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Liga da Justiça | Crítica

Liga da Justiça tinha algumas missões difíceis em seu horizonte: derrotar um terrível vilão que ameaça a Terra, recrutar novos heróis que não haviam sido apresentados propriamente até então e, talvez a mais difícil de todas, dar um novo direcionamento a um universo cinematográfico sem fazer um reboot completo.

Os eventos que impulsionam a trama começaram a ser trabalhados em Batman vs Superman: A Origem da Justiça, mas ele não parece exatamente uma continuação e sim um filme de origem. Isso se deve em grande parte à tarefa nada fácil de apresentar ao espectador três novos personagens em um só filme, além de largamente mudar o tom do que vinha sendo feito até então.

Este é um filme mais leve, e, nesse aspecto, ele se aproxima mais de Mulher-Maravilha do que do longa sobre o combate entre os heróis. Talvez por isso, a heroína interpretada por Gal Gadot brilhe muito mais em suas cenas do que o Cavaleiro das Trevas (Ben Affleck), que lida com seu remorso e luto fazendo piadas que destoam completamente do personagem apresentado no filme anterior. Uma mudança radical e que, na maioria das situações, resulta em um momento mais desconfortável que engraçado, que só é reforçado pela atuação abaixo do esperado de Ben Affleck. Apesar de inegável talento do ator, não é possível reconhecer um esforço ali para tentar deixar o personagem mais interessante.

A tentativa de humor do longa, entretanto, não é totalmente frustrada pois Flash (Ezra Miller) se encaixa perfeitamente como o alívio cômico. Ele é talvez o único personagem novo que tem algum desenvolvimento coerente, que é possível ver uma consistência nas ações e que deixa o público animado para um filme solo. Ezra convence como o novato Barry Allen e traz uma energia que dá uma nova carga da ânimo à Liga da Justiça, especialmente nos momentos em que ele interage com os outros heróis.

A equipe conta também com Ciborgue (Ray Fisher), um herói cujo drama pessoal é desenvolvido de forma interessante até mais ou menos metade do filme, quando expõe seus dilemas para Diana, e depois age de maneira que contradiz alguns de seus princípios. Já Aquaman (Jason Momoa), é um herói cujo passado é contado através de um único diálogo extremamente expositivo e sem propósito, pois não acrescenta em nada à trama.

Apesar desses problemas no desenvolvimento individual dos personagens, é divertido ver como as diferentes personalidades e poderes se complementam, formando uma equipe que funciona muito bem em conjunto. As interações fora do combate estão entre os pontos altos do filme.

Outro acerto em cheio é que o Superman pode não estar presencialmente ali, mas a ideia de esperança que ele instiga na humanidade está muito bem representada, muito mais viva do que nos filmes anteriores. As consequências da morte dele são bem trabalhadas através do clima de insegurança e violência nas ruas, que afetou o dia a dia de pessoas comuns. Tudo isso é mostrado em uma bela cena inicial embalada por "Everybody Knows" de Leonard Cohen.

Vilões costumam ser figuras problemáticas em filmes de heróis e este não é diferente. Mais uma vez uma criatura milenar ameaça a existência na Terra e seres com poderes sobre-humanos precisam evitar a destruição iminente. Só que como agravante, a CG não faz jus a toda a imponência que o Lobo da Estepe tem, e efeitos práticos e maquiagem poderiam ajudar a resolver isso. Em nenhum momento ele demonstra toda sua força ou potencial e mesmo nas lutas em que aparece, ele não soa como uma ameaça de verdade para aqueles heróis. Com pouco tempo para ser desenvolvido e heróis para serem apresentados, ele vira apenas um mero detalhe que faz os protagonistas se unirem e criarem uma força-tarefa para defender nosso planeta azul.

As batalhas em si são interessantes para mostrar como os heróis funcionam bem como equipe, mas não trazem momentos marcantes que se comparem à chegada da Mulher-Maravilha na luta final de Batman vs Superman. Além disso, o impacto delas é muito pequeno e o filme não demonstra realmente o quão devastador pode ser o perigo que ameaça a existência da humanidade.

Com Liga da Justiça a DC ainda não acha completamente a sua própria voz, uma força que realmente guie todo o universo cinematográfico, mas pelo menos ele tem momentos divertidos que não fazem a ida ao cinema ser um completo desperdício. Entretanto, ele ainda oscila entre cenas que funcionam bem e escorregadas que deixam em dúvida para onde o longa estava indo realmente. A verdade é que os filmes do DCEU ainda tem muito a aprender com os quadrinhos que deram origem a esses personagens.

Fonte: Jovemnerd

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17 Nov, 2017 - 19:15

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