O assassino profissional favorito dos jogadores está de volta, na sua aventura mais arriscada.
Hitman 2 é uma verdadeira sequela para o jogo anterior, seguindo a história, a estrutura, e as mesmas mecânicas. Aqui vão encontrar um pacote robusto, que inclui doze áreas jogáveis - seis do jogo anterior, e seis novas. Embora repita seis ambientes do jogo anterior, todos foram alterados para se adaptarem às características da sequência, como as mecânicas furtivas melhoradas. Também existe a introdução da famosa mala, que os fãs há muito pediam de volta, mas salvo estas e outras pequenas alterações, Hitman 2 é essencialmente o mesmo jogo que conheceram anteriormente, mas com conteúdo novo.Existem vários pormenores que foram melhorados nesta sequência. Por exemplo, no Hitman anterior, os sotaques eram quase sempre iguais, independentemente da zona do globo em que estavam. Isso já não acontece em Hitman 2, e cada área inclui personagens com sotaques locais. Se a isso juntarmos um maior cuidado ao nível da introdução de espaços públicos e monumentos, é fácil perceber que Hitman 2 apresenta áreas com um maior grau de autenticidade e imersão.
Nem todas as mudanças foram positivas. As sequências de vídeo agora são feitas à base de imagens paradas, em que apenas muda ligeiramente o fundo. As vozes das personagens continuam boas, mas o jogo acabou por perder valor cinemático. Não sabemos se isto se deve a uma questão de orçamento, de tempo, ou ambos, mas é definitivamente um passo atrás. E por falar em falta de tempo, existem aqui algumas áreas que precisavam claramente de mais trabalho, como animações e comportamentos da inteligência artificial.
Por outro lado, as missões (a maioria pelo menos) são muito boas. O objetivo, como sempre, passa por eliminar um ou mais alvos numa área específica, e quanto mais audaz a abordagem, melhor. Cada uma das seis missões principais tem uma série de objetivos primários e secundários, mas mais importante que tudo, oferece muitas possibilidades e liberdade ao jogador. A característica mais popular da série, de assumir vários disfarces, está naturalmente presente, e as possibilidades que alguns disfarces permitem são tão ridículas quanto divertidas.
Hitman 2 abraça novamente o lado absurdo dos homicídios, e é com essa mentalidade que têm de abordar o jogo. Assim que topamos um item estranho no ambiente, começamos de imediato a fazer contas de cabeça, de formas como o podemos usar. Estes acessórios estão normalmente associados a métodos de eliminar o alvo, o que significa que depois têm de descobrir como usá-los. Existem muitos itens, percursos, e caminhos para explorarem, o que dá grande valor de repetição ao jogo, sobretudo se tiverem esse desejo de tentarem abordagens diferentes. Devem também explorar o mapa, conhecer personagens, interagir com histórias paralelas, e recolher informação, e tudo isso contribui, de uma forma ou outra, com meios para alcançarem os vossos objetivos primários. Uma novidade são as recomendações da IO Interactive, em termos de abordagens que podem resultar no que classificam de "experiência completa". Essas recomendações, contudo, só surgem depois de cumprirem uma missão com sucesso.
A primeira missão, que funciona como um tutorial, passa-se na Nova Zelândia, na praia, durante a noite, e aí terão o objetivo de infiltrarem uma casa à beira-mar. Depois terão de partir para Miami, na já conhecida missão durante um evento de corridas profissionais. Se seguida terão de viajar para a Colômbia, onde vão interagir com os perigosos cartéis de droga locais. O nosso mapa favorito, contudo, foi Mumbai, com ruas estreias e histórias atrevidas. De volta aos Estados Unidos (desta vez em Whittleton Creek), exploramos uma área de subúrbios, antes da missão final, na Ilha de Sgàil.
Embora as sequências de vídeo tenham perdido muita qualidade, a história é um dos pilares de Hitman 2, e os fãs irão descobrir algumas revelações importantes. A história por vezes entra um pouco em conflito com a natureza aberta dos níveis, mas acaba por progredir a um ritmo aceitável, e tudo acaba por ter a sua justificação.
Quando terminarem a história, podem abordar os níveis de várias formas, até porque os mapas serão reforçados com conteúdo novo e eventos temporários. A tão promovida missão com o ator Sean Bean, por exemplo, será lançada em breve como conteúdo gratuito. A questão é que cada mapa é tão detalhado, e tem tanta profundidade, que existem muitas avenidas que a IO Interactive pode explorar com contratos, alvos novos, e missões adicionais, mas para já, é algo que só podemos especular. Vamos, contudo, continuar atentos a esse conteúdo, e iremos informar sempre que algo relevante estiver a caminho do jogo.
Algo que, infelizmente, não tivemos a oportunidade de explorar, foi o modo Ghost. Este será o primeiro modo online competitivo da série, e irá colocar dois jogadores em confronto um com o outro. Infelizmente, porque os servidores estavam vazios, não tivemos a oportunidade de experimentar este modo. Esperemos que Ghost seja capaz de acrescentar algo interessante à série. Uma palavra ainda para a missão de atirador furtivo, que pode ser jogada a solo ou em co-op. É uma distração divertida, e gostaríamos de ver mais missões deste tipo, que fujam à estrutura normal de Hitman.
A IO Interactive promete muito conteúdo para o futuro, e na verdade fez isso com o primeiro Hitman, mas mesmo como está na altura do lançamento, Hitman 2 é já um pacote robusto. É mais um jogo sólido de Hitman, uma evolução razoável do jogo anterior, mas não suficiente para se destacar, ou para ser um passo em frente significativo. Para quem apreciou o jogo anterior, é uma recomendação fácil, mas se não foi o caso, se Hitman não os interessou, não será esta sequência que irá mudar a nossa opinião. Dito isto, acreditamos que isto é apenas o início de Hitman 2, e que o jogo irá melhorar e crescer ao longo dos próximos meses.
Prós
- Novas mecânicas furtivas funcionam bem.
- Ambientes abertos com muitas possibilidades e detalhe.
- Grande variedade.
Contras
- Algumas áreas precisam de mais tempo e trabalho.
- Novo estilo dos vídeos torna a experiência menos cinemática.