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"PC Master Race": Steam e bons preços atraem jogadores para o computador

Gabe Newell, da Valve, é idolatrado por muitos entusiastas da "PC Master Race"


Cerca de dez anos atrás muita gente declarava o PC como plataforma de games em extinção: Embora "World of Warcraft" começasse a se tornar um fenômeno, várias produtoras mostravam-se cada vez menos interessadas em criar jogos para computador. Os consoles, por outro lado, ganhavam funcionalidades até então exclusivas do PC, como modo online, patches etc.

Hoje em dia, porém, o computador virou o jogo: o Steam revolucionou o jeito de comprar e consumir games, e o acervo de indies, MMOs e MOBAs, de "LoL" a "DotA 2", é imbatível no PC, que não só continua firme e forte como vem ganhando mais adeptos. Além disso, no Brasil, grandes lançamentos como "GTA V" saem significativamente mais baratos do que nos consoles, e se o computador der conta e a versão for bem feita, os gráficos ficam significativamente mais impressionantes.

Ainda há obstáculos que podem assustar ou desinteressar possíveis jogadores, como a clássica barreira do hardware, as possibilidades mais complexas de configuração de jogos e a qualidade de certos ports dos consoles. Mas, para os fãs mais hardcore - os tais membros da "PC Master Race", como propaga o meme - os benefícios mais do que compensam estes problemas.

ImagemO tempo voa: Lançado em 2003, o Steam foi inicialmente detestado por jogadores


Revolução à vapor

Quando surgiu, em 2003, o Steam não era um serviço particularmente popular. Criado para implementar patches e outros tipos de proteção a jogos como "Counter-Strike", a plataforma era extremamente criticada por sua instabilidade. Forçar jogadores a instalá-lo para ter acesso a "Half-Life 2", na época de seu lançamento, também não melhorou essa perspectiva.

Eventualmente, porém, o Steam evoluiu, transformando-se em um sistema convidativo a usuários e desenvolvedores de pequena e grande escala. Atualmente, são mais de 100 milhões de usuários ativos, e no início do ano bateu o recorde de 8,46 milhões de usuários simultâneos graças ao período de vendas do fim de 2014 e início de 2015.

Como diz o entusiasta Romario Moscon, havia outras alternativas antes da chegada do Steam, mas eram significativamente mais limitadas. "O que mais tinha era revistas como PC Gamer e Fullgames vendendo jogos por R$ 10, R$ 15. Eu mesmo quando nem tinha internet comprava umas quatro revistas dessas todo mês".

Tais ofertas, porém, não chegam perto do catálogo diverso que o Steam e serviços similares têm a oferecer, não só em quantidade mas em variedade. Embora a Valve não seja a única responsável pela súbita popularidade da cena indie - games como "Super Meat Boy", "Limbo" e "Braid" tiveram sucesso inicial no Xbox Live Arcade -, criou um ambiente ideal para pequenos desenvolvedores terem sucesso e serem reconhecidos pelo público, entre eles Romario. "Se não fosse o Steam acredito que nunca compraria ou jogaria tais jogos".

O Steam inclui ainda uma série de ferramentas, incluindo o Steam Workshop, voltado para mods, e o recém-lançado Steam Broadcast, para transmissões por streaming.

A popularidade do serviço também gerou lojas paralelas como o GreenManGaming e o brasileiro Nuuvem, que vendem jogos compatíveis com o Steam por promoções às vezes ainda melhores que as da própria plataforma da Valve.

O Brasil, aliás, é um dos mercados mais visados por consumidores de outros países, já que os games para PC são ainda mais baratos por aqui -, tanto que a empresa se viu forçada a ativar travas de região tanto para cá quanto para a Rússia, após a queda do valor do real e do rublo.

No esteio do Steam surgiram outros serviços similares, como o Origin, que reúne os jogos da Electronic Arts, após um desentendimento da empresa com a Valve. Já o GOG, da polonesa CD Projekt, consagrou-se como o local ideal para consumir clássicos, livres de qualquer fonte de proteção de cópia, os chamados DRM.

Uma das principais polêmicas em torno do Steam, aliás, envolve os DRMs: você é realmente dono do game ou apenas pagou uma licença à produtora, e caso (atualmente improvável) a plataforma deixe de funcionar, terá de comprar esta licença de novo? Antigamente, usuários banidos da plataforma perdiam acesso a seus jogos – política felizmente abandonada pela Valve desde então.

Este não é o único fator questionável do Steam: o serviço de atendimento ao cliente é infame por sua falta de qualidade, em que pequenos problemas como ativação de um jogo demoram semanas para serem resolvidos; o mercado interno tem uma série de aproveitadores, assediam e enganam jogadores com itens raros até serem vendidos por uma fração do valor real; e, como consequência negativa das promoções, muitos usuários tem literalmente centenas de jogos que não irão jogar, por impulso compulsivo a comprar algo mais barato..

Ainda assim, é inegável que a influência do Steam tenha mudado significativamente o panorama dos games no PC.

ImagemO modo Big Picture, do Steam, foi criado para facilitar a navegação em telas de TV


Barreira do hardware

Mesmo com os preços de jogos mais convidativos, um dos principais fatores que impedem mais pessoas de jogar games no PC é a complexidade e preço do hardware em relação ao que é oferecido em consoles.

Em plataformas como o PlayStation e o Xbox, quase todos os elementos já vêm prontos para uso, e qualquer mudança que o jogador faça em geral não envolve mexer nos componentes da máquina. PCs, por outro lado, são completamente modulares, o que torna necessária uma pesquisa e conhecimento maior do que é mais compatível ou tem melhor performance com outro hardware.

A internet, porém, facilitou a troca de informações, algo essencial para esclarecer várias dúvidas: "Hoje é mais fácil obter informações com outras pessoas sobre configurações", diz Jair Soares da Cunha, que usa o PC como principal plataforma há dez anos. "Muita gente fala que pra montar PC bom tem que gastar R$ 5 mil em uma placa de vídeo, mas esse valor é só para lançamentos de ponta. Após algum tempo os valores baixam consideravelmente, e é possível encontrar soluções semelhantes por preços bem mais acessíveis".

Jair Soares da Cunha tem se dedicado ao PC como plataforma de jogos desde 2005
Mesmo assim, seja comprando ou montando um PC, o preço do hardware ainda é significativo. Em sites especializados como a KaBuM! ou a Gamerhouse, o valor dos computadores completos varia de R$ 3.000 até mais de R$ 7.000.

Ainda que a internet tenha facilitado aprender sobre montagem e troca de peças dos computadores - incluindo sites específicos como o GPU Boss até comunidades voltadas para o tema -, muita gente simplesmente não quer lidar com isso.

Tanto a Valve quanto as fabricantes de computadores têm noção desse problema, a ponto de estarem trabalhando em aparelhos que possam suprir as necessidades de ambos os públicos: As chamadas Steam Machines.

Há anos já é possível conectar um computador a uma tela de TV e, com o modo Big Picture, navegar pelo Steam com a ajuda de um controle. Jair, por exemplo, diz que seu PC está ligado a seu televisor de 42 polegadas – chegando a comentar que "cai então por terra [a ideia de] que ‘é mais confortável jogar no console’".

O ideal é que as Steam Machines tornem este processo ainda mais simples, utilizando a estética dos consoles para criar um computador especial para jogos, mas com componentes modulares, que podem ser trocados por hardware superior caso o usuário ache necessário.

Para entusiastas do PC, porém, estas plataformas não parecem muito vantajosas. "Atualmente o PC comum pode ser praticamente um ‘console’ com o Big Picture. As Steam Machines facilitarão apenas na escolha da configuração dos componentes conforme o bolso e desempenho desejado e, o impacto que um PC causaria ao lado da TV na sala", opina Jair.

"Eu, particularmente, não adquiriria uma pelo fato de usar o PC para outras funções, além dos jogos. Acho que seria um meio termo entre PC e console", conclui.

ImagemMesmo não tendo títulos como "Uncharted", o PC é casa de games populares como "LoL"


Questão de exclusividade

É improvável que jogos exclusivos para consoles da Sony, como "Uncharted" e "The Last of Us", deem as caras no PC. Já a Microsoft, mesmo mostrando interesse entre uma possível compatibilidade entre computadores e o Xbox One, deve manter algumas de suas maiores propriedades apenas para o console.

Conversões problemáticas também são uma fonte de preocupação. Embora não tão comuns quanto algum tempo atrás, ainda é possível ver jogos transferidos de forma pobre ao PC, incluindo exemplos recentes como "Dead Rising 3" e "Watch Dogs" - e, embora muito aguardado, "GTA V" pode cair neste mesmo patamar, a julgar pelo histórico pouco favorável da Rockstar em tal quesito.

Ainda assim, não é como se o PC não tivesse exclusivos de peso, a sua própria maneira: Jogos como "League of Legends", "Dota 2" e "EVE Online" podem não ter o mesmo aparato de marketing da Sony, Microsoft ou Nintendo, mas são alguns dos títulos mais relevantes e populares da atualidade, e só podem ser encontrados no computador.

Além disso, por ser uma plataforma aberta a todos os usuários, é significativamente mais simples e barato criar um projeto no PC, já que não há necessidade de utilizar kits de desenvolvimento, como nos consoles.

Esta liberdade dá chance a criadores elaborar e desenvolver não só games, como diferentes periféricos dentro da plataforma. É o caso do Oculus Rift, projeto em que Palmer Luckey trabalhou independentemente até chamar a atenção do público por Kickstarter e eventual aquisição pelo Facebook.

Os prós e contras de jogar no PC

PRÓS

  1. Steam: O serviço da Valve tem uma biblioteca inigualável de títulos e promoções frequentes;
  2. Games baratos: Títulos como "GTA V" custam bem menos no PC se comparado aos consoles;
  3. Mouse: O jeito de jogar games como "League of Legends", "World of Warcraft" e "StarCraft II" funciona muito melhor num computador;
  4. Gráficos: Com a configuração certa, o visual dos jogos torna-se inigualável;
  5. Dinamismo: Upgrades e configurações garantem vida longa ao hardware;
  6. Plataforma aberta: Indies e pequenas produtoras conseguem lançar jogos com muita facilidade.




CONTRAS

  1. Atrasos: Ainda é comum que jogos multiplataforma, como "GTA V", cheguem bem depois ao PC;
  2. Complexidade: Mesmo mais amigável que outrora, lidar com configurações e trocas de hardware ainda afugenta parte do público;
  3. Preço: Pelo alto custo das peças, montar ou atualizar um PC pode ser uma grande despesa;
  4. Sem exclusivos dos consoles: Dificilmente você vai jogar "The Last of Us" ou "Uncharted" no PC;
  5. Ports: Certos jogos ainda são mau convertidos dos consoles para o PC, como "Watch Dogs".


 

Fonte: Jogos/Uol

Comentários

27 Jan, 2015 - 14:57

Comentários

mekitachi 29 Jan, 2015 13:43 0

rnglee escreveu:Esqueceu de falar que FPS e infinitamente melhor com mouse e teclado.


Concordo infinitamente

rnglee 28 Jan, 2015 19:37 1

Esqueceu de falar que FPS e infinitamente melhor com mouse e teclado.

adrianoapb 28 Jan, 2015 18:22 2

Thiago Campo escreveu:GTA V só custa mais barato pois já faz 2 anos que lançou, e quase todo mundo já jogou

True Story! True Story! True Story! True Story! True Story!



È mesmo?? e os outros jogos q lançam no mesmo dia q os dos console? pq eles custam mais barato ???quero ver vc comprar GTA 5 para console por R$100 depois de 2 anos... quero ver se vc encontra!

Thiago Campo 28 Jan, 2015 17:32 -4

GTA V só custa mais barato pois já faz 2 anos que lançou, e quase todo mundo já jogou

True Story! True Story! True Story! True Story! True Story!

chucky515 28 Jan, 2015 15:18 2

minha carteira ama a steam e eu adoro meu pc =)

Acton Lobo 28 Jan, 2015 14:40 1

Há uns 20 anos resolvi substituir minha plataforma de games para PC. Foi a melhor escolha que fiz. Bons games, capacidade contínua de atualização de hardware, além de games de estratégia de excelente qualidade.

AlexKapranos 28 Jan, 2015 12:06 2

Quem precisa de Uncharted e The Choro of us, quando se tem o DEUS, ARMA 3

JCs 28 Jan, 2015 09:25 0

felipemali escreveu:
MrDarkness escreveu:"Sem exclusivos dos consoles" Ué, e os exclusivos de PC num contam não? Existem muitos jogos que só saem pra pc e alguns desses quando saem pra consoles são em versões bem capadas...
Até aqui na própria tribo teve posts falando sobre exclusivos de pc, como esse http://www.tribogamer.com/jogos/noticias/?id=22840
Todas as plataformas tem seus exclusivos... A pessoa sempre vai escolher sua plataforma de acordo com o custo/benefício e seus exclusivos. Uma pessoa que ama Mario e Zelda num vai comprar um PC Gamer, uma pessoa que ama God of War e Uncharted num vai comprar Xbox e por aí vai...


Obrigado cara, pela sua opinião formidável.
Vc disse tudo!



Realmente... se eu quisesse os exclusivos dos consoles, eu compraria um console! O PC tem vários exclusivos bons, o q não tem é marketing.. é só olhar os games q concorreram ao Game Awards 2014... vários exclusivos de PC (e tantos outros multiplataformas q tem tanto no PC qto nos consoles)!

alexandrelu 28 Jan, 2015 08:29 5

Pc tem tanto jogo bom que nao me preocupo com exclusivos me preocupo com a minha diversão e a encontro no meu pc

HienaBRA 28 Jan, 2015 01:57 0

andrenew2 escreveu:Atrai tanto que uma *****da de nego é viciado em comprar nunca termina seus jogos por sinal já teve até materia aqui q confirma isso a verdade é que PC não tem exclusivos de peso.


Cara você tá reclamando porque a gente pode comprar muito jogo? Você tem noção da ***** que disse? Não é melhor ter tanto jogo q não pode jogar todos que ter poucos jogos?

Outra coisa, como vc pesa um exclusivo? e qnto custa o Kg? A galera fica reclamando que não tem exclusivos de console, mas não há nenhuma plataforma onde vc pode jogar todos os jogos exclusivos, nisso o PC se iguala a qq plataforma.

xSMOK3x 28 Jan, 2015 01:18 4

Sem exclusivos dos consoles: Dificilmente você vai jogar "The Last of Us" ou "Uncharted" no PC

Tem certeza que isso é um contra de quem escolheu o PC como plataforma de jogo? quem joga em pcs ta cagando pra exclusivos amigão e quem curti exclusivos e joga no PC tem os dois consoles e pcs! tem outros contra na plataforma que posso ate levar em consideração, agora exclusivos de consoles eu particularmente to cagando e andando pra eles!

MrDarkness 28 Jan, 2015 00:51 2

felipemali escreveu:Obrigado cara, pela sua opinião formidável.
Vc disse tudo!
De nada cara :)
Mas nem cheguei a dizer tudo não!
Se reparar bem, dizem "Sem exclusivos dos consoles" como se os consoles tivessem tudo os mesmos exclusivos... Tipo, quem comprar um PS4 num vai ter os exclusivos da Nintendo e nem os da Microsoft, mas a frase da a entender que sim.
Creio que pessoal precisa parar de tratar consoles como se todos fossem uma coisa, só, não são. Todos são uma plataforma uma diferente da outra, que fazem coisas diferentes e todos tem uma biblioteca de jogos completamente diferente.