SOULSTICE
Quando misteriosas criaturas, chamadas de Wraiths escapam por um portal misterioso que destruiu a cidade de Ilden as Quimeras são convocadas, essas guerreiras híbridas são formadas da união de duas almas, uma união forte e inquebrável. As quimeras são as únicas capazes de enfrentar e derrotar esse mal.Soulstice que não tem nada a ver com soulslike, é um jogo Hack and Slash, com fortes inspirações em Bayonetta, God of War e principalmente Devil May Cry (DMC), se você já jogou um desses títulos antes ou gosta do gênero esmaga botões, já sabe o que esperar em Soulstice, que aliás é lançado em um momento em que não temos muitos títulos desse gênero sendo lançados.
As referências com DMC são claras, a começar com seu estilo de câmera fixa, algo que não é muito utilizado nos jogos modernos, e para os fãs dos primeiros 4 DMC vão se sentir em casa. O combate do jogo é frenético e visceral e temos uma boa variedade de ataques para a personagem principal.
A História e Gameplay
Você irá controlar duas protagonistas, Briar que tem uma força e resistência sobre-humanas e Lute, que foi sacrificada para ligar sua alma à da sua irmã, é o espírito que irá nos acompanhar durante toda a campanha.
A sinergia entre as duas é essencial, enquanto Briar fica por conta da pancadaria Lute é controlada pela I.A e funciona como um suporte causando danos nos inimigos e podemos acioná-la para bloquear ataques de inimigos no momento exato. Lute tem algumas habilidades únicas e podemos usá-la para ativar o Campo de Banimento que serve para destruir determinados cristais vermelhos pelo cenário, esse campo serve também para causar danos em inimigos corrompidos o outro é o Campo de Invocação, que permite acessarmos plataformas e atacar inimigos meio que fantasmas, já que sem esse campo ativo nossos golpes simplesmente atravessam esses inimigos.
A mecânica dos campos que Lute consegue gerar tornar a gameplay um pouco mais estratégia, já que são mais mecânicas incorporadas a resolução de quebra-cabeças e que podem ser utilizados durante os combates.
Apenas um local
O jogo se passa basicamente em um local, a cidade de Ilden que anteriormente era próspera e importante, mas devido ao surgimento do portal misterioso a cidade agora não passa de ruínas. Nosso objetivo é chegar até o portal que se abriu no céu e descobrir a verdadeira fonte dos novos perigos que assolaram a cidade. Com a ajuda da Ordem, uma sociedade que que faz o controle desses eventos sobrenaturais diversas Quimeras foram enviadas para tentar fechar o portal, dentre elas nossas protagonistas. Por se passar em apenas uma grande área o jogo perde muito de seu potencial, pois muitos cenários são idênticos, os padrões de estruturas e as masmorras, isso faz termos uma sensação de que não estamos progredindo no jogo e nos faz pensar "ué, já vi essa sala em antes" é tudo muito igual. As mudanças mais notáveis na ambientação e cenários são durante os portais de desafios e mesmo assim eles são bem básicos e não acrescenta muito na história geral do jogo, apenas uma grande arena e o objetivo e tentar sobreviver e cumprir o desafio proposto para receber a recompensa que são itens colecionáveis.
Se a falta de cenários é marcante, algo que não deixa a desejar são as mecânicas do jogo, uma delas bem interessante A Unidade, essa mecânica serve para mostrar a união entre as duas irmãs, durante o combate a barra de unidade pode se aproximar ou distanciar. Quanto maior for a unidade maior a probabilidade de diferir ataques poderosos durante o combate, além de desbloquear uma transformação para Briar. Isso faz com que tenhamos que realizar vários combos durante as brigas, não apenas sair apertando o X ou Y para deferir os golpes. Dominar essa mecânica é essencial para tirar o máximo proveito da jogabilidade de Soulstice. Além disso a Unidade servirá para ativar o estado de êxtase, um poder que afetará Briar e Lute, uma vez ativado Briar será capaz de liberar poderosos ataques com sua espada, nessa forma você não poderá trocar de arma nem usar itens.
Colete, aperfeiçoe e tenha as melhores pontuações
Durante nossa exploração, como todo e bom hack and slash veremos vários objetos pelo cenário que podem ser destruídos para ganharmos resíduos da fenda que podem ser utilizados para fazer upgrades nas armas e desbloquear novas habilidades para Briar e Lute. Haverá também alguns colecionáveis escondidos que servem para recuperar vida de Briar ou aumentar a duração dos campos de Lute. A árvore de habilidades é dividida para Briar, onde desbloqueamos novos golpes para as armas e Lute onde aperfeiçoamos os campos, proteção ataque e sinergia. Desbloquear um novo nó nessa árvore não impossibilita de voltar atrás, até porque todo os resíduos gastos podem ser recuperados de volta desabilitando a habilidade escolhida, isso abre oportunidades para testar diferentes habilidades durante a gameplay.
As armas e equipamentos
Briar usar dois tipos de armas, a principal sua espada longa e uma secundária que pode ser um martelo ou manoplas, algumas das armas secundárias são mais eficazes contra um determinado tipo de inimigo, as manoplas por exemplo, são uteis para tirar armaduras de inimigos grandes, enquanto que o martelo pode ser usado para ataques em áreas e derrubar inimigos menores, há também um arco para inimigos voadores e um chicote, útil para vários inimigos em horda, além desses há alguns outros que serão desbloqueadas conforme avançamos no jogo.
Como nos velhos tempos
O jogo é dividido em capítulos, após a conclusão de um desses capítulos há uma classificação por seu desempenho na fase, igual acontece em DMC. A classificação ao final das lutas vai depender basicamente dos combos que você conseguiu realizar, se sofreu muito ou pouco dano, se usou itens além de levar em conta a duração das batalhas, então você pode pegar diamante a maior classificação ou bronze, a menor. É um sistema interessante para aqueles que desejam masterizar suas habilidades. As primeiras horas de jogo são bem chatas, e te faz questionar se continua ou não o jogo, e se você insistir um pouco vai perceber que do meio par ao final o jogo fica muito bom, seja com a descoberta de novos locais e até mesmo ao desbloquear novas armas e habilidades.
Som e porradaria
A trilha sonora do jogo não deixa nada a desejar para games do gênero, o rock instrumental que toca durante as partes de ação é intercalado por uma orquestra durante a exploração, além de termos sons ambientes como ratos, prisioneiros agonizando o de se esperar ao explorar as masmorras de castelos abandonados.
A variedade de inimigos não é muito grande, você vai se ver constantemente enfrentando os mesmos monstros e suas variações corrompidas, geralmente só aumenta a quantidade na tela, e faltou um pouco mais de variedade e golpes únicos. Em contrapartida, há um bestiário que é atualizado com novas informações conforme você derrota esses inimigos. Os chefes são bem diversificados e bastante desafiadores, alguns chegam a ser ridiculamente quebrados de difícil.
Nem tudo brilha como o combate
Se o jogo brilha em sua jogabilidade Hack and Slash, não posso dizer do principal ponto negativo, se fosse dar uma nota o jogo seria 8 de 10 enquanto sua câmera um 2 de 10. Desde a demo houve várias reclamações dos ângulos das câmeras escolhidos pelos desenvolvedores. A câmera é fixa na maior parte do tempo, só temos a oportunidade de girar os 360 graus em algumas sequências de combates, sendo assim, o mínimo que deveríamos esperar para uma das partes mais importantes do jogo, seria o posicionamento estratégico das câmeras fixas para que não atrapalhe durante a exploração e que mostre toda a beleza do cenário.
Se na época do PS2, God of War e DMC tinha câmeras fixas praticamente perfeitas, infelizmente não podemos dizer o mesmo de Soulstice que em algumas ocasiões o posicionamento da câmera mais atrapalha que ajuda, seja para pular em plataformas ou pior, durante os combates. Pelo menos até o momento da gravação dessa review os desenvolvedores não se pronunciaram quanto a algum update para correção das câmeras, que acredito que deva vir em um futuro próximo. Quanto a performance o jogo veio relativamente bem otimizado, da para rodar em 60 ou 30 fps, algumas vezes notei quedas de FPS e áudio dessincronizado, por exemplo realiza um ataque e só aparece o efeito de acerto alguns milissegundos depois, pelo menos não notei nenhum bug grave.
Vale o meu tempo gasto?
Soulstice é aquele jogão para matar a saudade dos bons e velhos Hack and Slash da época de ouro do PS2 e PS3. Faz jus as inspirações em alguns momentos até chega a superar DMC, mas em outros deixa a desejar em alguns aspectos. Ele não reinventa o gênero, muito pelo contrário preserva tudo que deu certo com gráficos modernos, história interessante e mecânicas próprias.
Soulstice está disponível para PC, consoles e conta com legendas em Português brasileiro.