem jogos que conseguem sobresair, tmb acho que a exploração é um ótimo passo evolutivo q pode até ser mesclado com o gênero FPS. Fallout veio pra mostrar isso e mostrou muito bem, mas um outro ponto fortíssimo que deve ser lembrado no FPS é a competitividade, essa eu acho que é o grande ponto do gênero e que faz o mesmo não cair

walter_kidnapper 13 Mai, 2014 23:29 1

Eu não me canso de jogar Mass Effect,já virei a trilogia no ps3,xbox360 e to jogando agora no pc. Acredito que independente do gênero o que pode trazer novamente o "amor" aos jogos são as perspectivas de outros universos criados pelo jogo.Explorar o universo,criar amizades,desenvolver "sentimentos" pela história do jogo e seus personagens,tudo isso consigo jogando M.E. e acredito que isso seja o fator principal que cada jogo deva ter.Uma identidade única.

coutinhoramos 13 Mai, 2014 22:18 1

e pq tem gente q quando a questão é enjoar de alguma coisa, ela logo faz a velha comparação com a b#c&ta? Nada ver. Experimenta comer a mesma b#c&ta da mesma mulher e sempre na mesma posição! vamos ver se ele não vai procurar outra mulher com outra b#c&ta q faça outra posição!?

coutinhoramos 13 Mai, 2014 22:05 1

Acho q a MAIORIA das pessoas que adoram jogos de fps são jovens que começaram a jogar na hera do ps3 ou no máximo ps2. Eu, particularmente, que venho da hera do atari, não gosto desse gênero (mas já gostei). Essa questão levantada pela matéria de enjoar de jogos de fps, já aconteceu comigo há muito tempo. Minha preferência sempre foi por jogos como resident evil ou assassin's creed mas, eu gostava dos jogos fps. Só que de uns 8 anos para cá eu não aguento mais jogos de fps, são sempre a mesma coisa. Está cada vez mais difícil achar um game que eu goste de verdade, o último foi skyrim 5.
E para mim ainda tem um agravante, eu só jogo os q tem tradução pq esses jogos é importante o dialogo ou entender a história para um melhor desempenho e eu não sei ler inglês, com isso minhas possibilidades diminuem.
E uma revolta minha em particular é o resident evil que, apesar de ser em 3pessoa, virou um jogo no estilo fps (corra e atire) quem jogou o 1 e o 6 sabe do que estou falando.

jsspfc633 13 Mai, 2014 21:19 1

jogo em que só vejo, uma mão...uma arma...ou uma mira...não é jogo...sem ver um personagem na tela, alem do inimigo, não dá pra considerar jogo, mais gosto né!

duumah 13 Mai, 2014 20:18 1

Perguntinha chinfrim..

Basta se indagar. Vc se cansa de buc*ta? Aposto que não. FPS segue o mesmo principio.

diegodamiao 13 Mai, 2014 20:18 1

É opinião minha mas eu nunca fui chegado em jogos em primeira, o único jogo que me interessei mesmo foi Far Cry esse é ****! Mas sou mais jogos em terceira pessoa

7black7metal7 13 Mai, 2014 19:29 1

o ultimo que eu joguei foi doom 3 bfg.

Lemke 13 Mai, 2014 18:04 3

Não e creio que nunca.