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Conheça a série de super-heróis do mesmo criador de "Game of Thrones"

Quando se fala em George R. R. Martin, a primeira coisa que vem a cabeça é a série "Game of Thrones", certo? Mas o autor de "As Crônicas de Gelo e Fogo" e criador de personagens como Jon Snow e Daenerys também é o pai de outra série longa e cultuada entre os fãs de literatura fantástica: "Wild Cards", uma longa saga de super-heróis que marcou o gênero tanto quanto "Watchmen" e "Batman: O Cavaleiro das Trevas".

O primeiro volume de "Wild Cards", ou "Cartas Selvagens", como é chamado no Brasil, foi lançado em 1986, 10 anos antes de "Guerra dos Tronos" (pois é, por isso os fãs dos livros não entendem as reclamações sobre spoilers da turma que acompanhava os primeiros anos da série só pela HBO, mas essa é outra história).

Reza a lenda que Martin e seus companheiros de RPG decidiram transformar os heróis e aventuras que criavam em uma série de romances colaborativos, saindo da mesa de jogo para as páginas dos livros. A brincadeira deu certo e hoje, "Cartas Selvagens" já conta com 23 livros publicados, adaptação para os quadrinhos e uma série de TV encaminhada.

Ases e Curingas

"Cartas Selvagens" parte da premissa de "o que aconteceria se super-seres passassem a existir na Terra de um dia para o outro", acompanhando as consequências da detonação de uma bomba biológica alienígena sobre nosso planeta, que infecta milhares de pessoas com um vírus, com resultados variados que são apelidados com os nomes de cartas do baralho - não é a toa que o vírus ganha o apelido de Carta Selvagem: 90% das vítimas tira a "dama de espadas" e morre na hora, 9% tiram o Curinga e ganham deformações físicas. Apenas 1% se dá bem ao ganhar superpoderes e nenhuma deformidade. Eles são os Ases, os super-heróis desse mundo.

A história começa após o término da Segunda Guerra Mundial, com a detonação da bomba e a chegada do Dr. Tachyon, um excêntrico alienígena da espécie responsável pelo ataque, mas que se sente culpado e passa a viver na Terra para ajudar as vítimas da Carta Selvagem.

O primeiro livro, "O Começo de Tudo", traz tanto histórias de origem de muitos personagens importantes na série, como o piloto Jetboy e os Quatro Ases, grupo de supers reunidos pelo governo dos EUA para lidar com a ameaça comunista em outros países, como China, Vietnã e Argentina - meio como o Comediante e o Dr. Manhattan fizeram em "Watchmen", de Alan Moore e Dave Gibbons, que foi publicada no mesmo ano.

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Diferente de outras histórias de super-heróis, "Cartas Selvagens" coloca seus Ases e Curingas em situações do mundo real tanto quanto diante de ameaças fantásticas. Em geral, ninguém usa uniformes colantes e os personagens se envolvem em questões políticas e sociais, não se limitando a lutar contra super-vilões em brigas que não tem impacto nenhum no mundo. Eles envelhecem, se casam, traem, se apaixonam, pegam doenças, cometem erros, morrem. Mesmo os heróis que parecem mais óbvios pela semelhança inicial com personagens das HQs, tem algum desvio ou diferença que os torna mais reais e carismáticos.

Ao longo dos 20 livros da série, "Cartas Selvagens" passeia por diferentes décadas do século XX e cada volume tem um estilo distinto, tanto na ambientação quanto no gênero literário: a saga do Astrônomo flerta com o terror Lovecraftiano, enquanto "Ás na Mangá" é um suspense político digno de "House of Cards".

Universo compartilhado

Um dos maiores diferenciais de "Cartas Selvagens" está no fato de que é um projeto colaborativo, um universo compartilhado entre diversos autores. Hoje, George R. R. Martin escreve pouco, mas muitos dos personagens criados por ele continuam na ativa.

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Entre os muitos autores que participam de "Cartas Selvagens" estão Melinda Snodgrass, assistente de Martin e roteirista de episódios de "Star Trek: A Nova Geração" e o adorado roteirista de "Fabulosos X-Men", Chris Claremont.

Em "Cartas Selvagens", cada autor tem a liberdade de mexer como quiser no personagem de outro escritor. Ou seja, Martin pode ter criado o "grande e poderoso Tartaruga", mas o destino do maior telecinético do mundo não está nas mãos dele a partir daí. Se acontecer algo terrível a um personagem para ajudar a história de outro a avançar, os escritores de "Cartas Selvagens" não tem dó de suas criações - padrão que Martin levou para "Game of Thrones", não é mesmo?

Os livros da série "Cartas Selvagens" são publicados no Brasil pela editora Leya, que já lançou os sete primeiros volumes. Mas essa não é a primeira aparição da saga por essas bandas: a editora Globo lançou a minissérie em quadrinhos de "Wild Cards" no começo dos anos 1990. Publicada pelo selo Epic da Marvel nos EUA, a HQ acompanha uma investigação do detetive particular (e teleportador) Jay Acroyd e apresenta muitos dos Ases e Curingas mais famosos dos livros.

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Mais de trinta anos após o lançamento de "Cartas Selvagens",  o universo de super-heróis de Martin e seus amigos vai ganhar uma versão para a televisão: a Universal Pictures adquiriu os direitos para produzir uma série de TV. Mesmo sem o envolvimento de George R. R. Martin, que precisa terminar as "Crônicas de Gelo e Fogo", as expectativas pela adaptação de "Cartas Selvagens" para a TV são altas.

 

Fonte: Jogos/Uol

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29 Jul, 2017 - 13:45

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