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7.0
Análise de For Honor de BaixakiJogos

For Honor honra a sua premissa, mas peca em criar variedade de conteúdo



*A videoanálise está em produção e será adicionada em breve a esta publicação

A Ubisoft tem franquias animais e que empolgam todo mundo quando são reveladas. For Honor foi mais uma dessas, mas será que vinga? Poxa, tem ideia mais legal que samurai, viking e cavaleiro trocando porrada? Confesso: a proposta do game me empolgou bastante. Sou viciado em Chivalry e adoro títulos com essa temática.

O maior problema de subir as expectativas é que, quanto mais altas, mais difíceis de atendê-las. Cuidado com a água fria. A verdade é que mesmo com a faca e o queijo na mão, o novo game de combate e porradaria fica abaixo das expectativas e, por mais que a ideia seja boa, ela é mal executada no plano geral. Para entender melhor, veja a nossa análise completa:

Narrativa boa, mas estrutura mal executada

Primeiramente, vamos começar pela campanha, que até agora era a parte mais misteriosa de For Honor. Muita gente ficou com receio de que o modo história fosse similar ao do primeiro Titanfall ou até dos primeiros Star Wars Battlefront, ou seja, aquela partida multiplayer disfarçada com um enredo, só para tapar buraco.

Felizmente, não é a situação aqui. Basicamente, você deve progredir por capítulos que começam com os cavaleiros, vão para os vikings e terminam nos samurais, ou seja, é uma história certinha em sequência, com personagens, vilões (a antagonista, Apollyon, é bem interessante e desenvolvida) e muito mais. Fórmula clássica. Cada capítulo tem diversas cutscenes, vários personagens com motivações diferentes e, no geral, a progressão é legal e intrigante.

A campanha é intrigante e bem segmentada

O maior problema da estrutura do enredo é que falta uma apresentação melhor para o mundo de For Honor. Claramente é um universo fictício, mas a gente começa meio largado e sem saber direito o que está rolando. Mas tudo bem, detalhes apenas. Contudo, mesmo com boa dublagem, efeitos cinematográficos legais e qualidade acima da esperada, o maior problema é a própria jogabilidade. Quando você luta contra inimigos no multiplayer é uma coisa, mas na campanha esse processo é extremamente repetitivo.

A história é intrigante e bem melhor que o esperado, mas a estrutura de gameplay é muito repetitiva


Mate dois oponentes fracos, um forte e chegue a um ponto de captura. Mate mais três adversários, enfrente um cara mais poderoso e avance mais um pouco. Mate minions. Mate mais uns inimigos. Repita isso até acabar a fase e você tem a fórmula do modo história. Há alguns trechos diferentes, como proteger um aríete ou jogar uma sequência montado em um cavalo, mas eles são raros.

Há uma progressão de atributos e habilidades para usar, mas eles não fazem tanta diferença. No final, a maior vantagem de jogar o modo história é ter um tutorial detalhado e uma familiaridade grande com diversos heróis que você usa no competitivo online, uma mão na roda para já começar mandando bem e não passar vergonha.

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A estrutura não foge muito do que vemos no multiplayer

Combate: a alma e triunfo de For Honor

Tudo isso nos leva ao coração do game: o próprio multiplayer. A gente sabe desde o começo que essa seria a proposta de For Honor. Um modo online competitivo que foca em um sistema de luta complexo, mas relativamente fácil de entender. E sinceramente? O combate é fenomenal mesmo, não tem do que reclamar.

As instâncias de defesa para direita, esquerda e para cima são uma boa maneira de criar batalhas muito balanceadas, independente de você estar com um brutamontes, como o Justiceiro, ou com uma classe leve, como a Pacificadora. Na hora do aperto, os dois têm boas chances e há estratégias e combos perfeitos para cada situação.

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Todos os personagens são interessantes e bem únicos

Há um botão para quebrar a defesa que tem hora certa para ser usado, algo que cria uma dinâmica bem interessante para quebrar a unanimidade do joquempô de defesas. Dessa forma, é possível chutar e empurrar os inimigos. Toda essa variedade possibilita combos únicos para cada personagem e que causam efeitos especiais, como quebra de defesa e sangramento.

Está difícil de superar um inimigo rápido? Defender constantemente aumenta a sua barra de Vingança, um estado de raiva que reduz drasticamente o consumo de stamina e pode mudar o rumo da batalha. E por falar da energia dos golpes, há algo que não me agradou: a punição para jogadores que esgotarem a barra é baixa demais. Chivalry e Nioh, por exemplo, deixam o personagem em estado stagger. Em diversos títulos, defender consome essa barra, algo que não acontece aqui. De uma forma geral, a postura defensiva é muito recompensada e isso incomoda em algumas situações.

A dinâmica de combate funciona bem e é o maior triunfo do jogo, mas alguns conceitos poderiam ter sido mais bem explorados


Cada personagem é bem único e tem sua própria particularidade. Não demora muito para dominar e entender a jogabilidade de cada um, mas há 12 deles para desbloquear, algo que garante uma longevidade relativamente boa. E fique tranquilo: você ganha moedas para comprar heróis relativamente rápido, algo que dá uma boa progressão de jogo.

Personalização bacana

Uma das apostas de For Honor é a personalização com mudança de atributos aos moldes do que promete Injustice 2. Cada partida multiplayer garante alguns itens extras, como cabos de lanças, novas lâminas, armaduras e muito mais. O interessante é que cada um deles muda os atributos dos personagens, oferecendo uma maleabilidade maior para moldar o estilo de jogo de um lutador.

Visualmente, esses equipamentos são bem bacanas também. Tanto os itens que alteram os atributos quanto a customização puramente visual do personagem são bem-feitos e oferecem uma variedade interessante para cada um criar um herói que corresponda ao seu gosto e agrado.

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Customização é interessante

Visuais espetaculares

Outro trunfo grande de For Honor é a qualidade visual. Relaxa, dessa vez não teve downgrade e tudo é simplesmente animal. Texturas incríveis, ambientação soberba e caracterização fenomenal de cada personagem. Os gráficos são realmente muito bons e tudo roda cravado em 30 fps nos consoles, tirando qualquer problema técnico que possa atrapalhar na hora da porradaria. Todas as animações de golpes são espetaculares, as execuções são empolgantes e bem executadas, e as tomadas cinematográficas são excelentes.

Cada herói é cuidadosamente diferenciado entre si para não causar confusão no campo de batalha. Os designs deles são caprichados, mesmo que tenham inconsistências históricas (afinal, vikings também usavam armaduras e não seguiam o visual estereotipado do game), mas estamos falando de um universo fictício e isso não impacta em nada a jogatina. Não podemos nos esquecer de que licença poética faz parte.

Repetitivo, cheio de problemas e com bugs

Mas e aí? O combate e os gráficos são bons, mas e o resto? É aí que os problemas começam a aparecer. For Honor se resguarda demais nesses fortes pontos positivos e usa o sistema de luta como principal alicerce, deixando de lado muitos outros aspectos. É a clássica ideia boa, mas mal executada. O game tem vários bugs, problemas de conexão constantes, quedas frequentes nas partidas e muito mais. Com sorte, isso será resolvido em breve.

Durante as horas de jogatina, foram frequentes as vezes nas quais joguei com bots na equipe, pois o matchaming não fazia um bom trabalho em juntar jogadores (mesmo que o status do servidor acuse atividade alta por ali). Vira e mexe, o jogo travava durante a sala de espera, as partidas eram pausadas por problemas de conexão e muito mais. No geral, muitas situações frustrantes. Por mais incrível que pareça, a versão final teve mais obstáculos técnicos que o Beta.

De 10 partidas, é capaz que você encontre problemas de conexões ou bugs em 6 delas, um número muito alto


Mas o principal problema é outro. For Honor não vai nem um passo além da boa mecânica de lutas. Os duelos X1 e X2 são legais, mas logo cansam, enquanto o modo Domínio, que coloca 4 contra 4 em uma arena maior e com minions, é simples demais, deixando a fórmula batida rapidamente. Cadê aqueles mapas com defesa de pontos móveis da campanha? Cadê as abordagens e objetivos variados dentro de um mapa maior?

Falta tremenda de variedade de jogo

Diferente de outros bons jogos competitivos, como Overwatch ou até mesmo um mais simples, como Chivalry, a porradaria rola em um ambiente bem pequeno e que só tem o intuito de dominar pontos. Esqueça missões de escoltar objetivos, invadir fortalezas ou mapas grandes segmentados em várias etapas. O limite se resume a enfrentar outros jogadores da mesma maneira que você faz nos duelos, mas com alguns poderes extras, como chuva de flechas e itens de cura.

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Modos de jogo

Mesmo personalizando os seus chars com os espólios de vitória, não há nada que mude significativamente além dos atributos e aparência. Não há combos novos ou novidades que mudem a sua experiência. E quando você dominar todos os heróis, o que será de For Honor? As partidas não oferecem variedade e não sabemos até quando os personagens serão lançados gratuitamente, igual ocorre em Overwatch, pois há um passe de temporada.

Chivalry e Overwatch oferecem partidas mais extensas, com mapas segmentados e mais objetivos; For Honor oferece um bom combate, mas muita repetição


Os minions até oferecem um certo dinamismo, como pontos extras no modo de dominação, parede de escudos e um certo entrave na luta, mas eles só aparecem em uma das rotas e não oferecem o potencial que poderiam ter para dar mais pimenta ao game. Certamente isso pode ser reconhecido e alterado, mas a impressão que dá é que For Honor é uma ideia principal que pré-desenvolvida, mas com pouca coisa criada em volta disso.

Chivalry, um jogo indie e bem mais barato, traz batalhas de 24 contra 24 jogadores, mapas grandes, NPCs, uma progressão de partida muito mais variada e diversos outros elementos. For Honor tem a proposta de tornar o combate mais pessoal e competitivo, mas o ciclo de realizar as mesmas coisas em uma quantidade pequena de mapas não é necessário para suprir a demanda por conteúdo e divertir por períodos prolongados.

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Defender um ponto é um dos únicos objetivos do multiplayer de For Honor

Vale a pena?

De uma forma geral, parece que For Honor tem uma ideia boa, mas mal executada. Isso quer dizer que o game é ruim? De forma alguma, mas o futuro dele dependerá da desenvolvedora. A história é bacana, os gráficos são bons e o combate é animal, mas são pouco aproveitados em um multiplayer cheio de problemas e que enjoa rápido.

Os menus no começo assustam e prometem muito conteúdo, mas rapidamente esse material se mostra mais do mesmo, e isso cansa com a mesma velocidade das partidas. Para quem entrar de cabeça na competição das batalhas, o jogo faz muito sentido, mas não dá para saber até quando ele vai te manter jogando e interessado.

Agora, vamos depender da Ubisoft fazer com For Honor o mesmo que ela fez com Rainbow Six: Siege e The Division: aprimorar, oferecer conteúdo gratuito, trazer longevidade e fazer com que o jogo melhore com o tempo porque, no seu estado de lançamento, ele é uma ótima ideia, com grandes promessas e poucas entregas.

Lembrete: atribuir um valor numérico a uma experiência tão particular é bem complicado e, em For Honor, isso é ainda mais capcioso: a produtora vai corrigir os erros? Os bugs vão sair? O suporte será contínuo? Será que ele se tornará cada vez mais competitivo e próximo da modalidade de eSports? Pode ser que sim e pode ser que não. Tal como está agora, ele tem muitos problemas e se mostra um tanto vazio. Para alguns, a dinâmica atual pode suprir toda a expectativa, enquanto para outros faltará conteúdo. Portanto, vamos promover o debate educado nos comentários.

NOTA: 7,0 - BOM

For Honor não é ruim e tem um dos melhores combates PvP do gênero, mas a falta de variedade e os problemas técnicos podem afastá-lo rapidamente


pontos positivos

  1. Narrativa surpreendente e bem intrigante
  2. O combate de For Honor é um dos mais bem-feitos e acessíveis já feitos
  3. As lutas PvP são muito divertidas e balanceadas
  4. Cada personagem é bem distinto e oferece uma ótima jogabilidade
  5. Gráficos impressionantes


pontos negativos

  1. História boa, mas estrutura de gameplay repetitivo
  2. Faltam modos variados no multiplayer
  3. Diversos problemas de conexão, quedas de partida e bugs
  4. Diversos conceitos poderiam ser explorados mais a fundo
  5. Muitas ideias legais da campanha não são aproveitadas no modo online

Fonte: Games/Tecmundo

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17 Fev, 2017 - 14:03

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