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Ellen Page fala sobre abusos que sofreu no começo da carreira

A atriz Ellen Page usou sua página do Facebook para falar sobre os casos de abuso que estão pipocando internet afora, além de contar de uma situação abusiva que sofreu com o diretor Brett Ratner.

‘Você deveria transar com ela pra fazer ela descobrir que é gay’. Ele disse isso sobre mim durante um encontro de elenco e produção antes de começarmos a filmar X-Men: O Confronto Final. Eu tinha 18 anos. Ele olhou para uma mulher que estava ao meu lado, dez anos mais velha, apontou para mim e disse: ‘Você deveria transar com ela pra fazer ela descobrir que é gay’. Ele era o diretor do filme, Brett Ratner.


Page conta que a atitude e as palavras do diretor a marcaram e a perseguiram durante muito tempo, agravando suas dúvidas sobre seu futuro na indústria e causando sentimentos de vergonha. Ela também conta que, durante as gravações, sofreu represálias por não usar uma camiseta com o nome dele, mas que ninguém tocou no assunto das palavras grosseiras que ele usou para se referir à sexualidade dela.

Em outro trecho, ela conta sem citar nomes que um diretor acariciou sua perna durante um jantar quando ela tinha apenas 16 anos.

Quando eu tinha 16 anos um diretor me levou para jantar (uma obrigação profissional bem comum). Ele acariciou minha perna por baixo da mesa e disse ‘Você tem que tomar a iniciativa, eu não posso’. Eu não tomei a iniciativa e tive sorte de ter conseguido sair daquela situação. Foi uma percepção dolorosa: minha segurança não era garantida no trabalho. Uma figura de autoridade adulta queria me explorar, fisicamente. Eu fui abusada sexualmente com um aperto alguns meses depois. Um diretor pediu para que eu dormisse com um homem de mais de 20 anos e que contasse para ele depois. Eu não fiz. Isso é o que aconteceu quando eu tinha 16 anos, uma adolescente na indústria do entretenimento.


Page ainda fala sobre outros casos de menores que se perderam em drogas, álcool, e até mesmo suicídio, e diz que os abusadores ainda estão por aí, protegidos. Ela também afirma que mesmo com os privilégios de ser uma pessoa pública, ela não se sente a vontade o suficiente para citar nomes.

Tocando no assunto de privilégio, Page fala sobre as minorias como mulheres de cor, transsexuais e cita casos como o de Misty Upham, uma atriz indígena que lutava pelos direitos das mulheres indígenas e que foi encontrada morta após ter sido estuprada por um executivo da Miramax.

A atriz cita os comentários misóginos de Trump que são repercutidos pela mídia, e cita nomes como Bill Cosby, Harvey Weinstein e Roman Polanski, todos acusados de abuso sexual, dizendo que gostaria que eles descessem de seu status de "playboy" para enfrentarem o resultado de suas ações.

O que eu mais quero é que isso resulte em cura para as vítimas. Que Hollywood acorde e comece a ter responsabilidade pela maneira com que todos participamos nisso. Quero que a gente reflita nesse assunto endêmico e como essa dinâmica de abuso leva a uma quantidade enorme de sofrimento.


A publicação está disponível na íntegra, em inglês, abaixo:




Page termina sua publicação pedindo para que as pessoas não permitam que esse comportamento seja normalizado e se diz grata a todos os que falam abertamente sobre os abusos e traumas pelos quais passaram.

Fonte: Jovemnerd

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10 Nov, 2017 - 18:19

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