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Análise de God of War (2018) de IGN

God of War (PC)

À conquista de novos Deuses.

Quase quatro anos depois, God of War chega finalmente ao PC, em mais um sólido passo na recente estratégia da Sony, que quer levar os seus exclusivos para uma nova plataforma, escancarando as portas para toda uma nova experiência e acima de tudo, um novo público, quebrando uma barreira que apenas limita a acessibilidade dos jogadores.

Game play:



Escusado é dizer que passado todos estes anos desde o seu lançamento, God of War mantém toda a sua relevância, seja na forma como a sua história é contada, como na forma como foi desenhado o seu mundo e claro, toda a ação que dá vida a ambos. A grande diferença é a nova performance que os PCs podem oferecer ao jogo, melhorando ainda mais os já por si fenomenais gráficos do jogo, isto claro se tiverem uma máquina que aguente.

Máquina de guerra

Começando por este aspeto, talvez o mais relevante para quem já conhece God of War, é seguro afirmar que esta é mais uma adaptação bem conseguida pela Sony. Depois de alguns engasgos com Horizon Zero Dawn, a empresa aperfeiçoou o processo com Days Gone e agora volta a repeti-lo, com sucesso evidente. Ainda que não ofereça um leque de opções de personalização e performance tão robusto como muitos jogos recentemente lançados para PC, é mais do que suficiente para a vasta maioria dos jogadores desta plataforma.

No que toca à performance, não encontrei qualquer tipo de problema ao longo das mais de 40 horas de jogo, com exceção de um crash e de uma ou outra quebra na taxa de frames. Num PC com uma Nvidia 1060, 16 GB de RAM e um processador i7-8700, o jogo corre sem qualquer problemas nas suas opções originais, a 60FPS, com uma resolução de 1080p. Com as opções gráficas altas, a framerate baixa para cerca de 30 FPS, e em Ultra a conversa é obviamente outra. No entanto, fica clara a boa otimização do jogo, que mesmo com um setup mais datado consegue oferecer uma experiência bastante sólida e constante.

No que toca ao resto, God of War continua a ser um jogo impressionante – o mundo e a história criada pelo Santa Monica Studio são arrebatadores e merecem ser experienciados por qualquer jogador de PC.

F de Família

Longe vão os tempos que Kratos era apenas um Deus sedento de vingança, unidimensional, onde a única humanidade que lhe restava era o seu corpo. Agora, Kratos tem mais de homem do que de Deus, e isso torna-se dolorosamente evidente nas suas interações com o seu filho Atreus. A raiva ainda está lá, a violência nunca lhe saiu do sangue e o seu passado de destruição e vingança ainda o persegue, em todos os momentos da sua jornada.

São os momentos de dúvida e fraqueza que conferem a Kratos uma humanidade que nos desarma e que contrasta de forma brilhante com a sua natureza violentíssima, deselegante e direta, mas tremendamente eficaz e satisfatória. Foi-me impossível não ficar comovido com pequenos gestos, como Kratos a colocar uma mão no ombro do jovem Atreus ou quando o deus helénico esboça um sorriso ao filho.

São os momentos de dúvida e fraqueza que conferem a Kratos uma humanidade que nos desarma...

Inevitavelmente, a relação entre Kratos e Atreus toma o palco central do God of War, e é deliciosa do princípio ao fim. A aventura começa com a morte da mãe de Atreus, que se transforma na primeira de muitas dolorosas lições para o rapaz. Inocente, inexperiente, curioso, cheio da compaixão típica das crianças, Atreus é praticamente a antítese de Kratos, e o Deus grego faz questão de realçar o fato em praticamente toda a aventura.

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O que começa numa relação distante entre pai e filho, evolui a cada capítulo da aventura, entre lições, momentos de dor, perda, pontuado por raros episódios de ternura, que tornam ainda mais especial e complexa a sua ligação. Amuado em momentos, divertido noutros, e sempre curioso, Arteus é um fantástico companheiro de viagem e oferece um contraponto imprescindível ao carrancudo Kratos.

Embora tenha passado grande parte do jogo na companhia de Kratos e Atreus, os atores principais desta história, os restantes deuses também merecem destaque. Da brutalidade do panteão nórdico, ao companheirismo e boa disposição de Mimir, da compaixão de Freya passando pela cómica dupla de anões Nrok e Sindri, que muitas vezes ajudam a quebrar os momentos mais pesados do jogo.

Como se não bastasse a infinita curiosidade de Atreus, não faltam convites para explorar o mundo de God of War. Os reinos da mitologia nórdica são arrebatadores, desde as florestas de e picos gelados de Midgard, ao reino desolado de Niflheim, passando pelas águas límpidas e florestas paradisíacas de Alfhelm. Para além de toda a beleza, o mundo está repleto de tesouros, puzzles e sidequests para resolver. À medida que progredimos e desbloqueamos novos poderes e ferramentas, ganhamos novas razões para voltar a zonas que já explorámos previamente, para descobrir que segredos escondem.

De notar que estas sidequests não são essenciais e puzzles não são essenciais, e a certo ponto conseguem quebrar o rimo do jogo, mas nunca são obrigatórias. No entanto, não explorar nem que sejam um pouco mais do que o essencial o mundo de God of War é quase criminoso, nem que seja pelo desapontamento de Atreus.

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Combate Mortal

Quando não estava a passear pelos reinos nórdicos, vi-me envolvido em combates brutais e não faltaram inimigos no caminho de Kratos: Lobisomens, mortos-vivos, Ogres, cavaleiros de outros terras e dragões, todos acabam por cair às mãos do Deus grego. O combate de God of War é particularmente saboroso, pois consegue transformar a violência pragmática de Kratos numa dança elegante, entre bloqueios, ataques rápidos e ágeis e outros bem mais pesados e destrutivos.

O crescimento de Atreus também se dá no campo de batalha e ao longo da jornada isto fica notório: O jovem torna-se mais hábil, confiante, e quando abusa, Kratos faz questão de o puxar de volta à terra. Os gritos de alerta para os inimigos, as chamadas de atenção e as bocas lançadas no calor do combate dão-me um feedback incrível, avisando-me de ataques vindos das costas, ou de inimigos mais matreiros a atacar de longe.

(...) o destaque do sistema de combate recai nos encontros com os bosses, que dão um novo sentido à palavra épico.

O enorme leque de ataques disponíveis tornam o combate numa experiência que se mantém fresca ao longo de todo o jogo. Às várias armas juntam-se a uma série de habilidades que podem ser desbloqueadas à medida que acumulamos experiência e encontramos melhorias. Da primeira à centésima hora de jogo, há poucas coisas melhores do que cortar um monstro ao meio com uma boa machadada, ou pegar num inimigo voador e arremessar o seu corpo contra os restantes.

Obviamente, o destaque do sistema de combate recai nos encontros com os bosses, que dão um novo sentido à palavra épico. Embora esteja a escrever um novo capítulo da sua vida, Kratos não deixou para trás o hábito de matar Deuses, e cada uma destas batalhas é simplesmente inesquecível. Para além de toda a carga simbólica e emocional que cada uma delas acarreta, são pautadas por cutscenes que mesclam perfeitamente na ação da luta.

Na sombra destes combates ficam os minibosses, que infelizmente são vítimas uma variedade limitada. Depois de tombar o segundo ou terceiro troll ou ogre, os combates contra estes inimigos tornam-se um tanto quanto previsíveis e puramente mecânicos. Ainda assim, não faltam desafios e bosses secretos espalhados pelo mundo de God of War, que não só me exigiram total concentração e afinco nas batalhas, como também me fizeram correr todos os reinos em busca dos melhores equipamentos para os enfrentar. Mais uma vez, nunca me faltaram coisas para fazer nos reinos nórdicos.

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Veredito

Fundamentalmente, God of War é no PC a mesma experiência que já conhecíamos da PlayStation. Quem já a conhece tem aqui poucas razões para o voltar a fazer sem ser pelas melhorias gráficas e de performance. Quem nunca o fez, tem uma oportunidade de ouro para experimentar um dos jogos mais marcantes da anterior geração de consolas e acreditem, a história de Kratos e Atreus merece ser jogada.

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Fonte: Pt/Ign

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17 Jan, 2022 - 20:57

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