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Análise de Surviving Mars de Tribo Gamer

Surviving Mars: quando finalmente colonizarmos Marte!

Que há 60 anos USA e USS se degladiavam e corriam para ver quem chegava primeiro no espaço e que hoje vemos o mundo científico "correr" para colonizar Marte, todo mundo tá cansado de ver no noticiário. Por isso a Haemimont Games (e não só ela), que é produtora da excelente série, também de estratégia e construção Trópico, resolveu se aproveitar dessa "segunda corrida espacial" e lançar o seu Surviving Mars no último dia 15 de março.

Literalmente e ao pé da letra é disso que se trata esse jogo, sobreviver em Marte, mas não pense num estilo de jogo como horror-survivor, não peraí, esse jogo está mais para uma estratégia de sobrevivência e construção num ambiente hostil a raça humana, uma espécie de SimCity para "nerds espaciais", retirando o contexto pejorativo dessa expressão, para quem já jogou o bom Cities: Skylines da Paradox Interactive se dará muito bem nesse jogo.



Surviving Mars, é um jogo de computador, sim, mas muitas das ideias, conceitos e até alguma das estratégias são baseadas em conceitos surpreendentemente plausíveis. Ou seja, se as suas tentativas de colonização no Planeta Vermelho forem bem sucedidas, é bem possível que as tentativas reais sigam o mesmo caminho.

Os primeiros seres a pisar o solo marciano são… drones… De primeira pode causar estranhamento e desapontamento não se ver um pequeno ser humano num traje pressurizado espetando uma bandeira no solo. Contudo, este simples fato faz crer que a produção estava mesmo criando uma experiência séria com este jogo. É mesmo verdade, que os primeiros movimentos ao sair de uma nave enviada pela humanidade (além das sondas já lançadas como o robô Curiosity e tantos outros), podem mesmo ser de drones. O objetivo destes seres mecânicos é preparar o terreno, minar recursos e construir os primeiros habitats para os humanos, para então sim, partirmos para a colonização orgânica.

Não será uma tarefa fácil, uma vez que Marte não é o mais hospitaleiro dos planetas. O seu terreno é árido e abrasivo, tem temperaturas extremas e, claro, há a falta de uma atmosfera. Tudo isto obriga a muito trabalho de preparação. Inicialmente, é preciso construir infraestruturas para gerar energia, colher materiais de construção e até bombear água, um bem absolutamente essencial à vida. Construímos toda a sorte de edifícios, desde estações de extração de minério, processamento de oxigênio, armazenamento de energia, construção de polímeros, etc. Só quando tudo isto estiver garantido é que será possível sustentar vida na nossa base. Mas, calma lá, porque tudo é escasso.

Durante o jogo, é possível chamar naves de reabastecimento vindas da Terra. Contudo, não é um recurso confiável, uma vez que consomem uma boa parte do orçamento e demoram algum tempo a chegar (e a regressar). Convém que a base se auto-sustente localmente e independentemente e até que possamos expandi-la para outras áreas com mais recursos. Mas, para isso, temos de os encontrar. Podemos pedir que sondas em órbita vasculhem a superfície ou enviamos drones exploradores. Tudo isto, porém, custa dinheiro, energia, tempo e recursos. E, no meio disto tudo, é preciso se alertar para as avarias constantes e desgastes do material.

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Quando finalmente se cria uma base auto-sustentada, ao ponto de construir um habitat inteiro, com suporte mínimo a vida, o trabalho ainda não acabou. Agora é preciso preenchê-lo com diversos serviços, desde áreas de trabalho e investigação, enfermarias, armazéns, fábricas e até zonas de lazer e recreação. Até um casino pode-se construir para alegrar os futuros inquilinos. Isto porque quem vai viver lá são seres humanos, cada um com o seu ego, preferências, desejos e até estados de espírito e humor. E isso é ainda mais evidente quando finalmente chamam a primeira nave com passageiros da Terra. É de se surpreender quanto e como os seres humanos, são difíceis para esse recrutamento. Astronautas perfeitos são poucos, acreditem.

Depois, é hora de fazer História. Hora de batizar a primeira nave com humanos. Ver os chegar e dar os seus primeiros passos na areia vermelha. Assistir aos seus primeiros avanços na exploração. Ficar particularmente orgulhoso de ver nascer o primeiro bebê marciano. Sentir-se triste com o primeiro humano a morrer em Marte. Ficar apreensivo com um meteoro que destrói uma parte da base ("Achou mesmo que não iam ter eventos desse tipo logo em Marte? Achou errado otário!" Afinal, o planeta fica antes de um cinturão de asteróides.) e te obriga a lançar diversos drones para reparações, além de te obrigar a criar turnos adicionais nas fábricas para produzir recursos de emergência. E te dar a sensação de que a sua estratégia é exclusivamente muito pessoal. E toda a tecnologia, embora puramente teórica, parece perfeitamente possível (à exceção de alguns modelos de nave da missão que te fazem lembrar demais de Futurama).

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Toda a missão e o seu sucesso dependem da nossa estratégia e da nossa capacidade de gestão dos recursos tão limitados. Esta estratégia é limitada por um orçamento financeiro e pelo cumprimento de objetivos, uns mais complicados que outros, como, por exemplo, não deixar que todos os humanos morram. Simples mas francamente aterrorizante.

O ritmo de jogo é lento, de fato, mesmo com uma opção de aceleração do tempo real disponível. Tudo precisa de tempo, inclusive o estudo de novas tecnologias e investigação de mistérios no planeta vermelho. A dada altura, deixa de ser um jogo de construção e de expansão e passa a focar-se na administração de espaços e de pessoal. Nunca estamos realmente parados a observar, sendo chamados a intervir em diversos campos. Desde reparar danos, ampliar seções, entre outros, resolver problemas é a ordem do dia. Por exemplo, com novas gerações nascendo em Marte, é preciso construir escolas e talvez novos habitats. Há sempre algo para fazer.

Isso dá a sensação, e creia é real, de que se você piscar ou for no banheiro sem pausar o jogo, uma "merda" bem grande vai acontecer e seu jogo vai pro beleléu.

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Em termos de jogabilidade, tudo é simplificado, francamente bem explicado (se estiver disposto a ler, é claro), tem bons tutoriais e a interface é sóbria e bem arrumada. Mesmo assim, é bem possível que se perca um pouco o planejamento e o que fazer a seguir, criando algumas situações de desorientação. Contudo, esta é uma característica comum dos jogos de construção e gestão. E não há nada mais exigente que suprir as necessidades de seres humanos. No mundo de SimCity ou de Cities: Skylines talvez os cidadãos reclamem de estradas ou da falta de polícia. Em Marte reclamam de falta de ar ou água, algo bem mais essencial. E não deixam de ter vícios. Por esta altura, você já terá saudades das primeiras horas com os drones, muito mais "simpáticos".

Graficamente, Surviving Mars é muito competente ao transmitir o ambiente de ficção científica dos equipamentos e edifícios, num claro contraste com o deserto vermelho ao redor. Não é particularmente foto-realista, até porque nem é esse o objetivo. De uma certa forma, quase tudo é caricaturado sem olhar conceitos ou um design realista. Tudo não passa de um grande "E se…" teoricamente possível. E aí cumpre o seu objetivo de nos transmitir a atmosfera ideal. Até mesmo com recursos há estações de rádios fictícias com vários estilos de música e que te fazem companhia constante.

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Como fator menos positivo, talvez o fato de ser um jogo complexo para quem não domina minimamente a ciência que lhe dá a base pois é exímio em demonstrar uma importante faceta desta missão: a sua dificuldade elevada.. O jogo também não tem muitos automatismos que se possa programar para não ter de micro-gerir tudo. Não é algo realmente negativo porque, afinal, a jogabilidade até tem um elemento didático inerente. Contudo, para quem está administrando um programa inteiro de colonização num planeta extraterrestre, convêm ter mais ajuda na gestão, talvez com micro-gestores artificiais que soubessem criar contingências e aconselhar sobre o que está inerente a cada passo dado. Mas, se não quisermos este desafio de sobreviver em Marte com tantos contras, só o título já devia desanimar, certo?



Opinião Final:

Surviving Mars é pra quem gosta de estratégia e construção de cidade. Se você curte este estilo de jogo vai se encantar facilmente por ele. Porém, se você ainda não jogou nada do tipo, é aconselhável que busque um jogo com uma facilidade maior, porque esse aqui foi feito pra quem tem experiência com a "bagassa", pois um jogador inexperiente pode se sentir desanimado ao perder toda missão em menos de 10 minutos de jogo, oque pode causar uma impressão errada do jogo.

Já você que ama o assunto "Exploração Espacial" e tá sempre ligado nas novidades da NASA, e dos avanços espaciais vai se deleitar com o jogo. Surviving Mars vai te aproximar do sonho de ser pioneiro na exploração de um novo planeta, efetivamente arriscando tudo para criar uma nova civilização. No passado, os colonizadores portugueses, britânicos e espanhóis, descobriram o Novo Mundo por navegar até onde outros nem ousavam apontar. Nestes dias, colonizamos Marte digitalmente, neste jogo que tem tanto de plausível como de exigente, com todos os elementos de estratégia e gestão necessários. Quem sabe um dia, finalmente, não fincamos uma bandeira na areia vermelha de Marte?

Surviving Mars está disponível na Steam, Humble Bundle, GOG e também na página da produtora do game Paradox Interactive pela bagatela de R$75,49, até o fechamento dessa análise, tem suporte de texto e interface em Português do Brasil, ocupa um espaço em disco inicial de 06Gb, e mesmo se tratando de um jogo de estratégia, que geralmente rodam com placas fracas, infelizmente não roda em PCs com placas inferiores a 01Gb.

Fonte: Wasd

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27 Mar, 2018 - 12:10

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