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7.0
Análise de The Wolf Among Us - Episode 1: Faith de Lusogamer

The Wolf Among Us - Episode 1; Lobo em pele de cordeiro

Wolf Among Us oferece uma entrada morna numa série que se assume desde já graficamente distinta.



Quando terminei o quinto episódio de Walking Dead, depois de deixar assentar as emoções provocadas pelo jogo, o meu primeiro pensamento foi para a Telltale Games, produtora do jogo. Como é que alguém lança um jogo a seguir ao sucesso retumbante – e um pouco imprevisto – que tinha sido alcançado com este quinteto de vinhetas jogáveis? A resposta foi dada com The Wolf Among Us, a adaptação a videojogo do universo Fables, uma série de comics criada por Bill Willingham e publicada pela Vertigo.

O primeiro capítulo, intitulado Faith, serve para lançar as sementes que espera-se darem fruto nos restantes quatro capítulos – sim, porque apesar da série de comics contar já com 133 lançamentos, a Telltale vai contar esta história num quinteto de entradas. Depois de terminado, olhando para o que me ocupou a Xbox 360 durante aproximadamente duas horas, à semelhança do que Gérard Nerval escreveu sobre Honoré de Balzac: "Falemos de Balzac, faz-nos bem" – apetece-me muito falar sobre The Wolf Among Us, seja numa análise, nos fóruns ou, porque não, numa conversa de café entre amigos. Não que a história seja polémica, mas sim pela visão que que cada um terá do resto da série quando terminar o primeiro capítulo.


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O argumento de Faith é relativamente simples e fácil de acompanhar. Vestimos a pele de Big Bad Wolf, ou Bigby como é apelidado pelos locais de Fabletown, uma comunidade muito especial dentro da cidade de Nova Iorque. Aqui, graças a um feitiço chamado Glamour. Isto permite que as criaturas fabuladas escondam a sua verdadeira identidade debaixo de uma forma humana. O jogo não perde grande tempo a deixar-nos perceber que o protagonista, que agora é o xerife da comunidade, tem um passado sombrio que ainda ecoa na sua vida presente.

Enquanto o argumento vai trabalhando este passado, Bigby passa de xerife a detetive num fechar de olhos, colocando-o – e colocando-nos – na senda de uma mistério que vai ganhando ramificações por quase todas as personagens presentes em Faith, envolvendo-as ao barulho. Talvez porque um dos primeiros contactos é travado com um porco falante chamado Colin – sim, é um dos Três Porquinhos –, a trama pareceu-me ter reminiscências do livro "O Triunfo dos Porcos" de George Orwell.


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Tentar decifrar quem é que cometeu o quê, a Telltale prova que Wolf Among Us e Walking Dead são feitos da mesma fibra, ou seja, teremos que fazer escolhas no final dos diálogos, participar em diversos Quick Time Events (QTE), investigar os cenários que nos rodeiam e optar por um de dois desfechos possíveis – a fórmula foi testada e aprovada na série anterior, portanto, a produtora optou por manter o molde praticamente inalterado, com a exceção a como alguns QTEs são concluídos.

Contudo, em vez de atiçar o jogador com puzzles, a jogabilidade recai demasiado em dois bastiões: interrogar as restantes personagens e pesquisar os cenários até que apareça a retícula com as opções disponíveis, seja apenas examinar ou interagir com alguns objetos, que se provam primordiais nas próximas opções de diálogo. Ainda que nunca ofereça um verdadeiro desafio na recolha, combinação e uso dos itens, é interessante assistir a como as conversas são mutáveis até Bigby conseguir, por exemplo, apanhar outra personagem a mentir, ou então, já mais perto do final do capítulo, provocar que certos intervenientes não consigam esconder mais a sua fachada humana, revelando a sua verdadeira identidade.


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Fiquei com a ideia que a Telltale quer catapultar Wolf Among Us para as experiências inesquecíveis proporcionadas por The Walking Dead. Para tal, recorre à violência sem dar quase oportunidade ao jogador de se familiarizar com o que está a passar. Sem dó nem piedade, não terão que esperar muito para ver, por exemplo, alguém com um machado enterrado na cabeça. Como se não bastasse, se jogarem bem as vossas cartas, uma das personagens certifica-se que o machado está cravado bem fundo, calcando-o com o pé.

Contudo, esse não é o maior problema de Wolf Among Us. Como é óbvio, não posso analisar o prever o futuro da série, posso contudo perceber que Faith é uma festa de boas-vindas, apresentando-nos às mecânicas, a algumas das personagens que serão recorrentes durante os cinco episódios da série, enfim, tal como já disse, serve para lançar as sementes do que espera colher mais tarde. Falta-lhe momentos de tensão imediata e o escorrer desse sentimento pela mente do jogador até os créditos rolarem. Dedicando muito do seu tempo à investigação e diálogo, nunca senti aquela tensão construída até estourar nos últimos planos do jogo, deixando-me completamente desesperado para saber o que ia acontecer no próximo capítulo. Faith, o primeiro episódio de Wolf Among Us, nunca ferve, apesenta-se em banho-maria.


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O grafismo do jogo é um dos seus pontos fortes. Retratando a Nova Iorque do néon, do fúchsia, parece que estamos a jogar algo realizado por Nicolas Winding Refn, a mente que nos ofereceu o filme Drive. Do cenário de jogo às personagens, é incrível a visão dos produtores durante o capítulo todo. Infelizmente, ainda que chegue para denegrir o campo técnico, é impossível deixar de referir os tempos de carregamento e algumas cinemáticas com uma framerate deplorável, sendo que no meu caso, isto tornou-se mais notório com o aproximar do final do jogo. A banda-sonora também está muito bem conseguida, oferecendo músicas que se coadunam com a estética do jogo.

A vocalização também está num patamar consideravelmente acima da média, sobretudo nas personagens mais importantes. Bigby tem uma voz inconfundível, que se for explorada com uma paleta de emoções durante os restantes capítulos, pode-se tornar num dos pontos mais memoráveis da série.


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Wolf Among Us pode vir a tornar-se outra série de excelência. As pedras estão lançadas com o seu primeiro capítulo, Faith. O grafismo demarca-o de tudo o que a Telltale fez até agora, porém, a tensão e as emoções proporcionadas são acanhadas. Compreendo perfeitamente que o primeiro episódio de uma série composta por cinco partes tenha como principal função a apresentação a um novo ecossistema, todavia, faltou-lhe aquele estalo na reta final que me fizesse anotar no calendário a data de lançamento do próximo capítulo, Smoke and Mirrors.

Fonte: Pt/Videogamer

6 Comentários

15 Out, 2013 - 23:44

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Comentários

mjsf12 16 Out, 2013 07:59 -1

apesar de não concordar com Delutto, o cara mereceu ....

squallzell8 16 Out, 2013 03:16 3

Caramba, eu nem notei a diferença do idioma.

everton666 matador 16 Out, 2013 02:39 2

brian_kj cara se não fosse a tribo gamer voce num ia ter jogo algum traduzido então fica nenem ai que voce ganha mais.
Que eles não são obrigados a afzer nada aqui não.
Isso ai era obrigação das empresas de jogos lança ja com legenda em portugues ou dublagem em portugues.

lomko 16 Out, 2013 02:38 1

Pro pessoal que reclama da falta de tempo pra escolher a fala, quando aparecer as opções de fala, pausem (espaço, no PC), a tela vai parar e vai aparecer um nome Pause no meio, as opções não vão sumir e vai dar tempo de sobra pra pensar qual a melhor =D

spaizer 16 Out, 2013 01:58 1

nossa cara, nada haver isso ai que vc falou, onde está escrito que eles tem que fazer tradução antes de postar análise sobre o jogo? Eu ein.

brian_kj 16 Out, 2013 00:22 -16

Cara, poderiam ao menos se dar ao trabalho de fazer a tradução para o Portugues do Brasil antes de postarem aqui né??....Ainda que seja inteligível, é de uma preguiça sem tamanho postar uma matéria sem a devida tradução das partes.

PS: Esse primeiro episódio foi fraco (ao menos em comparação ao "The Walking Dead"