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No Man’s Sky - uma produção de uma pequena equipe independente, talvez o primeiro “Open Galaxy Game”



Desde a sua apresentação ao público, na conferência da Sony, durante a última edição da E3, que No Man’s Sky entrou para as listas dos títulos mais aguardados pelos jogadores, mas também da imprensa em geral. A pequena produtora independente Hello Games, cujo currículo apresenta apenas os títulos da simpática série Joe Danger, é composta por 10 elementos. Só sete estão a trabalhar em No Man’s Sky, e no primeiro ano de produção apenas os quatro elementos fundadores. Um bónus de três produtores desde a sua revelação! "Somos uma pequena equipa, e é por isso que o jogo parece uma porcaria. Vão ficar bastante desapontados", refere-nos com um misto de humildade e humor Sean Murray, um dos mentores do projeto, durante a apresentação do jogo à porta fechada na Gamescom. Dissidentes de companhias como a Criterion Games, Kuju Entertainment ou Electronic Arts, os produtores têm uma grande experiência, mas temos que admitir que No Man’s Sky é um título demasiado ambicioso para uma equipa tão pequena.

Apesar da popularidade de Joe Danger e a dedicação da equipa na sua produção, não foi esse o jogo que o estúdio ambicionava fazer, ou melhor, não foi para isso que a companhia foi formada. No Man’s Sky é esse jogo, é o realizar de um sonho - mesmo com a ressalva do próprio Murray sobre o discurso cliché típico de quem apresenta um novo projeto – ou mesmo que fosse de uma série com 20 jogos.


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Nos confins do universo

Acreditamos que muitos jogadores vão ficar desapontados com No Man’s Sky, aliás, o próprio estúdio tem noção de que o conceito do jogo é diferente de tudo aquilo que estamos habituados. É um simulador de naves? É um jogo de ação? Poderemos catalogá-lo juntamente com títulos como Star Citizen ou Elite: Dangerous? Provavelmente, o mais correto é coloca-lo no mesmo pote de um Minecraft, mas sem o editor. É que tal como esta tendência atual de jogos, não existe uma narrativa, personagens ou objetivos. É uma espécie de experiência contemplativa com enfâse na exploração.

Mas o que realmente impressiona em No Man’s Sky é a sensação de escala, para além da liberdade. É possível explorar a pé cada planeta, numa perspetiva da primeira pessoa, contemplando dinossauros, entre outros predadores, numa diversidade de fauna e flora que roçam o infinito; como entram na nave e rumam aos céus, quebrando a estratosfera e circulam na órbita do planeta. O jogo promete paisagens de cortar a respiração, desde terrenos vulcânicos, profundezas dos oceanos, desertos deprimentes ou montanhas de perder a vista.

Cada planeta terá o seu próprio ecossistema: as condições meteorológicas, fauna e flora funcionarão em harmonia, e com sentido. Por exemplo, num ambiente tropical e florestal, poderão observar criaturas herbívoras a ruminar pelos campos, mas ao mesmo tempo existem predadores carnívoros à espera para os atacar. Ou nos desertos, poderão encontrar minhocas gigantes a rastejar pela areia. Esta escala de realismo funciona na sua magnitude de inserção do universo. Um planeta próximo do núcleo do respetivo sistema solar será quente, com paisagens desérticas, mas no ponto oposto, e mais afastado, dominarão tundras gélidas.


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Sendo um jogo de ficção científica, o estúdio pretende remontar a visão low-fi patente nos anos 1970/80, mas sobretudo, a emoção inerente. "Para mim, a emoção que nunca senti num jogo é: algo que consigo visualizar à distância, deslocar-me lá, aterrar no planeta e saber que nunca ninguém o visitou, sem saber o que posso encontrar. E explorar e conhecer esse planeta, fazer descobertas e viver no fio da navalha do universo, a Fronteira Final, o Oeste Selvagem, ou o que mais lhe quiserem chamar". Foi este o pitch inicial de Sean Murray que serviu como base da visão da produção.

Segundo o produtor, o jogo terá uma galáxia partilhada por todos os jogadores. E todos começam no limiar dessa galáxia em direção ao seu interior, e o primeiríssimo jogador "que provavelmente serei eu, e não vocês", brinca Murray, poderá utilizar o seu mapa galáctico com todos os planetas e sistemas solares disponíveis, fazer zoom e a mensagem de cada um será "inexplorado", já que nunca ninguém lá esteve. Se for esse jogador a aterrar pela primeira vez, e a explorá-lo, poderá fazer o upload dessa informação online, sendo atribuído essa descoberta ao respetivo utilizador, qual Cristóvão Colombo a chegar à América.




Mas que não se pense que o arranque desta aventura galáctica seja uma espécie de corrida de pioneiros, a ver quem descobre primeiro o máximo de planetas e sistemas solares. Inicialmente os jogadores não terão nada. A nave será uma autêntica peça de ferro-velho, a pior do universo, segundo referido, sem capacidade de navegação interestelar. Isto faz com que os jogadores fiquem presos nesse pequeno sistema solar no início da campanha, até atualizarem a nave ou adquirirem uma outra com um sistema de hiperdrive. Para isso terão de amealhar dinheiro (units) através da escolha de um dos papéis que queiram encarnar.

Podem recolher recursos, tornarem-se mercadores, ou ser um pirata espacial, foram os exemplos dados. Os créditos amealhados podem ainda ser gastos a melhorar o fato, para sobreviverem nos diferentes ambientes (como a radioatividade, por exemplo) ou as armas utilizadas no solo. Reunidas as respetivas condições poderão então viajar até mais longe, em direção ao centro da galáxia, encontrando locais mais perigosos, mas ao mesmo tempo, interessentes e recompensadores. Na demonstração que assistimos foi também mostrado algumas sequências de ação, pequenas escaramuças com direito a companheiros a dar assistência, sendo a vertente militar outra das possibilidades a explorar.


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Até ao infinito e mais além

Há quem defenda que liberdade a mais torna-se aborrecida, quando não existem guias para levar os jogadores ao colo, para assistirem a eventos ou trechos narrativos, assim como visitarem locais que a produtora preparou metodicamente. Mas a Hello Games quer garantir que nenhum jogador consiga visitar todos os planetas e sistemas solares que o jogo oferece, e para isso faz-se valer da matemática, afinal, para manter esta visão de dimensão e liberdade a equipa teria de ser enorme, e não apenas os quatro elementos iniciais. O primeiro ano de produção foi gasto a construir a tecnologia, baseada em elementos voxel. Esta permite que com apenas um modelo de um simples elemento gráfico, como uma árvore, por exemplo, ter milhares de variações e construir uma densa selva.

No caso de um planeta, as coisas não são diferentes. Cada um tem uma espécie de semente que define quais as variantes utilizadas, desde o estilo da flora e fauna, clima, e todas as condições para um habitat credível. Essa informação fica armazenada, e como seria de esperar, não é carregada no sistema do jogo até que um jogador se aproxime desse planeta. A diferença deste sistema para os comuns mapas gerados aleatoriamente é que a informação será comum a todos. Se um jogador aterrar em um planeta e descobrir uma rocha ou uma árvore em determinado local, e mais tarde, se outro visitar o mesmo sítio, os elementos serão exatamente os mesmos.


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Este universo, gerado através deste sistema procedimental, resulta de elaboradas fórmulas matemáticas, capazes de construir e desconstruir os elementos na respetiva presença e ausência dos jogadores. Isto não só poupa evidentes recursos da máquina, como será capaz de gerar incontáveis planetas e sistemas solares. Aliás, será impossível visitar todos os locais do jogo e para se exibir, o produtor explicou que a tecnologia será capaz de gerar um número de planetas com 64 bits, e para quem gosta de números: 18,446,744,073,709,551,616.

Fazendo um exercício de cálculo, pegando na hipótese de demorarem apenas um segundo em cada planeta, dará qualquer coisa como 584 milhões de anos – "na altura em que estejam quase a explorar o último planeta, se ainda estiverem vivos, já o nosso Sol se apagou, lixem-se e provem que estou errado", desafia Murray presenteando a plateia com um gesto divertidamente obsceno! Pelas nossas contas, o universo de No Man’s Sky será certamente infinito!

Durante a demonstração, o estúdio mostrou a facilidade e rapidez com que podem alternar entre um planeta e outro, numa experiência fluída e sem ecrãs de carregamento. Ainda que não haja objetivos concretos ou algo que conduza os jogadores, haverá certamente muito por explorar e descobrir. Ainda existem mais novidades por revelar, mas não há dúvida que No Man’s Sky, previsto para o PC e PS4 em 2015, tem já um charme irresistível.

Fonte:

6 Comentários

11 Out, 2014 - 17:41

5781 Views

Comentários

tensoo 13 Out, 2014 00:23 0

eu ia pirar jogando esse jogo, espero que não seja absurdamente pesado no pc! :)

Razi 12 Out, 2014 21:16 3

Cara, a jogabilidade desse jogo deve ser algo paracido com lego. Exemplo, para pessoas com pouca imaginação e pouca criatividade, vai ser monotono e repetitivo, agora para um pessoa super curiosa e criativa vai ser incrivel. Pessoalmente, sempre sonhei em jogar algo com esse tema de sai de um planeta viajar pelo espaço, e pousa em outro, literalmente fazendo tudo e vendo as coisas acontecerem pela janela. Acho incrivel, e o mais legal é prometer um jogo desse tamanho, isso q é o mais incrivel.

vladslav 12 Out, 2014 18:19 3

em teoria com um mapa e com o posicionamento exato do outro jogador(lembrando que você não vai ter o mapa pronto, terá que explorar) será uma verdadeira aventura chegar no seu amigo...imagine, você vai pousa num planeta e encontrar um carinha e perguntar " você sabe pra que lado fica a galaxia X?" e ele vai responder"é melhor ocê perguntar lá no posto ipiranga".kkk. ou então ele pode te guiar até a proxima, e depois a proxima...logo vão surgir mapas on-line onde você poderá compartilhar as informações...

vladslav 12 Out, 2014 18:19 1

Os desenvolvedores sempre subestimam a habilidades dos gamers de zoarem com o jogo...kkk, ele não disse que você não vai se encontrar com outros jogadores, ele disse que você pode levar muuuuuuito tempo pra se encontrar com um amigo, por que você pode começar de um lado do universo e ele do outro, mas de acordo com que o jogo vá se povoando, você vai encontrar outras pessoas...

badchrono 12 Out, 2014 09:27 0

Se a possibilidade de encontrar um jogador online é tão remora, então o jogo basicamente será um single player.

juntal 11 Out, 2014 21:22 -2

Sei não ta parecendo que vai ser monotono