Baixe agora o app da Tribo Gamer Disponível na Google Play
Instalar
8.8
Análise de Q.U.B.E. 2 de Tribo Gamer

Q.U.B.E. 2: um puzzle saciável e digno de comparação com Portal!

Inegávelmente, a primeira vez que se joga Portal, é tão diferente, divertido e inovador sair de ambientes esquisitos e misteriosos lotados de quebra-cabeças que você certamente diz: "Putz! Que jogo bom da p@#$!". Depois do lançamento de Portal 2, não tivemos nada do mesmo gênero que fosse possível transmitir o mesmo sentimento. Neste caso, cabe as produções independentes trazerem e aproveitarem esse momento em que falta novos games de puzzles.

Q.U.B.E. 2 é o nome do título que nos salva nesta geração. A franquia teve sua estreia em 2014 com Q.U.B.E e chamou a atenção do público com suas semelhanças ao game da Valve. Cenários modernos e misteriosos com puzzles altamente desafiadores e mecânicas únicas, logo mais atraiu os olhares dos fãs do gênero. Para nossa alegria, o game foi um sucesso e sua sequência foi finalmente lançada pela Toxic Games.



Os jogadores têm que sentir motivação para continuar a torrar os neurônios nos jogos de puzzles. É uma linha tênue que muitas vezes não é ultrapassada por este tipo de proposta. É preciso sentir-nos desafiados, claro, mas sem complicar demais ao ponto da solução ser praticamente inalcançável. Q.U.B.E. 2 não é complicado, mas isso não quer dizer que não tenha mecânicas inteligentes.

Não há a liberdade nem a complexidade de The Witness, com Q.U.B.E. 2 apostando a maioria de suas fichas numa aventura que nos leva de sala em sala. Nunca estive perdido sem saber o que fazer a seguir; nunca tive necessidade de ir jogar outro game para desanuviar a massa cinzenta. Isto não quer dizer que seja um jogo de puzzles inflexível, mas sim que as suas valências têm que ser mostradas na jogabilidade ao serviço dos quebra-cabeças propostos.


Imagem

Q.U.B.E. 2 não deixou seu legado para trás e trouxe seu diferencial. A mecânica de interação de objetos do cenário (em outras palavras, blocos) com base em sua cor. Enquanto no jogo da Valve, tínhamos a Portal Gun, aqui deveremos resolver os quebra-cabeças utilizando os diferentes blocos no cenário, onde cada um possui uma utilidade. Será que Q.U.B.E. conseguiu evoluir o suficiente para garantir o mesmo sucesso do primeiro game?

Se tem algo que te deixa feliz em Q.U.B.E. 2, é o fato da Toxic Games não ter deixado os aspectos originais do seu jogo de lado. Assim como muitos títulos que acabam se perdendo na moda e deixando um "legado" para trás. As luvas manipuladoras de cenário retornam, mas com alguns ajustes e mudanças. Desta vez, além de manipular o cenário, ela é capaz de atribuir cores a locais determinados. Cada cor realiza uma ação, sendo no total "quatro" cores:

  1. Vermelho: Blocos em vermelho permitem que você o puxe. Podendo utilizar para empurrar, segurar e levar determinados elementos.
  2. Azul: Qualquer objeto (ou o protagonista) que entrar em contato com a superfície, será lançado a uma longa distância.
  3. Verde: Faz ‘respawnar’ um cubo do local cuja cor foi aplicada. Uma das cores mais utilizadas na realização dos quebra-cabeças.
  4. Amarelo: Apesar de ser referenciado como cor amarela, você não a manipula ativamente pela luva. Se trata de uma função passiva que passará a te permitir utilizar as cores (vermelho, verde e azul) em diversos locais simultaneamente.


Imagem

E na teoria é tudo bastante simples: a protagonista, Amelia Cross, uma arqueóloga que misteriosamente desperta entre ruínas de um antigo mundo alienígena, uma misteriosa estrutura. Com a ajuda distante de um outro sobrevivente, a Comandante Emma Sutcliffe, você deve atravessar e manipular a estrutura deste mundo esquecido para encontrar um caminho de volta para casa. Temos uma história que ajuda a justificar tudo que está acontecendo no game. Desde o local onde estamos, até o motivo pelo qual estamos resolvendo os quebra-cabeças. Infelizmente a história não é marcante com personagens carismáticos que irão te fazer ficar sentindo falta ao concluir o jogo – assim como temos a GLaDOS em Portal. A protagonista por outro lado possui voz e encontraremos mais dois personagens ao longo da trama. Você acaba ficando mais interessado pela experiência de gameplay do que com o fim da trama. A história possui também dois finais que será determinado nos minutos que encerram o jogo. A evolução na história foi boa – se comparar com o que tivemos no primeiro game. Mas faltou um pouco mais de esforço e tempero para que tudo ficasse mais interessante.

Na realidade de Q.U.B.E. 2 temos a possibilidade de interagir com três habilidades. Os cubos vermelhos são extensíveis, ou seja, podem aumentar - e reduzir - o seu tamanho, passando a ser retângulos. Os cubos azuis permitem a Amelia ou aos cubos saltarem. E, finalmente, os cubos verdes podem ser criados para, por exemplo, serem catapultados e abrirem portas, para servirem de pesos em plataformas que ativam ou desbloqueiam algo no cenário, ou para servirem como degraus. Espalhados pelos cenários estão quadrados em branco que passam a ser da cor que o jogador quiser.

Em diversas ocasiões, estes quadrados em branco estão inclinados. Ou seja, transformem um desses quadrados em algo azul e criem cubo amarelo em cima e ele sairá disparado pelo cenário. Mais: podem usar a habilidade vermelha para gentilmente empurrarem um cubo amarelo para o seu lugar devido. Estas habilidades são auxiliadas por complicações advindas dos cenários. No primeiro game, os locais interativos já possuíam a cor definida, ou seja, um bloco vermelho tinha que ser vermelho, você não podia alterar a cor daquele respectivo bloco. Contudo, o segundo game trouxe mais desafio, porque nenhum dos locais que você pode interagir possui uma cor definida, quem define ela é você! Isso aumenta relativamente a dificuldade para o jogador, já que ele precisa "estruturar" e "raciocinar" onde cada cor deve ficar.


Imagem

O game possui diversos outros elementos que serão implementados a longo prazo para deixar tudo mais complexo. Entre eles, o imã, que é possível segurar um cubo ou lançá-lo para uma média ou longa distância (a velocidade em que o cubo entra em contato com a superfície define a distância a ser lançado). Existe também um fluído preto que faz com que cubos se tornem escorregadios e flamejantes, caso entre em contato com fogo (também é outro elemento de puzzle).

Clássicos elementos de quebra cabeças do gênero também estão presentes, como por exemplo: plataformas de pressão, paredes móveis, barreiras entre muitos outros. Contudo, até o fim, você estará no ápice de dificuldade de gameplay, onde tudo que foi apresentado, será utilizado contra você durante a realização dos quebra-cabeças.


Imagem

Já na segunda parte da obra, há enormes hélices que atiram em Amelia. A solução é usar a habilidade vermelha e criar uma pequena coluna que serve como escudo temporário. Há também partes dos cenários com as quais podemos interagir, girando certas plataformas que nos ajudam a chegar a determinados locais e que obviamente complicam ainda mais a conjugação das três habilidades primárias.

Porém, estas complicações naturais da progressão por um jogo de puzzles nunca são suficientes para assoberbar quem tem o comando na mão. Sempre que chegamos a uma nova sala, sabemos exatamente por onde começar a procurar, ou seja, identificar as partes móveis do cenário e estudar brevemente a localização dos quadrados em branco com os quais vamos interagir. Como a dificuldade é sempre minimamente controlada, o outro lado da moeda é que o jogador nunca se sente um prodígio resolvendo os puzzles, tal como acontecia em The Witness.

Isto não significa que não haja a sensação de recompensa, mas sim que se tivermos sempre as habilidades da protagonista em mente, a Toxic Games repete algumas mecânicas que indicam quase imediatamente a resolução. Além disso, no seu miolo, Q.U.B.E. 2 usa um pouco demais da velha mecânica do jogo "ir a uma sala, resolver o puzzle para fazer uma ativação, ver o que foi desbloqueado".


Imagem

Não é que isso destrua a boa experiência que é Q.U.B.E. 2, mas você meio que se sente massacrado a cada nova missão, especialmente se tivermos em conta que a progressão é feita com uma cadência salutar. Sim, há corredores que só estão aqui para fazer o jogo chegar a uma longevidade perto das cinco horas, mas não são lá um sacrifício de percorrer. A verdade é que a execução das mecânicas centrais é um incentivo à progressão, um incentivo que quase oblitera alguns dos sentimentos mais negativos.

E esta progressão, esta vontade de ver o que a produtora vai colocar no nosso caminho é alcançada graças à forma como as mecânicas vão evoluindo. Pode-se pensar que depois de termos acesso às três habilidades principais o resto do título é uma apatia, mas não, uma vez que a produtora sabe como conjugar de várias formas as próprias formas do jogo. Na prática, há uma evolução consagrada dos básicos. Você nunca fica sem saber o que fazer a seguir, mas também é verdade que não sente que está resolvendo o mesmo puzzle pela enésima vez.


Imagem

Desenvolvido na Unreal Engine 4, o jogo apresenta belíssimos gráficos. Cada ambiente e zona que você passa, você se deslumbra com as paredes blocadas com reflexos de luzes por todos os lados. No início do game, você estará dentro de locais onde a cor branca predomina. Após esse trecho inicial, você é levado a um local dominado pela natureza. Flores, grama e arvores coloridas criam um belo contraste entre os dois ambientes. A iluminação é o seu forte, os raios do sol visíveis ao jogador e os reflexos nas paredes e em elementos metálicos, são de altíssima qualidade. Q.U.B.E. 2 não deve nada em relação a parte visual e direção de arte, ele cumpre seu objetivo de título da atual geração.



Opinião Final

Q.U.B.E. 2 é um jogo que pode nos levar a nostalgia de jogos puzzles na época de Portal da Valve. Apesar da história não ter o mesmo carisma, ele consegue te prender com mecânicas únicas e diferenciadas em meio de dezenas de desafios. Os gráficos representam bem a atual geração, se tornando um game referência no gênero até o momento. A Toxic Games ainda olhou para o Brasil, trazendo seu título totalmente legendado em nosso idioma. A campanha possui uma duração média de 7 horas de gameplay, mas pode variar muito dependendo da sua dificuldade com os quebra-cabeças.

O game está disponível para PC, Playstation 4 e Xbox One. Pode ser baixado na Steam, GOG e Humble Bundle, pelo valor de R$47,49, como dito possui interface e legendas em Português do Brasil e ocupa 4Gb de espaço em disco.

FONTES: Combo Infinito | Video Gamer

Fonte: Comboinfinito

0 Comentários

31 Mar, 2018 - 13:52

2684 Views

8.8

Como você avalia o Q.U.B.E. 2?

0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Escrever Análise

Comentários